Três vitórias, 10 gols marcados e apenas um sofrido. Os resultados mostram como é interessante o começo de Tite à frente da Seleção. Mas, além dos números, o desempenho da Canarinho empolga. Mesmo com pouco tempo para treinar, o técnico começa a dar sua cara ao time.
Sabedor de que a rotina de uma seleção é diferente do que encontrava nos clubes, o gaúcho optou por definir logo o seu modelo de jogo, adaptando as peças ao seu plano. Implantou, como no Corinthians, o 4-1-4-1, trazendo com ele conceitos como a compactação, o jogo apoiado, as triangulações, defesa e ataque em bloco e as rápidas transições.
Noções que a maioria dos convocados já conhecia em seus respectivos clubes, mas faziam falta à Seleção. Com uma estratégia bem definida, Tite foge da necessidade de fazer experiências e consegue praticamente montar um time base. Exceto pelas brigas no meio campo (Casemiro ou Fernandinho? Paulinho ou Giuliano?), causadas justamente pelas ausências diante da Bolívia, ou o duelo entre Philippe Coutinho e William, é quase possível escalar o 11 titular verde e amarelo. Na zaga, talvez seja questão de tempo para Thiago Silva recuperar a vaga que hoje é de Marquinhos.
Chama a atenção o jogo coletivo da Seleção. Compacta, aproxima os atletas, dá mais opções e minimiza os erros de passe. Neymar, por exemplo, foi mais ativo diante dos bolivianos, tendo Gabriel Jesus, Renato Augusto e Filipe Luís por perto para buscar triangulações.
Tite, inclusive, repetiu no lado esquerdo o que fazia no Timão, mas pelo lado direito, com Fagner, Jadson e Renato Augusto. Nos dois casos tinha ali o eixo principal da equipe, com o ponta (Neymar e Jadson) flutuando em campo.
É preciso elogiar o começo de trabalho, mesmo levando em conta as fragilidades da Bolívia, mas isso não significa achar que o Brasil vencerá os próximos 16 jogos oficiais que terá pela frente, de Mérida, na Venezuela, até Moscou, culminando no Hexa. Trata-se de um recorte do momento, que sofrerá alterações conforme a evolução da equipe.
Em solo venezuelano, o treinador lidará pela primeira vez com a ausência de Neymar. A tendência é que Coutinho migre para a esquerda, aonde atua no Liverpool, e William volte à ponta direita. Um bom teste, diante da lanterna das Eliminatórias, mas que segurou um empate com a Argentina em sua última partida como mandante.
Se ainda é cedo para prever até onde a Seleção pode chegar, ao menos já é possível mensurar que aos poucos o time nacional volta a se aproximar do torcedor, principalmente após o ouro olímpico. Nada como um dia depois do outro…
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