Pela segunda vez em sua história, o time do Principado chegava às semifinais do principal interclubes da Europa
A temporada 2003/2004 da UEFA Champions League está marcada na história como uma temporada “aleatória”, afinal, naquela edição da principal competição interclubes da Europa, tivemos gratas surpresas em campo e, favoritos sendo sumariamente eliminados.
No Clássicos DPF de hoje, vamos recordar o dia 6 de abril de 2004, quando o Mônaco conquistou uma vitória espetacular, eliminando o poderoso Real Madrid. Resultado que classificou a equipe francesa para a sua segunda semifinal da UEFA Champions League.
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Como as equipes chegaram para este jogo
O Mônaco na fase de grupos classificou-se em primeiro lugar no grupo C, a frente de Deportivo, PSV e AEK. Já os merengues, avançaram liderando o grupo F, sendo seguidos por Porto, Olympique Marseille e Partizan (da então Iugoslávia).
Nas oitavas-de-final, o Real Madrid eliminou o Bayern Munique, após empatar fora de casa (1-1) e vencer pela contagem mínima os alemães no Santiago Bernabeu. O Mônaco avançou eliminando o Locomotiv Moscou; porém com maiores dificuldades, uma vez que no jogo de ida, foram derrotados (2-1) e na volta venceram por 1-0.
Assim, nas quartas-de-final, franceses e espanhóis estariam frente a frente na briga por um lugar nas semifinais, com amplo favoritismo para o Real Madrid. No jogo de ida, ante 70 mil espectadores, no Santiago Bernabeu, os franceses saíram na frente com Sébastien Squillaci, no final do primeiro tempo. Na segunda etapa, os galáticos voltaram com tudo, virando o placar com Ivan Helguera, Zinedine Zidane, Luis Figo e Ronaldo Fenômeno.
Com a vitória espanhola definida, ainda houve tempo, aos 38 minutos, para Fernando Morientes anotar o segundo gol do Mônaco. E foi, justamente, o tento anotado por Morientes, o gol que colocou o time alvirrubro no páreo. Porém, favoritismo dos madrilenhos, por conta da qualidade técnica excepcional daquele time, levava muitos a acreditarem que dificilmente o time do Principado iria conseguir reverter.
Mônaco 3-1 Real Madrid: a virada monegasca!
Após a vitória no jogo de ida por 4-2, o Real Madrid desembarcou no Principado de Mônaco, com uma ótima vantagem e defendendo, até então, além da invencibilidade, a melhor campanha em números daquela edição da competição.
Entretanto, do outro lado, deparou-se com um Mônaco em busca de escrever seu nome na história e quem teve a oportunidade de presenciar aquele jogo, nunca esquecerá o espírito aguerrido do alvirrubro representante francês, comandado por Didier Deschamps.
Com a bola rolando, um jogo muito disputado, sobretudo pela necessidade de domínio do meio-de-campo. Com muita qualidade no setor, o Real Madrid, naturalmente buscava mais o ataque. Entretanto, o sistema defensivo do Mônaco conseguia êxito na marcação; em contrapartida, as poucas tentativas dos donos da casa, eram bem neutralizadas pela defensiva espanhola.
Ponto forte do time madrilenho, num avanço de Roberto Carlos pela ala esquerda, o mesmo cruzou para a área e por pouco Raul não conseguiu completar para o gol. Minutos depois Zidane tentou encobrir o goleiro Flavio Roma, que atento fez boa defesa.
A resposta dos donos da casa veio com Giully, arrematando fora da área, porém sem sustos para Casillas. Jogo truncado e o Mônaco teve a primeira grande oportunidade após falta em que o tcheco Plasil rolou para Morientes, que soltou uma bomba para ótima defesa de Iker Casillas.
Precisando vencer, o Mônaco passou a sair mais para o jogo, principalmente com seus alas Ibarra e Evra. Mas aos 36 minutos, Ronaldo arrancou pela esquerda e tocou para o meio, Gutti passou, levando consigo o marcador e a bola chegou para Raul Gonzalez, que com muita categoria, de esquerda, arrematou no ângulo, um golaço, sem chances para Roma. Foi o 45º gol do camisa sete do Real Madrid na história da competição, aumentando a vantagem dos espanhóis para 5 a 2 no placar agregado.
O gol de certa forma abateu os donos da casa, já os merengues, seguiam com o jogo “controlando” e apostando no apoio de Roberto Carlos pela ala esquerda; porém nos acréscimos da primeira etapa, Evra cruzou na área e Morientes ajeitou de cabeça para Giully acertar de primeira, sem tanta força, mas um chute rasteiro que encontrou o fundo do gol de Casillas empatando o jogo e dando sobrevida para o representante francês.
Se o lado esquerdo do Real Madrid era a principal válvula de escape, com Roberto Carlos; pelo lado do Mônaco não era diferente com Patrice Evra e logo no começo da segunda etapa, aos três minutos, o próprio centrou bola na área e Fernando Morientes (jogador que pertencia ao Real Madrid, mas estava emprestado) subiu antecipando Álvaro Mejía e cabeceando sem chances para Casillas. Era a virada monegasca e consequentemente o sopro de esperança ao representante francês na luta por um lugar na semifinal.
Experiente e ainda com a vaga garantida, o Real Madrid cadenciava o jogo. Em cobrança de falta, Figo chutou para boa intervenção de Roma. A resposta veio minutos depois em lançamento longo de Ibarra nas costas da defesa madrilenha, que Morientes arrematou de primeira, mas sem força, para defesa de Casillas.
Precisando de mais um gol e não podendo levar, o Mônaco iniciou uma pressão alçando bolas na área do Real Madrid, que por sua vez, não conseguia chegar ao ataque. E num cruzamento rasteiro de Ibarra, a bola chegou até Giully, que de letra desviou para o fundo da meta de Casillas. Era o terceiro gol do Mônaco e a até então improvável classificação, se tornava realidade, aos 21 minutos do segundo tempo.
Com muito jogo pela frente e precisando de um gol para se classificar, o até então invicto Real Madrid, foi para o “tudo ou nada”. Aos 29 minutos, Roberto Carlos cruzou para cabeçada certeira de Raul, porém o mesmo estava impedido. Por outro lado, Didier Deschamps, apostando no contra-ataque colocou os jovens africanos, Shabani Nonda e Emmanuel Adebayor, cada um teve a chance de anotar o quarto gol, porém Nonda, em uma das oportunidades, arrematou muito mal e Adebayor chutou no travessão.
Nos quatro minutos finais de acréscimo, o Real Madrid, já sem padrão tático, na base do desespero, alçou bolas na área e numa destas, Raul teve a chance de escrever um outro desfecho para o jogo, porém o atacante espanhol não conseguiu completar para as redes o gol que daria a classificação, ficando assim, os Galáticos, pelo caminho na busca pela décima conquista e o elenco sofrendo uma série de críticas da sempre exigente imprensa madrilenha.
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FICHA DO JOGO
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