Nesta segunda (2) a FIFA divulgou a lista do TheBest, premiação que escolhe os melhores do ano no futebol. Em ano de Copa do Mundo, não assusta ver que o desempenho na competição foi fundamental na hora da escolha. Após votação aberta ao público, três nomes aparecem em definitivo: Bronze, Rapinoe e para a surpresa de alguns, Alex Morgan. As duas primeiras com indicações incontestáveis, a última chegou até ali pelo público, deixando para nós muito o que questionar.
Quando Alex Morgan colocou os EUA na final da Copa do Mundo após marcar um belo gol de cabeça contra a Inglaterra, e tomou seu “chá”, aquela imagem correu o mundo muito mais do que qualquer outra já fez na história das Copas do Mundo Femininas. Seu nome foi o assunto mais comentado das redes sociais naquela semana, virando discussão e gerando artigos nos mais diversos portais. A popularidade da atacante deu um salto bem maior do que quando ela decidiu o maior jogo da história marcando nos acréscimos contra o Canadá naquela Olimpíada de Londres em 2012. Marcando na final ou não, ali ela já tinha se tornado um dos símbolos dessa Copa, tanto quanto é da sua seleção.
Lucy Bronze, zagueira inglesa que levou o Prêmio da UEFA, fez uma boa Copa do Mundo, ajudou a Inglaterra a chegar ao 4º lugar na mesma temporada que foi campeã da Champions League pelo Lyon jogando “o fino da bola”. Megan Rapinoe, co-capitã do EUA na Copa do Mundo, é a mistura do que chamamos de ídolo: talento, resultado e barulho. Rapinoe foi Chuteira e Bola de Ouro do mundial, fez (quase) todos os gols necessários para levar a USWNT até a final e ainda comprou briga com o Presidente dos Estados Unidos da América. Elas foram incontestáveis, é mais fácil encontrar quem ache que o Messi não merece estar entre os 3 neste ano do que alguém que questione a presença delas.
E Alex Morgan? Também capitã norte-americana foi Chuteira de Prata com 6 gols e Líder de Assistências do mundial ao lado das colegas Rapinoe e Mewis. Fez uma Copa excelente nas fases eliminatórias depois de gastar praticamente todos os seus gols contra a Tailândia na rodada 1 do Grupo F. Jogou um segundo tempo espetacular contra a França, respondeu os chutes, pisões, trombadas e cotoveladas das inglesas com o gol da classificação na semi e jogou a final muito bem. Mas teve uma temporada muito abaixo no Orlando Pride, cheia de lesões e principalmente com ausência do que uma atacante tem que fazer: gols.
Nós temos que questionar a indicação de Alex entre as três finalistas. É impossível não olhar pra Miedema, Ada, Henry e a temporada incrível que elas fizeram e pensar que foi pior do que a da norte-americana. Mas não podemos delirar, fingir que a Copa da camisa 13 foi ruim, ou que futebol é só sobre o que acontece dentro de campo (talvez devesse ser assim nas premiações, mas nunca antes foi – Luka Modric está aí para não nos deixar mentir).
Prêmios são símbolos, símbolos entregues para pessoas que são símbolos. Isso acontece no esporte, no cinema, até mesmo no mundo acadêmico ou empresarial. Definir o que faz alguém melhor ou pior que o outro é uma tarefa deveras injustas já que nós temos parâmetros diferentes, quer seja por nossos gostos mais pessoais, ou pelo o que entendemos como “um bom jogador” ou critérios mais relevantes como Copa, Champions, campeonatos nacionais, números de gols, etc. São gostos e algumas vezes os gostos batem, quando isso acontece alguém recebe um prêmio.
Não passa por aqui nenhuma tentativa de defender a escolha da FIFA, ou justificá-la. Alex Morgan, como Serena, Sharapova, Hortência, Marta, já virou símbolo de algo muito maior do que ela. Carrega uma legião de fãs e admiradores, sejam pelos anos de ouro onde era mais fácil segurar uma locomotiva em alta velocidade do que parar a jovem atacante universitária, seja pelo discurso de igualdade e a coragem de peitar a Federação de Futebol dos Estados Unidos. Então quando nos perguntarmos “por que a Morgan está ali?” não vamos fingir que não sabemos a resposta. Ela está ali porque o público quis.
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