Faltam pouco mais de oito meses para mais uma Copa do Mundo. Para grande parte das seleções de primeiro escalão, vaga bem encaminhada e oportunidade real de levantar a taça. Para outras, a busca intensa pela valiosa chance de participar da festa pela primeira vez.
Matematicamente, 8 seleções garantiram seus lugares (Brasil, México, Bélgica, Coreia do Sul, Japão, Irã, Arábia Saudita e a anfitriã Rússia) e todas elas são figurinhas carimbadas em mundiais. No entanto, as 24 vagas que ainda estão em jogo seduzem de potências futebolísticas a países destruídos pela guerra. Às vésperas de mais uma rodada de eliminatórias, as possibilidades se tornam cada vez mais reais.
Em 5 de setembro de 2017, a seleção da Síria viveu todos os cenários possíveis em Teerã, pela última rodada das eliminatórias asiáticas. Do outro lado estava o Irã, dono da casa, com presença em três das últimas quatro Copas do Mundo, líder do seu grupo, já classificado para o próximo mundial e jogando para um estádio lotado. Já seria louvável para os sírios o fato de terem somado mais pontos que China e Catar, seleções de projetos milionários e de investimento esportivo infinitamente superiores, mas não era apenas isso. A nação, que nos últimos seis anos foi completamente mergulhada no inferno da guerra e do terrorismo e que por motivos de insegurança, nem sequer pode atuar em sua casa, dependia de uma vitória para conseguir a vaga direta na Copa da Rússia, em 2018, um feito inédito em sua modesta história no futebol.
Cenário improvável que passou a se tornar possível quando Tamer Haj Mohamed abriu o marcador para a Síria aos 13 minutos do primeiro tempo. O Irã empatou ainda no primeiro tempo, com Sardar Azmoun. O próprio atacante virou o marcador aos 19 do segundo tempo. Mas nem tudo estava perdido. Naquela circunstância, um empate levaria a Síria a uma também inédita repescagem.
E ele veio, de forma dramática. Já nos acréscimos, Omar Al Soma aproveitou a chance que teve e empatou a partida.
O sonho continua vivo.
A Síria agora enfrentará a Austrália na repescagem asiática. Se superar essa eliminatória, deve pegar o quarto classificado da Concacaf, que hoje seria os Estados Unidos.
Confira outras seleções ainda com chances de figurar pela primeira vez em uma Copa do Mundo.
EUROPA
Regulamento: O vencedor do grupo se qualifica automaticamente para a Copa do Mundo de 2018. Além dos demais oito vencedores de grupos, os oito melhores segundos colocados avançam para a segunda fase, que será disputada no sistema de play-offs (repescagem).
Montenegro
Formado em 2006 após a dissolução de Sérvia e Montenegro, o pequeno país de pouco mais de 600 mil habitantes desponta como surpresa no grupo E com grandes chances de conseguir ao menos classificação para a repescagem europeia. Com 16 pontos somados, assim como a Dinamarca, os montenegrinos estão na segunda colocação e apostam todas as fichas no jogo da próxima rodada, onde enfrentam sua grande concorrente em casa, podendo abrir 3 pontos de vantagem em caso de vitória. Em seguida seguem até a Polônia para duelarem com a líder do grupo. A melhor participação de Montenegro ocorreu nas Eliminatórias da Copa de 2014, onde ficou algumas rodadas em primeiro lugar no grupo que continha a tradicional Inglaterra.
Islândia
A sensação da Eurocopa de 2016 está de volta para provar que não deve ser tratada como uma mera zebra. Nos próximos dias, a gelada Islândia unirá todas as suas forças para as rodadas finais de um grupo equilibradíssimo e, com cerca de 300 mil habitantes, tentará tornar-se a menor nação da história a disputar uma Copa do Mundo. Empatada em 16 pontos com a líder Croácia, o pequeno país é seguido de perto por Turquia e Ucrânia, ambas com 14 pontos e de olho nas duas primeiras colocações. Na próxima e decisiva rodada, a Islândia viaja para enfrentar os turcos e encerra sua participação recebendo o lanterna Kosovo. Se terminar na segunda colocação, a chance de ir para a repescagem é grande. Os islandeses estiveram na última repescagem nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2014 e venderam caro a vaga para a Croácia.
ÁFRICA
Regulamento: O primeiro colocado de cada grupo se classifica para a Copa do Mundo de 2018.
Burkina Faso
A trajetória de Burkina Faso no futebol pode ser dividida entre antes e depois de 2010. Considerada eterna coadjuvante no futebol africano, a federação local resolveu investir no esporte na última década e os frutos apareceram. Nas eliminatórias da copa de 2010 venceram todos os adversários da fase final, com exceção da Costa do Marfim (para quem perderam a vaga). Participaram das últimas cinco Copas Africanas de Nações e chegaram entre os quatro melhores duas vezes (semifinalistas em 2017 e vice-campeões em 2013). A ocasião em que esteve mais perto de se classificar para um mundial foi nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2014, quando bateu na trave ao perder a vaga para a Argélia, em confronto de ida e volta. Venceu o jogo de ida em Burkina Faso por 3×2, mas no jogo de volta na Argélia foi derrotada por 1×0, sendo eliminada pelo critério do gol fora de casa. De estilo tipicamente africano, o veloz e habilidoso time do oeste do continente lidera o grupo D com 6 pontos, empatado com Cabo Verde. Na próxima rodada, viaja para enfrentar a África do Sul, lanterna do grupo e encerra a participação recebendo no seu estádio os concorrentes cabo-verdianos.
Gabão
Terra natal de Pierre-Emerick Aubameyang, uma das maiores estrelas do Borussia Dortmund e artilheiro da última Bundesliga, o Gabão iniciou a terceira fase das eliminatórias africanas decepcionando, com dois empates e uma derrota. Tudo parecia perdido, quando o time finalmente se encontrou e com uma surpreendente vitória fora de casa sobre a forte Costa do Marfim, entrou na briga pela inédita e tão sonhada vaga. Além dos marfinenses, o grupo conta ainda com Marrocos e Mali, tornando-o um dos mais equilibrados do continente. O Gabão figura na terceira posição, mas somente a dois pontos da liderança. Na próxima rodada, viaja até o Marrocos, também na disputa, e encerra a participação recebendo Mali, essa com poucas chances de classificação.
Uganda
Uganda conseguiu vaga na Copa Africana de Nações de 2017 depois de 38 anos. Esse dado mostra que o fato do país ter alcançado a fase final das disputadas eliminatórias africanas e ter chegado às últimas rodadas com chance de uma inédita classificação para a Copa da Rússia já é um grande motivo para comemoração. Em um grupo com seleções tradicionais, como Gana e Egito, os ugandenses chegaram aos 7 pontos com duas vitórias e um empate e alcançaram a segunda colocação. Agora dependem de dois bons resultados contra os ganeses (em casa) e os congoleses (fora). Talvez o maior obstáculo seja o forte Egito, que lidera o grupo e vem com tudo para conseguir a classificação. Uganda tem como resultado mais expressivo um vice campeonato da Copa Africana das Nações em 1978.
Cabo Verde
Em março de 2016, Cabo Verde tornou-se a melhor seleção africana na classificação da FIFA, ocupando a 31ª posição. Esta foi a primeira vez que os “Tubarões azuis” alcançaram o topo do ranking do continente. O fato indicava que o país seria mais um forte candidato à disputa das vagas para a Copa da Rússia e não se mostrou errado. Apesar de um início muito irregular, com duas derrotas, a equipe se recuperou com duas vitórias e segue viva na briga pela vaga do grupo D, com o tradicional Senegal e a surpreendente Burkina Faso, que também quer debutar em mundiais. Cabo Verde ocupa a segunda colocação com 6 pontos, empatado com Burkina Faso e na próxima rodada, tem um jogo chave em casa contra Senegal, que está a apenas um ponto atrás e quer alcançar o concorrente direto de todas as formas. A equipe encerra a participação no grupo enfrentando mais uma pedreira. Visita os burquinenses, em partida que pode ter cara de final de campeonato.
AMÉRICA DO NORTE, CENTRAL E CARIBE
Regulamento: As três melhores equipes classificadas equipes se classificam para a Copa do Mundo de 2018 e o quarto colocado avança para a disputa da repescagem.
Panamá
O Panamá já esteve a preciosos minutos de conseguir a classificação inédita para uma Copa do Mundo. Nas eliminatórias de 2013, venciam a seleção americana por 2×1 até os 45 minutos do segundo tempo na última rodada do hexagonal final. Com o triunfo, diante da torcida, o país eliminava o México e disputaria a repescagem intercontinental contra a modesta Nova Zelândia, com amplo favoritismo. Foi quando os Estados Unidos encontraram dois gols e jogaram um grande balde de água fria no sonho panamenho. O México acabou ficando com a vaga, mesmo com a derrota em seu jogo.
Agora, com México e Costa Rica praticamente garantidos na Copa, a briga é pelo terceiro lugar (vaga direta) e o quarto (repescagem). O Panamá ocupa o terceiro lugar com 10 pontos. Estados Unidos e Honduras aparecem logo atrás, o que torna a próxima rodada decisiva. Mais uma vez, os americanos estarão no caminho. Uma vitória mantém a vantagem dos panamenhos. Na última rodada, a equipe terá pela frente a Costa Rica, que, provavelmente classificada, pode não oferecer tanta resistência. Com final triste ou feliz, uma coisa é certa: mais uma vez haverá sofrimento.
O post As seleções com chances REAIS de estrear em Copas em 2018 apareceu primeiro em DPF.
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