quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

O ousado Borussia Dortmund de Lucien Favre

O treinador suíço parece ter trazido consigo frescor e otimismo a um clube que há anos parecia ter se “contentado” em figurar sob as sombras do poderoso Bayern. Logo após chegar, Lucien Favre tratou de dar confiança a Marco Reus, elegendo o camisa 11 como seu capitão. O novo treinador trouxe uma filosofia positiva de trabalho, dando bastante espaço a jogadores jovens como Jadon Sancho (18 anos), Achraf Hakimi (20 anos) e Jacob Bruun Larsen (20 anos). Sua dupla de zaga titular compõe-se de Dan-Axel Zagadou (19 anos) e Manuel Akanji (23 anos). Os aurinegros de Favre encerraram a primeira metade da Bundesliga com números animadores que os credenciam a disputa pelo título:

  • 42 pontos em 17 rodadas;
  • 13 vitórias, 03 empates e 01 derrota;
  • Melhor ataque da competição: 44 gols;
  • Melhor defesa da competição (empatado com Bayern e Mönchengladbach): 18 gols sofridos;

Apostar no sucesso do Borussia Dortmund vem se provando um interessante negócio. Antes de detalhar mais a respeito do que vem sendo implementado por Favre nesta temporada, aproveito para deixar um código bônus para quem quiser aproveitar o ótimo momento dos líderes da Bundesliga e fazer uma graninha.

Arrumando a casa:

Ao chegar, o treinador suíço tratou de reorganizar o time e injetar ânimo nos jogadores através de uma identidade de jogo bastante definida em três pilares:

  • Construção de jogo paciente (juntamente com o Bayern, é a equipe alemã que mais acerta passes – 88% – na construção de jogadas);
  • Solidez defensiva;
  • Transição rápida nos ataques (2ª equipe que mais tiros de aceleração – 4.132 – no campeonato).

O sistema varia de um 4-2-3-1 quando estão com a bola para um 4-1-4-1 quando estão na fase defensiva. Os ataques partem de uma construção iniciada pelos zagueiros; tanto Zagadou quanto Akanji são adeptos em passar a bola com qualidade. Daí para frente, a qualidade da construção permanece independente da dupla de volantes: Axel Witsel, Thomas Delaney, Mahmoud Dahoud ou Julian Weigl são mais do que confortáveis com a bola nos pés e para distribuir o jogo a seus companheiros mais avançados.

Quarteto ofensivo cheio de opções:

À frente da dupla de volantes fica o setor mais forte do Dortmund: o quarteto ofensivo. Criatividade e velocidade são os pontos de destaque dos jogadores ofensivos do aurinegro. São 09 jogadores disputando 04 posições:

  • Maximilian Phillipp e Paco Alcácer como opções para o comando do ataque (o espanhol vive fase magistral, principalmente quando sai do banco de reservas, já marcou 12 gols em apenas 502 minutos totalizados em campo);
  • Reus, Bruun Larsen e Sancho no flanco esquerdo;
  • Reus, Kagawa e Götze atrás do atacante;
  • Pulisic, Wolf, Sancho e Reus como opções no flanco direito.

Note a grande versatilidade de talentos como Marco Reus e Jadon Sancho, meias-atacantes perigosíssimos em qualquer parte do campo ofensivo. A respeito de suas opções na parte central da equipe, Favre é taxativo:

“Temos muitas opções no meio-campo, então devo admitir que nem sempre é fácil para eu escolher!”

 

Der Klassiker: um resumo do que o Borussia de Favre tem de melhor

 

No primeiro tempo, os aurinegros sofreram com a forte pressão dos bávaros, que aproveitaram sua dominância e abriram o placar com Lewandowski.

Créditos da imagem: bundesliga.com

Favre entendeu seus erros na escalação inicial e tratou de consertá-los, um traço importante que vem sendo mostrado em sua trajetória pelo Dortmund: o suíço não tem medo de mexer quando sente que  é necessário. No início do segundo tempo, o treinador mexeu em duas peças: Dahoud entrou no lugar de Weigl e Alcácer entrou na vaga de Götze (que não funcionou como falso 9). Além das mudanças de peças, houve uma mudança na mentalidade do time, o Dortmund passou a arriscar mais nas jogadas e praticar um jogo ainda mais vertical, como Witsel afirmou em entrevista no pós-jogo:

“No primeiro tempo nós não jogamos como estamos acostumados, fugimos do nosso estilo. Estávamos um pouco assustados. No intervalo de jogo, nós conversamos e chegamos a conclusão de que não tínhamos muito a perder, então passamos a pressionar mais e a jogar conforme estamos acostumados: com um estilo mais ofensivo e direto.

Depois da mudança de mentalidade do time, chegou a hora de Paco Alcácer brilhar mais uma vez vindo do banco de reservas.

 

O lance do gol resume bem os pontos mais fortes deste Dortmund montado por Favre, os aurinegros retomam a bola pressionados por 6 jogadores do Bayern em seu campo de defesa, Alcácer prende a dupla Boateng e Hummels, esperando o passe vertical de qualidade para então disparar em direção a Neuer e finalizar com extrema precisão (o espanhol precisou de apenas 24 finalizações até então para marcar 12 gols na Bundesliga).

Início de trabalho promissor

A ousada solução de Favre em contra-atacar a forte pressão do Bayern com um estilo de jogo positivo, composto por passes verticais e ataques diretos em direção à defesa adversária virou mais um jogo difícil a favor dos aurinegros. E, de quebra, além de mostrar que o trabalho vem rendendo frutos imediatos, ainda plantou sérias dúvidas a respeito da possibilidade do Bayern conseguir se impor mais um ano no campeonato alemão.

 

Será que chegou a vez de Reus, Sancho, Alcácer e cia dominarem a Bundesliga? O início da gestão Lucien Favre é bastante animador.

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