quarta-feira, 30 de novembro de 2016

O futebol é só um pretexto | Drops 013

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Quem ama e vive futebol sabe o quanto significou as perdas dessa terça-feira. Além de seres humanos brilhantes, havia atletas e profissionais da imprensa que acompanhávamos, comentávamos, cornetávamos, idolatrávamos e, acima de tudo, respeitávamos.
Ali estavam dezenas de sonhos; e mais, sonhos que estavam prestes a se realizar. Os jovens e experientes jogadores iam para a Colômbia viver que talvez fosse um dos momentos mais importantes de suas carreiras. O clube viveria a partida mais importante de sua história. E os jornalistas estavam perto de narrar a história acontecer.
Infelizmente tudo teve o desfecho que teve. Pensamos muito em não gravar esse drops, mas como forma de homenagem e relevância desse time da Chapecoense e dos profissionais que tanto nos abraçaram, não haveria forma mais respeitosa do que elogiá-los com um programa exclusivo.

Sempre lembraremos dos heróis protegidos pelo espírito de Condá

Vemos assim que futebol é somente um pretexto para algo muito maior. É o esporte que nós amamos e vivemos ele 24 horas por dia e em momentos tristes como esse vemos a sua força. O rival reverencia o derrotado, o adversário de final cede espaço e aplaude, a torcida mais tradicional que não aguenta ver um jogador com um calção da cor do rival, hoje pede que o clube jogue todo de verde. Esse é o esporte que eu amo e quero viver.

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O coração incerto

Normalmente somos torcedores por 2 motivos:  O primeiro é  a herança consanguínea.  Um pai, uma mãe, avós, irmãos, tios, amigos… O time de futebol, o esporte emulador da vida, surge como síntese passional da sua consanguinidade. E a tendência é a paixão aumentar com o passar dos anos, pois as pessoas se vão e o clube permanece eterno. Acredito que seja por isso que as pessoas sejam capazes de cometer loucuras, para o bem e para o mal, por seu time. Um sólido processo de transferência. Já não é mais o jogo. O time pulsa em hereditariedades e tradições.

O segundo motivo é a ilusória sensação de controle e interferência direta no andar do jogo. Somos torcedores porque acreditamos, quase que religiosamente, que fazemos diferença, interferimos e ganhamos partidas. Torcemos para participar, por isso amargamos as maiores decepções, indignações, insônia, tristeza, quando o jogo esfrega na nossa cara que antes de sermos torcedores, somos espectadores. Se não controlamos a vida, como controlar o futebol? Se emanamos algum tipo de energia, os vetores são quem participa diretamente do espetáculo: jogadores, comissão técnica, dirigentes, arbitragem, funcionários, jornalistas… Às vezes esquecemos que os vetores são tão humanos quanto nós.

Quando acordei e vi o noticiário, passados o horror e a perplexidade, eu pensei inevitavelmente no meu time. Não me condenem. Como um pai que descobre que vizinho perdeu um filho e estremece por dentro pensando: “e se fosse o meu filho?” Justo o meu time que tanto viajou pelos 4 cantos do Brasil neste ingrato 2016…O que a consaguinidade não faz?

Quem vive o futebol sabe que o time é parte sua. Sente o futebol. Digo isso porque o primeiro terror que senti com o desastre que vitimou o voo da Chapecoense foi como torcedor. Eu posso imaginar como torcedor. O que os familiares e amigos das vítimas estão passando eu não tenho a coragem e a capacidade de imaginar. Só posso pensar em algo terrível. Tão terrível que é capaz de quebrar o laço consanguíneo do jogo e fazer com que toda e qualquer pessoa se sensibilize.

Então eu me lembrei de como o Cléber Santana ajudou o Flamengo em 2012, de quantas vezes eu repreendi o Marcelo por ceder escanteios ao adversário, de como olhei com desconfiança a contratação do Arthur Maia e sorri ao saber que ele se dizia realizado só por ter jogado no seu clube de coração. Se eles são vetores da energia que emanamos, nós descobrimos que nosso time também estava ali. Não foi o “filho do vizinho”. A foto do Vitorino Chermont, jornalista, com seu filho no estádio, só corrobora algo terrível: Poderia ter sido com qualquer um, em qualquer contexto. Não temos controle sobre absolutamente nada. O fato de ter sido com pessoas envolvidas com o futebol só nos aproximou do terror da tragédia.

Espero que a Chapecoense permaneça. Para sempre.

 

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Time da solidariedade

Uma formação possível para a Chapecoense 2017 apenas com jogadores emprestados

Uma formação possível para a Chapecoense 2017 apenas com jogadores emprestados

Os clubes brasileiros já se manifestaram publicamente que pretendem emprestar jogadores de forma gratuita para a Chapecoense poder retomar suas atividades.

Listamos mais de 60 atletas que poderiam ser cedidos pelos maiores clubes do Brasil. A maioria desses jogadores precisa de “novos ares”, não são peças fundamentas em seus times e possuem contrato para jogar em 2017, possibilitando assim que tenham seus salários integralmente bancados pelos clubes cedentes até o final da próxima temporada.

Jogadores como Douglas Grolli, Leandro Banana e Fabiano seriam empréstimos interessantes, por já terem atuado no time de Chapecó e terem uma identificação com a cidade e com o clube.

Há opções de goleiros como Paulo Victor e Dênis, antigos titulares de seus times. Entre os jogadores de linha, alguns não se dão bem com seus treinadores atuais. É o caso de Emiliano Vecchio e Fabián Noguera. Outros não tem bom relacionamento com a torcida como Diguinho e Michel Bastos. Há também aqueles que querem mostrar mais futebol e precisam de espaço, por exemplo, Marcelo Cirino, Matheus Sales e Henrique Almeida.

Confira a lista dos atletas que poderiam formar o Time da Solidariedade de Chapecó:

Palmeiras: Leandro Banana (A), Luan (A, atualmente emprestado ao Atlético-PR), Lucas (LD, atualmente emprestado ao Cruzeiro), Leandro (A, atualmente emprestado ao Coritiba), Amaral (atualmente emprestado ao Coritiba), Nathan (Z), Leandro Almeida (Z, atualmente emprestado ao Inter), Vagner (G), Matheus Sales (V), Rodrigo (V), Renato (V, atualmente emprestado ao Figueirense).

Flamengo: Paulo Victor (G), Marcelo Cirino (A), Adryan (M), Paulinho (A, atualmente emprestado ao Santos), Nixon (A, atualmente emprestado ao América-MG), César (G, atualmente emprestado à Ponte Preta), Lucas Mugni (M).

São Paulo: Denis (G), Michel Bastos (M), Carlinhos (LE), Gilberto (A), Daniel (M), Bruno Cortez (LE, atualmente emprestado ao Albirex Niigata-JAP), Auro (LD), Wellington (V).

Atlético-MG: Carlos (A), Hyuri (A), Carlos Eduardo (M), He-Man (A, atualmente emprestado ao Figueirense), Dodô (A, atualmente emprestado ao Figueirense).

Corinthians: Vilson (Z), Gustavo (A), Stiven Mendoza (A, atualmente emprestado ao NY City-EUA), Alan Mineiro (M, atualmente emprestado ao América-MG).

Santos: Fabián Noguera (Z), Emiliano Vecchio (M), Thiago Ribeiro (A, atualmente emprestado ao Bahia).

Fluminense: Osvaldo (A), Pierre (V), Danilinho (M), Wellington Paulista (A, atualmente emprestado à Ponte Preta).

Grêmio: Fred (Z), Kadu (Z, atualmente emprestado à Ponte Preta), Henrique Almeida (A).

Cruzeiro: Gino (V), Riascos* (A), Douglas Grolli (Z, atualmente emprestado à Ponte Preta), Fabiano (LD, atualmente emprestado ao Palmeiras), Joel (A, atualmente emprestado ao Santos), Souza (V, atualmente emprestado ao Cerezo Osaka-JA), Gabriel Xavier (M, atualmente emprestado ao Sport), Marcos Vinicius (M).

* Riascos e Cruzeiro estão em disputa judicial a respeito dos direitos do jogador

Coritiba: Ruy (M), Evandro (A), Thiago Galhardo (M, atualmente emprestado à Ponte Preta).

Atlético-PR: Bruno Pereirinha (M).

Internacional: Mike (A, atualmente emprestado ao Oeste), Marquinhos (M), Andrigo (M).

Vasco: William Barbio (A), Diguinho (V).

Sport: Reinaldo Lenis (A), Tulio de Melo (A).

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Crônica de um conto de fadas chamado Chapecoense

“Era uma vez” – assim começam todos os contos de fada. Era uma vez o sonho do seu Alvadir, o sonho do seu Altair, o sonho do seu Vicente, do seu Heitor, do seu Lotário e de tantos outros, o sonho de toda uma cidade… O sonho de ter um time para se orgulhar, que unisse a todos e quem, sabe, um dia, alcançasse o Brasil, como num conto escrito pelo melhor dos contistas.

Assim como nos contos de fada infantis, quis o destino que esses sonhos fossem abreviados, próximos à meia-noite. Famílias se foram e os sorrisos viraram lágrimas, fazendo com que, pelo menos por alguns dias, um mundo cruel e um Brasil conturbado se unissem por uma só causa e uma só cor.

Na verdade, o que o brasileiro queria mesmo era voltar no tempo e ser argentino por uma noite, naquela quarta-feira gloriosa. Aliás, todo ser da Terra queria, agora, que aquele chute do Blandi entrasse. Que pelo menos naquele instante “São Danilo” deixasse a bola entrar e o time do Papa eliminasse a Chape na Arena Condá, que aquele pé do Danilo não desse “a maior alegria e a maior tristeza de Chapecó”, como disse o sensacional Mauro Beting.

O mundo queria que, como em um filme de Hollywood, uma mudança repentina do passado trouxesse um presente bem diferente, com mais paz, mais alegria, mesmo que naquela noite as famílias de Chapecó fossem para casa em prantos….

Mas a vida não é Hollywood e tampouco um conto de fadas infantil. São Danilo até tentou outro milagre, mas os céus o chamaram. Ele não poderia, nem por um instante terreno, se considerar culpado por se tornar herói. E descansou em paz…

Assim como os milagres do Indiozinho Condá nesses últimos 8 anos, em uma tragédia sem precedentes, novos heróis, sobreviventes, resolveram que iriam ficar por aqui, para mostrar que a Chape nunca morrerá, assim como seus milagres…

Em um dia tão triste quanto aquele 01/05/1994, quando nosso Senna se foi, se foi também os Mamonas do Futebol, um time que todos gostavam, mesmo quem não conhecia bem, o segundo time de todos, a equipe que uniu uma nação naquela última narração sensacional do Deva e que ainda uniria por mais duas noites em 2016…

Se o sonho era unir o Brasil, a Chape fez mais, uniu o mundo, e o mundo que só vive o futebol europeu conheceu o “nosso Leicester”. Como ressaltou o honroso adversário da final sul-americana, a Chape mostrou que, pelos sonhos, deve-se jogar a vida inteira, e não apenas 90 minutos.

Uma charge de ontem dizia que Deus queria um time para disputar um amistoso e escolheu a Chape. Escolheu Danilo, Cléber Santana, Bruno Rangel, Lucas Gomes, Filipe Machado, Kempes, Ananias, Willian Thiego, Dener, Caramelo, Gimenez, Marcelo, Sérgio Manoel, Matheus Biteco, Tiaguinho, Josimar, Gil, Arthur Maia e Aílton Canela. Escolheu Caio Jr e a melhor diretoria que um clube já montou. Escolheu a voz de Deva falando do espírito de Condá e todos os outros amigos da mídia e da cidade querida de Chapecó.

Era uma vez um gigante que nunca será esquecido.

Era uma vez um time que era grande demais para a terra

Era uma vez um time que queria alcançar o céu, e que que os céus quiseram levar para sempre.

Descansem em paz, heróis de Condá, vocês mostraram que o impossível é possível!

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sábado, 26 de novembro de 2016

Antonio Conte e a metamorfose do 3-4-3

A chegada de Antonio Conte ao Chelsea foi bastante aguardada e tida como fio de esperança para dias melhores. Após uma temporada 15/16 “desastrosa”; com direito a demissão do ídolo Mourinho e término em 10º lugar na EPL, a vinda do estrategista italiano era incensada como oportunidade de melhor aproveitamento do vasto elenco do clube londrino.

Início cauteloso (e difícil nos grandes jogos)

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Nos quatro primeiros jogos do Chelsea na EPL; jogando no 4-1-4-1 (contra West Ham, Watford, Burnley e Swansea), o time encontrou cenários idênticos em cada partida: domínio da posse de bola (teve mais de 60% de posse em todos os duelos) e propondo o jogo. Já que o sistema ofensivo se encontrava em formação sob comando de Conte, tudo dependia demais de Hazard e Diego Costa. Algo que ficaria exposto na difícil sequência contra Liverpool e Arsenal.


Leia mais: As escolhas de Conte e os primeiros traços do Chelsea


Por serem conjuntos que atuam juntos há mais tempo; Liverpool, Tottenham e Arsenal principalmente, já era esperada superioridade coletiva dos rivais diretos pelo título inglês. Mas a forma como ela ocorreu ligou o sinal de alerta para Antonio Conte.

Principalmente no primeiro tempo dessas duas partidas, o Chelsea foi dominado de forma impiedosa.

Tendo campo mais estreito para trabalhar a bola nestes jogos, o time não conseguia trocar passes como nos primeiros jogos; tampouco acionar Eden Hazard e Diego Costa para situações favoráveis no jogo. Acima de tudo, os blues se defendiam mal e não ofereciam resistência aos já entrosados ataques adversários.

Tomando um acachapante 3×0 do Arsenal, Conte foi pragmático e mudou a formação para um 3-4-3; buscando equilíbrio defensivo e evitar uma goleada histórica do rival. Dentro do próprio jogo, apesar dos gunners terem reduzido o ritmo, o esquema mostrava um bom caminho; com a bola chegando mais rapidamente ao terço final do campo e garantindo mais segurança defensiva a meta de Courtois. Impressão essa que se consolidaria nos jogos seguintes.

Surgindo numa situação emergencial, o 3-4-3 de Antonio Conte virou marca de uma sequência impressionante dos azuis de Londres.

Entenda melhor esta metamorfose.

Três zagueiros para proteger a área … e armar o jogo (!?)

Todos sabem que David Luiz é um jogador difícil de ser “controlado” taticamente. Extremamente inconstante e irregular durante os jogos, numa linha de 4 defensores consegue destruir e destabilizar um sistema ao natural.

Conte tem a fama de fazer seus zagueiros evoluírem. Mas os primeiros movimentos do zagueiro brasileiro em seu retorno ao Stanford Bridge foram inseguros e desastrosos; além da dificuldade inicial proposta pelos adversários de alto nível.

Toques, passes, passes na área adversária, cabeceios defensivos, bloqueios e arrancadas dos zagueiros nos primeiros 04 jogos no sistema 3-4-3 (Hull City, Leicester, Southampton e Manchester United). | Créditos da imagem: Sky Sports

Para proteger melhor seu gol, Conte elegeu David Luiz, Azpilicueta e Cahill para protegerem a área.

Jogar ao lado de dois zagueiros é um sonho para David Luiz; que pode sair a caça da referência em diversos momentos sem deixar um buraco às suas costas. Assim, o brasileiro está num contexto que lhe permite usar e abusar de seu vigor físico. Apesar de que Cesar Azpilicueta, lateral de origem, geralmente também recebe essa liberdade, até por ser um jogador ágil e especialista no combate terrestre. Gary Cahill é o que mais guarda a posição no momento defensivo, e vem demonstrando segurança. Quando o inglês está num sistema que lhe protege, não compromete. A trinca sempre está em superioridade numérica em relação ao adversário e recebe um ótimo suporte dos laterais/alas e volantes.

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Estatísticas dos 06 primeiros jogos do Chelsea no novo esquema implantado por Antonio Conte. Espetacular.

Geralmente quando as coisas não funcionam na armação de um time, automaticamente associamos a ausência de um camisa 10. Porém, no Chelsea, esta função é dos zagueiros. Tocam a bola pacientemente entre si, alargam o campo, conduzem a bola; vão ao campo de ataque e lançam com bom aproveitamento buscando os diversos receptores no campo de ataque.

David Luiz apesar de ser instável defensivamente, sempre mostrou qualidade com a bola nos pés. E o atual modelo é um convite para seus recursos ofensivos. Assim como Azpilicueta também se aproveita da experiência de lateral para levar a bola ao ataque. Gary Cahill também vem se encontrando muito bem familiarizado, arriscando inversões e passes verticais. Não é raro Matic ou Kanté baixarem alguns metros para atrair a marcação e gerarem espaço para as aventuras dos zagueiros no ataque.

Créditos da imagem: whoscored.com

Créditos da imagem: whoscored.com

Menor sobrecarga para Kanté e Matic

Kanté e Matic são conhecidamente marcadores da maior qualidade, cada um com seus métodos. E o advento dos três zagueiros só fez a dupla crescer – principalmente o sérvio, que fez péssimo 2015/2016. Se no Leicester, Kanté podia correr o quanto quisesse para desarmar; no Chelsea encontrava dificuldades tendo que proteger mais a frente da defesa. Vem se adaptando cada vez mais, mas tem mais liberdade para seus sprints de tirar o folego. Matic antes atuava de interior, e mostrava certa lentidão pra proteger seu setor. Agora marcando mais próximo a área e alinhado à Kante, reencontra seus melhores momentos defensivos.

Mais do auxílio defensivo, a nova formatação deu vida a Kanté e Matic quando estão com a bola no pé. Se antes precisavam iniciar o jogo, selecionar passes e ditar o ritmo – nenhum dos dois sendo muito criativo na saída de bola -; agora precisam apenas dar sequência ao jogo, assim como fazem Busquets, Weigl e outros volantes da elite. Os alas sempre desmarcados também colaboram para os dois, principalmente Kanté, que vem acertando o pé em seus passes longos.

Ambos também possuem liberdade para atacar, principalmente quando o Chelsea concentra um número alto de jogadores próximos a área.

Ladeado a nomes consagrados na arte de deixar os companheiros na cara do gol, como Coutinho e De Bruyne. Nada mal para Matic. | Créditos: Premier League.com

Ladeado a nomes consagrados na arte de deixar os companheiros na cara do gol, como Coutinho e De Bruyne. Nada mal para Matic. | Créditos: Premier League.com

Nemanja Matic é o vice-líder de assistências da Premier League (até a 12ª rodada).

E Kanté já fez golaço contra o Manchester United.

Na somatória dos jogos, todos atacam e participam do jogo ofensivo.

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Se nos times de Guardiola os laterais muitas vezes atuam por dentro pra garantir uma saída de bola limpa; no Chelsea de Antonio Conte eles servem para alargar o campo e atacar o tempo inteiro. Victor Moses e Marcos Alonso simplesmente não param de atacar, sempre ao mesmo tempo.

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Quando um chega mais ao final do campo e passa para a área, o ala do lado oposta fica mais por dentro para finalizar e acompanhar o seguimento da jogada.

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Estatísticas de Moses em seus primeiros 04 jogos na função designada por Antonio Conte. O nigeriano parece ter se encontrado em alto nível, jogando como ala. | Créditos: whoscored.com

Moses parece que encontrou sua posição. Se sente um Cafu, tamanha confiança e autoridade no lado direito do campo. A função se encaixou perfeitamente aos seus atributos físicos. E tecnicamente vem correspondendo, sendo que geralmente necessita apostar corrida com os defensores adversários ou acionar um dos homens de ataque. O espanhol Alonso chegou para completar o elenco e vem correspondendo positivamente, embora ainda falte um acerto técnico maior.

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Defensivamente, ambos recuam e se alinham aos três zagueiros, onde ambos correspondem muito bem, principalmente o nigeriano em confrontos diretos.

Trio de Ataque

Como são os alas que ocupam o limite da linha lateral, cabe ao trio de ataque jogar por dentro e causar o caos nas defesas adversárias. O posicionamento inicial é Eden Hazard à esquerda, Pedro na direita e Diego Costa no centro. Porém, no jogo existem diversas mutações, principalmente do craque belga, que constantemente vai ao encontro da bola para produzir jogadas no terço final.

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Diego Costa segue sendo letal: O segundo jogador que melhor converte gols a cada chute (24.3%); o terceiro que mais chuta no alvo e o quarto que mais finaliza em todo o Campeonato Inglês | Créditos da imagem: Sky Sports

Diego Costa segue o mesmo atacante de sempre: um tanque, rompedor de defesas, de muita entrega e faro de gol. Cada vez mais letal em seus jogos. O desenho atual favorece o atacante que além de criar muito para si mesmo, vem recebendo mais chances de gol.

Pela direita, jogam Pedro (titular no momento ou William). Enquanto o Brasileiro é mais garantia de dribles, o espanhol mostra muito oportunismo e entendimento dos movimentos coletivos da equipe.

Por último, mas definitivamente o mais importante, vem o craque do time (se redimindo sob a batuta do novo comandante):

O melhor Hazard possível

Após temporada 15/16 pouco inspirada, Eden Hazard vem mostrando o futebol que o consagrou como melhor jogador da EPL 14/15. Embora, há de se marcar que de jeito diferente. O belga serve os companheiros e passa numa frequência menor, mas vem se mostrando cada vez mais atacante e goleador.

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Respectivamente: Jogos; gols / assistências; chutes por jogo, passes-chave por jogo, dribles por jogo, passes por jogo, % de acerto de passes. Vemos um Hazard mais completo, mais participativo e finalizador de jogadas. | Créditos: whoscored.com

 

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No 3-4-3 idealizado por Conte, Hazard é um atacante que se movimenta livremente. Como o esquema de posicionamento feito pela BBC mostra, o belga fica grande parte dos jogos à frente até mesmo do matador Diego Costa. | Créditos das imagens e fontes de dados: posicionamento médio do Chelsea (BBC); Gols, assistências e números respectivos de Hazard na atual temporada (whoscored.com)

Quando recebe a bola, sempre busca um destino vertical às jogadas; geralmente combinando com Diego Costa, com Alonso ou Pedro num ataque ao espaço vazio. Antonio Conte viu que um jogador do talento de Hazard, “fixo” apenas num lado do campo era desperdício. E que aparecendo em todos os setores, se torna um problema para as defesas inglesas.

É o craque do time. A quem mais se atribuí o sucesso ofensivo da equipe; que é de naturalmente refém da sua capacidade de atacar, criar, driblar e conduzir a bola.

Geladeira de Antonio Conte

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As mudanças promovidas por Conte geraram excelentes resultados, porém, nada acontece sem gerar impactos. Jogadores do quilate de John Terry, Michy Batshuayi e Cesc Fabregas perdem espaço até na rotação do elenco.

O zagueiro inglês talvez não tenha o mesmo vigor físico de Cahill para participar do ataque. E desmontar a defesa que não tomou gol em 6 jogos consecutivos não aparenta ser muito justo com o elenco. O atacante belga, que no começo da temporada sempre foi utilizado como fato novo para modificar o panorama de jogos; duplando com Diego Costa e aumentando a presença de área. Agora, sequer deve ser cogitado num onze inicial enquanto o hispano-brasileiro não ser suspenso ou se lesionar. O meia catalão no início da trajetória de Conte despontou como uma solução, por sua capacidade de criar e iniciar o jogo, mesmo que deixasse dúvidas quanto a sua intensidade. Agora, num esquema que não presa tanto pela figura do meia passador, deve ficar escanteado nesse momento.

E ainda temos o futuro retorno de Kurt Zouma; defensivamente talvez seja o melhor jogador do elenco do Chelsea, e que tem características que se encaixam nas tarefas dos zagueiros, até porque já jogou de volante com José Mourinho.

Sucesso e mais testes importantes à frente

Após início turbulento na Premier League, com a defesa sofrendo gols em quase todas as partidas, o Chelsea parece ter atingido alto grau de estabilidade defensiva e de assimilação das ideias de seu treinador.

O treinador foi merecida e incontestavelmente eleito o melhor do mês de outubro.

O treinador foi merecida e incontestavelmente eleito o melhor do mês de outubro.

Tudo isso graças ao trabalho de Antonio Conte, que percebeu a tempo as necessidades e características do time londrino. O 3-4-3 simplesmente usa o que o Chelsea tem de melhor e vem se mostrando mais versátil que o esperado. A posse de bola da equipe é de 52%; que também já mostrou que consegue alternar entre ser reativa e propor o jogo.

As partidas contra Manchester United e Everton servem para resumir o altíssimo nível de equilíbrio alcançado pelo Chelsea de Conte:

Porém, como sempre no futebol de alto nível, a cada jogo o 3-4-3 será testado a respeito de sua eficiência. Os próximos dois jogos são de suma importância para averiguar a solidez e maturidade do esquema montado por Antonio Conte: enfrentar Tottenham (casa) e Manchester City (fora) serão ótimos parâmetros acerca do nível atual do Chelsea.

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sábado, 19 de novembro de 2016

Titebilidade é competência | Imigrantes 051

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Obrigado, sr Adenor

 

Não tem como conter a euforia. O Brasil inteiro está encantado com o futebol apresentado pela Seleção do sr Adenor, o nosso Tite. Reunir os amigos para assistir o jogo, lotar estádio com ingresso caro e ficar até de madrugada para ver um Brasil e Peru são pontos que revivem os ânimos.

Qual o segredo dessa nova Seleção? Tite não convocou muito diferente de Dunga e no que se distinguiu foi muito criticado, como Paulinho, Taison e Giuliano. Nem descobriu preciosidades: quem vê futebol europeu sabe que o Casemiro já era realidade desde os tempos de Porto. Será que é o 4-1-4-1? Ou o ambiente?

Talvez seja tudo isso e mais um pouco! Ouça e comente: o que fez a Selê mudar de postura?

Participem da promoção e ganhem um FIFA!

O programa

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quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Gabriel Jesus é o Luis Suárez tupiniquim

O título deste texto possui um exagero proposital. Obviamente, não dá pra comparar, no momento, a qualidade e os feitos de Suárez e Jesus. Contudo, é impossível assistir ao jovem atacante brasileiro jogando e não enxergar nele as características do matador uruguaio, fazendo com que tenhamos a esperança de ter por muitos anos com a camisa do Brasil um centroavante ao estilo “Luisito”: técnico e lutador. Gabriel Jesus é, sem dúvidas, a melhor notícia do futebol brasileiro no ano.

Gabriel Jesus comemora gol marcado contra o Peru

Gabriel Jesus comemora gol marcado contra o Peru. Foto: Lucas Figueiredo – CBF

A primeira convocação de Tite à frente da seleção trouxe dois jovens atacantes que vinham da histórica conquista da inédita medalha de ouro olímpica: Gabriel Jesus e Gabigol. A sensibilidade do treinador brasileiro o fez apostar no palmeirense como titular da equipe, ainda que Gabigol possuísse, até então, mais experiência. A escolha não poderia ter dado mais certo. São 5 gols em 6 jogos de Jesus com a camisa da seleção, além de importantes assistências.

O excepcional momento do time brasileiro, que ao vencer o Peru na noite de ontem abriu 4 pontos da liderança das Eliminatórias, passa pelos pés do palestrino. Jesus deu outra cara ao ataque brasileiro, que hoje é mais leve e dinâmico, e ajudou a melhorar o desempenho de seus companheiros. A pressão constante que o atacante exerce na saída de bola adversária, bem ao estilo Suárez, contribui decisivamente para que o Brasil recupere a posse rapidamente. Jesus luta por cada bola como se fosse um prato de comida. Além disso, a letalidade nas finalizações, a capacidade de assistir seus companheiros e a boa conexão com Neymar tornam a comparação com o uruguaio inevitável.

A ascensão de Gabriel Jesus no ano corrente é a esperança de que o celeiro de talentos que é o futebol brasileiro ainda produz e pode fornecer soluções para a nossa Seleção. A sua ida para o futebol inglês, a partir de janeiro, será importante para a sua evolução como jogador, ainda mais sendo orientado por Pep Guardiola, que se esforçou pessoalmente para que o palmeirense escolhesse o Manchester City. É preciso ter calma e paciência, afinal Jesus está somente no início de sua caminhada como jogador profissional. Porém, a sua qualidade e personalidade fazem crer que poderá seguir os passos vitoriosos de Luis Suárez no futebol.

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sábado, 12 de novembro de 2016

País de Bale

É muito difícil, é praticamente impossível explicar em pleno século XXI quem foi Diego Armando Maradona. O mundo mudou, os tempos são outros e o conceito de jogo desapareceu. Agora o que existe é a estratégia global e a “identificação” é mais complicada de sentir. Ocorre que, felizmente, a cada seis ou sete anos aparece um contexto que se junta à experiência do outro mundo, que quer viver neste o que outros viveram naquele. É o caso de País de Gales. Um povo novo que jogou uma Eurocopa em alto nível em 2016 com uma particularidade que o diferenciava dos demais: a bênção de ter um jogador como Gareth Bale, um jogador que, quando está representando seu país, muda o seu patamar e veste a capa de herói em todas as noites. Sem exceção.

Bale suporta todo o peso de uma nação. Encerrado o hino nacional, a esperança de três milhões de almas se convertem em pressão e recaem sobre seus ombros, mas ao mesmo tempo a energia de cada uma se transforma em paixão e impulsiona o meia-atacante. Em condições normais, o natural de Cardiff é fantástico.

Por isso, o Real Madrid pagou uma fortuna para tirá-lo do Tottenham. Depois de quebrar a hegemonia do Barcelona de Guardiola na Liga Espanhola, Florentino Pérez sabia, em 2013, que seria a hora definitiva de recuperar o prestígio em terras europeias. A obsessão pela conquista da décima taça de Liga dos Campeões tinha que acabar. Sim ou sim. Então, foi a Londres buscar aquele enérgico extremo em plena evolução para se juntar a Cristiano Ronaldo e dar o passo final rumo à glória continental. Três anos depois, o Real não só conquistou La Décima, como também somou à sua vitoriosa história a Undécima.

Mas acontece que o Bale de Gales é outra coisa. Não melhor ou pior. Mas diferente. Monopolizou a produção goleadora ao chegar a um ponto de haver participado de 78% dos gols da equipe durante a fase classificatória para a Eurocopa: foram sete gols e duas assistências no geral. Não cabe dúvida de que esse é o maior recurso que o meia-atacante oferece ao técnico Cris Coleman, mas é bom deixar claro que o sistema de jogo é totalmente dependente das ações do camisa 11 em campo.

A proposta que o comandante achou para competir foi organizar um esquema com uma linha de cinco atrás, evidenciando a tendência de recuar e atacar com velocidade e verticalidade ao recuperar a bola, aproveitando a potência de Bale, sem uma posição definida. Na teoria, o craque tem toda a liberdade do mundo para atuar como uma espécie de segundo atacante ou camisa 10, auxiliando Robson-Kanu, a referência. Bale cai muito pelas pontas, mas sua principal função é gerir o contra-ataque recebendo numa zona mais central. A Gales, é conveniente entregar a bola ao adversário e apostar em um jogo conservador porque Bale permite agressividade e profundidade mesmo se receber uma bola a 40 metros do goleiro rival.

Em território francês, quando expôs para o mundo sua autoridade, personalidade e heroísmo quando o assunto é defender sua pátria, Bale demonstrou ser capaz de quase tudo. Vimos aparecer em qualquer posição do campo, tomar decisão com o mais absoluto critério, ter gestos técnicos maravilhosos, fazer jogadas impossíveis, receber no meio-campo e, mesmo assim, criar uma ocasião de gol. Em resumo, foi (e é) um tormento. Sofreu, lutou, venceu batalhas, mas não venceu a guerra. Perdeu, evidentemente. Em primeiro lugar, porque não é Maradona, caso contrário haveria conquistado a taça. Em segundo, porque perdeu para Cristiano Ronaldo. O futebol é como uma balança. Coloca-se em cada lugar o que pesa cada jogador. E quando um enfrenta o outro, como naquela noite de Lyon, ao galês todavia restam quatro anos para tentar ser mais decisivo que o gajo.

pais-de-bale

A missão de Bale na terra ainda não acabou. A penúltima prova consiste em colocar País de Gales em uma Copa do Mundo. Mesmo após a Eurocopa, a seleção ainda é vista como uma surpresa. Sua história já foi escrita e cravada como lendária. Mas Bale quer mais. Não está satisfeito. Tem um desafio e quer levar seu exército para a Rússia. Com ele começou a aventura em uma heroica classificação inédita à fase final de Euro, com ele continuou através de sua ascensão no torneio na França, que permitiu aos outros 22 guerreiros ganhar confiança suficiente para acreditar que era possível, e de Bale é agora a incumbência de que a história (ainda) não pode terminar. Os dois últimos tropeços de Gales, contra Geórgia e Áustria, colocaram a equipe na terceira colocação do grupo D, atrás de Irlanda e Sérvia.

Hoje, os galeses estariam fora do Mundial. Mas Bale já mostrou que gosta de desafiar o impossível. Como o bom e velho Diego Maradona.

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segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Mikel Oyarzabal: esperança no Anoeta

Os clubes de futebol do País Basco, sobretudo os fortes Athletic Bilbao e Real Sociedad, sempre foram reconhecidos pela capacidade impressionante para produzir jovens de grande talento. No que toca ao time azul e branco, o último expoente que confirma essa regra é ninguém menos que Antoine Griezmann. Agora o clube acompanha a ascensão de mais um atleta de futuro promissor: Mikel Oyarzabal.

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Os primeiros passos

Natural de Eibar, o atleta deu seus primeiros passos no futebol justamente no clube homônimo, mas aos 14 anos firmou com a Real Sociedad, começando a trilhar o caminho que o levaria ao ótimo momento vivido atualmente. Precoce, aos 17 já representava a equipe B Txuriurdin. No entanto, pouco durou sua passagem pelo time, pois rapidamente provou estar preparado para atuar no mais alto nível, o que convergiu também com o momento ruim vivido pelo clube basco, à época treinado por David Moyes.

O treinador escocês deixou Anoeta, chegou o atual comandante – Eusebio Sacristán –, e o jovem ganhou ainda mais espaço, mostrando enorme potencial.

Habitualmente meia pelo lado esquerdo (mas eventualmente pelo centro e, em outros turnos pela direita), Oyarzabal tem se mostrado extremamente apto às exigências físicas, técnicas e táticas do futebol hodierno. Curiosamente, é um ponta canhoto que de fato tem preferência pelo lado esquerdo.

Foto: RealSociedad.com

Foto: RealSociedad.com

Evolução rápida na equipe e jogo marcante

Com ótima leitura do jogo, vai à frente com qualidade, tendo os recursos do passe, da finalização e da velocidade apurados. Mas, também apresenta o entendimento de que precisa reforçar a marcação quanto sua agremiação é atacada. Outro ponto a ser considerado é o trabalho que faz para dificultar a marcação adversária, explorando ao máximo os espaços concedidos pelos laterais rivais.

Diante disso, velozmente, ganhou o espaço que, esperava-se, seria entregue ao português Bruma e conquistou público e crítica. Isso tudo com apenas 18 anos de muita personalidade.

O ápice de seu desempenho talvez tenha sido visto quando a Real Sociedad recebeu o Barcelona no temido Estádio Anoeta.

Na ocasião, além de uma entrega assombrosa, mostrou o algo mais que falta a muitos atletas: poder de decisão. Foi dele o gol solitário que garantiu a vitória da esquadra basca. Bem posicionado na pequena área catalã, o garoto desferiu cabeceio com muita acuidade e seu nome encheu as linhas dos mais diversos jornais de todo o mundo.

“Foi muito bonito, sobretudo porque o marquei com a Real, a equipe com que sonhei toda a minha vida, e porque valeu a vitória. Desde sempre vejo os jogadores de Barcelona e Real Madrid na televisão como os melhores do mundo. Consegui marcar e ganhar deles”, disse o jovem sobre o gol contra o Barcelona, em entrevista ao Mundo Deportivo.

Esse tento pode ter sido o de maior destaque anotado por Oyarzabal na temporada 2015-16, a de sua estreia profissional. Mas isso é nada que nos impeça de valorizar igualmente os outros cinco que marcou. Sem mencionar as importantes 20 oportunidades de gol que criou para seus companheiros.

Aliás, é sua veia como assistente que mais tem aparecido no início da campanha de 2016-17. Ainda não marcou, mas já ofertou quatro assistências (em 10 jogos de La Liga).

Um futuro furioso

A qualidade do jovem tem estado em evidência e isso, por óbvio, não passou despercebido aos olhares da Seleção Espanhola. Aos 19 anos, já estreou pela Fúria, tendo se tornado o jogador mais jovem de toda a história a fazê-lo, ainda sob a batuta de Vicente Del Bosque. Tal acontecimento ocorreu contra a Seleção Bósnia, em maio deste ano, ocasião em que substituiu Nolito.

Assim, como não poderia ser diferente, vem atraindo o interesse de Barcelona e Real Madrid. Sua saída foi especulada já na última janela de transferências europeia. Todavia, as negociações não avançaram, em parte em razão das peculiaridades que rondam a vida do atleta.

Incomum personalidade

Sem possuir uma agente, Oyarzabal deixa nas mãos de sua família os rumos de sua carreira. Foram eles os grandes responsáveis pela escolha pela Real Sociedad, quando se tornou inevitável a saída do Eibar.

Outra curiosidade em sua trajetória foi o pedido, ainda em tempos de categorias de base, formulado à diretoria azul e branca para voltar por empréstimo a seu clube originário que passava dificuldades, com o risco iminente de rebaixamento. Pedido feito e concedido.

Hoje com o contrato renovado até 2022 e cláusula de rescisão contratual no valor de €40 milhões, o jogador não mostra pressa para deixar Anoeta:

“(…) só penso em fazer um segundo ano bom. Aqui estou em casa, estou agradecido a todo mundo por tudo o que fizeram por mim. Quero ficar aqui e dar alegrias à torcida”.

Todavia, a não ser que a Real Sociedad consiga subir vários degraus na hierarquia do futebol europeu, será inevitável ver, brevemente, Oyarzabal mostrando suas qualidades em outra praça. Enquanto isso não ocorre, os torcedores azuis e brancos mantêm muita esperança, pois tem em quem depositá-la.

Olho Nele!

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domingo, 6 de novembro de 2016

Jorge Sampaoli contra Lionel Messi

O futebol permite duas formas de tentar parar Lionel Messi. A primeira é a mais tradicional. Ficar posicionado na defesa, bem colocado, tratando que Messi receba a bola o menor número de vezes e longe do gol. Até o momento, a Inter de Mourinho é a grande representante dessa opção. Logo, existe um seleto grupo de equipes capazes de abordar a segunda via, sem dúvidas a mais difícil. Falamos de ter a bola o tempo suficiente para que o argentino se desconecte da partida ou entra tão pouco no jogo que goze de apenas duas ou três chances para decidir. A Alemanha de Joaquin Löw foi a primeira representante, na final da Copa do Mundo. O Chile de Sampaoli usou o antídoto exatos um ano depois, na final da Copa América. Agarrar-se a esse estilo tende a ser um caminho inviável no contexto Barcelona, pois os blaugranas terão a posse ante 99,99% dos rivais. O Real Madrid de Ancelotti foi o que mais se aproximou, mesclando os dois jeitos de se defender. Exibiu no último superclássico de Carleto, na derrota merengue por 2 a 1 no Camp Nou em março de 2015. Recordemos.

O Real exibiu em Barcelona uma atitude paciente em sua maneira de se posicionar defensivamente. Esperou em blocos baixos, passivamente, no 4-4-2, para que Messi não usufruísse de espaços, formando um triangulo com Isco, Kroos e Marcelo, trio que cercou o craque sem ter nenhuma pretensão de desarmá-lo com rapidez. Desse jeito, o Real abortou o destino dos passes de Messi ao lado contrário e deixou o Barça sem presença massiva do seu gênio, que representava 80% da criatividade. A consequência disso foi a perda de volume de posse por parte dos culés que foi transferida para os blancos. O Real parecia muito próximo do triunfo, mas um gol de Suárez quebrou a confiança da equipe e o Barça abocanhou os três pontos, fundamentais para a conquista da Liga ao final da temporada.

Sampaoli volta a reencontrar seu compatriota em condições decisivas. Afinal, à parte a Supercopa (onde ainda estava conhecendo seu time e mal pôde competir), Jorgito começa a ver seu estilo de jogo convencer na Andaluzia. A classificação para o mata-mata da Champions está próximo, e na Liga, com 21 pontos, está três pontos atrás do líder Real Madrid. O grande desfalque sevillista para o big match da 11a rodada será Samir Nasri. No entanto, a vitória por 4 a 0 contra o Dínamo Zagreb no meio da semana deu a sensação que a equipe tem uma base tática bem definida, ainda que tenha ficado evidente a falta da qualidade e o diferencial do francês. Na base da confiança e o passar do tempo, os comandados de Sampaoli estão mais cerca da proposta.

Com N’Zonzi de primeiro volante, o Sevilla tem músculo e intensidade para formar uma jaula anti-Messi. O mais destacável é a maneira como o francês vem interpretando o seu novo papel, diferente dos tempos de Unai Emery. Principalmente em um meio-campo sem Nasri e com Ganso ainda voltado muito ao último passe, N’Zonzi é quem mais cria linhas de passes desde a sua posição. Ao brasileiro, a falta de dinâmica o impede, por momento, de ser onipresente, o que pode ser um problema contra o Barcelona. Até por isso, é difícil de imaginar o meio-campista iniciando no jogo no Ramon Sánchez Pizjuan.

Foto: Site Oficial do Sevilla | Luciano Vietto será fundamental no embate a Busquets, tétrico neste início de temporada

Foto: Site Oficial do Sevilla | Luciano Vietto será fundamental no embate a Busquets, tétrico neste início de temporada

Com Vitolo e Vázquez atuando mais por dentro do sistema ofensivo, a circulação sevillista ganha mais agilidade e Mariano e Escudero agridem os espaços deixados nas laterais, fundamental no embate a uma defesa carente de qualidade sem Gerard Piqué e hesitante na transição. Cabe registrar que a ausência de Iniesta triplica a importância de Messi na elaboração dos ataques catalães. E com um Busquets em estado agonizante como o deste início de temporada, Sampaoli pode usar Vietto sem bola para sufocar o volante espanhol e impedí-lo de oferecer passe atrás ou saída para Lionel. Tirar a velocidade da circulação para administrar o tempo. Neymar e Denis Suárez (de acordo com o Mundo Deportivo, o cotado para completar o trio de meio-campo) serão fundamentais baixando para ajudar a transição barcelonista ao ataque e desafogando Messi.

Na coletiva pré-jogo, Sampaoli declarou intenções ao admitir que vai, realmente, tentar a iniciativa do jogo. “O Barça tem um trio de ataque poderoso que, com espaços, pode fazer a diferença no contra-ataque. Mas tentaremos ser protagonistas com a bola. Quanto mais se tem a pelota, mais altas são as chances de frear Messi. É o melhor jogador do mundo. Quando quer, provoca situações indefensáveis. Tinha que haver duas Bolas de Ouro cada ano, uma para ele e outra para o resto”, rendeu-se o comandante. Em qualquer caso, Sampaoli também sabe que o explicado no texto cai por água abaixo se Messi for o que costuma ser em grandes noites. Até porque, caso esteja inspirado, parar o alienígena da Catalunha é impossível.

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sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Rico no papel, pobre em campo

Foto: Bruno Cantini/Atlético MG - A campanha é boa, já o futebol apresentado...

Foto: Bruno Cantini/Atlético MG – A campanha é boa, já o futebol apresentado…

Victor, Rafael Carioca, Cazares, Robinho, Luan, Fred… Qualquer torcedor gostaria de ter jogadores desse calibre no elenco do seu clube. Qualquer treinador gostaria de olhar para o banco e ver que pode contar com um Lucas Pratto ou um Dátolo. O Atlético Mineiro tem todas essas peças e um pouco mais, mas que apresenta um futebol muito abaixo da expectativa. Mesmo com tanta qualidade a disposição, Marcelo Oliveira não consegue montar uma equipe que tenha o mínimo de domínio e jogue bem. O Galo joga sempre na trocação, como dois lutadores que baixam a guarda e mandam socos um atrás do outro, sem medir os atos e as consequências, e esperando derrotar o oponente na marra.

E muitas vezes vence assim, porque tem muita, muita qualidade técnica. Às vezes bastam alguns segundos de tabela entre Robinho, Fred e Cazares para alguém sair na cara do gol e mudar o placar. É por isso que o Atlético ainda sonha com o título brasileiro e está na final da Copa do Brasil. Se fizermos uma tabela da qualidade do futebol apresentado, com certeza o alvinegro mineiro não estaria próximo do topo. Apesar de todas as individualidades que podem ser decisivas, o futebol ainda é um jogo coletivo e qualquer jogador, por melhor que seja, precisa da ajuda dos seus dez companheiros. E isso o Galo não tem.

Foto: Bruno Cantini/Atlético MG - Marcelo Oliveira não fez o Galo jogar bem em 2016

Foto: Bruno Cantini/Atlético MG – Marcelo Oliveira não fez o Galo jogar bem em 2016

Quando ataca a equipe não consegue construir jogadas coletivamente com aproximações, tabelas, movimentações ou qualquer comportamento treinado e coordenado. Os jogadores se dividem em bloco: seis atrás tentando levar o time ao ataque e quatro enfiados na frente esperando a bola. O resultado é uma avalanche de ligações diretas para o centroavante. Por isso Cazares é tão fundamental e o time joga melhor com ele. Por característica, o equatoriano recua para buscar a bola nos pés dos volantes e, com toda a técnica que possui, consegue tirar o time do campo defensivo e levá-lo a metade rival. O camisa 11 é quem conecta as peças e faz o time andar, como no futebol dos anos 80, dependente de um “armador clássico”. Sem ele, não há outra alternativa que não seja o excesso de ligação direta e a luta pela segunda bola.

Como não possui mecanismos para propor o jogo, o Atlético dificilmente controla as partidas. Vive sempre no limite, colocando o coração do torcedor a prova. Na partida frente ao Sport, ainda no primeiro turno, o time mineiro abriu 4 a 2 de vantagem e cedeu o empate. Assim como no duelo contra o Internacional, na semifinal da Copa do Brasil. No Rio Grande do Sul, foi sufocado na maior parte do jogo, mas acertou um contra-ataque nos minutos finais e venceu por 2 a 1. Em Belo Horizonte, mesmo com a vantagem conquistada, não teve cadencia e muito menos controle. Fez mais um jogo de trocações sem necessidade alguma. Bateu, apanhou e outra vez viveu no limite.

Foto: Bruno Cantini/Atlético MG - Fred, Luan e Robinho: peças importantes do forte elenco alvinegro

Foto: Bruno Cantini/Atlético MG – Fred, Luan e Robinho: peças importantes do forte elenco alvinegro

Também porque sem a bola o time de Marcelo Oliveira não da garantia alguma. Suas marcações individuais deixam o time espaçado, facilmente batido com qualquer ataque mais elaborado. A todo momento os zagueiros estão expostos, tendo que enfrentar o atacante sozinho, sem cobertura. Basta ver a situação do zagueiro Erazo. Ano passado, quando atuava pelo organizado time do Grêmio, fez bom Brasileiro e foi amplamente elogiado. Nesta temporada, jogando com pouquíssima proteção, tem suas deficiências técnicas expostas e recebe críticas da torcida. Não que o equatoriano seja um zagueiro excepcional, mas também não é tão ruim quanto suas atuações recentes sugerem.

Em 38 partidas sob o comando de Marcelo Oliveira, apenas em nove ocasiões o goleiro do Galo saiu de campo sem ser batido. Isso quer dizer que em 77% das partidas o Atlético “já começa perdendo” e vai precisar de, pelo menos, dois gols para vencer. Ou até mais, já que em 12 partidas a equipe sofreu mais de dois tentos. São 42 bolas na rede contra, o 7º time mais vazado do Brasileirão. São números impressionantes quando comparados a campanha que o coloca na disputa pelos dois principais títulos nacionais. Caso o time tivesse uma consistência defensiva maior, poderia estar ainda mais vivo na briga pelo Brasileiro. Problema semelhante ao vivido na temporada passada, quando sofreu 47 gols e foi vice-campeão.

Foto: Bruno Cantini/Atlético MG - Coletividade só na foto, o Galo vive das individualidades

Foto: Bruno Cantini/Atlético MG – Coletividade só na foto, o Galo vive das individualidades

Apesar de todo o investimento em um elenco estrelar, a produção alvinegra em 2016 ficou abaixo do esperado. A temporada ainda pode ser salva com a conquista da Copa do Brasil, mas os bons resultados não podem esconder as falhas do pobre futebol apresentado. É bem verdade que as lesões afetaram em cheio o elenco mineiro. Provavelmente Marcelo Oliveira vai encerrar o ano sem ter tido a oportunidade de contar com todos os seus jogadores para um jogo sequer. Porém, mesmo com tantas baixas, o plantel sempre ofereceu alternativas e em momento algum o Atlético esboçou um time organizado e minimamente independente das suas individualidades. Para 2017, fica a lição de que pouco adiante empilhar craques se não arruma-los em campo.

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quinta-feira, 3 de novembro de 2016

As Maiores Polêmicas do Futebol Brasileiro | Imigrantes050

capa

1951, 1987, 2000 e 2005

O futebol brasileiro as vezes parece que transcende o esporte. O que parece ter surgido com o mero intuito de empurrar uma bola para o outro lado de uma linha se tornou uma paixão. E no Brasil isso parece que ganhou requintes de radicalismo. Para o torcedor não basta ser campeão, tem que poder ser mais campeão que os rivais (ou tanto quanto) e poder esfregar isso na cara deles. Com isso, certamente, surgem as folclóricas polêmicas do esporte em terras tupiniquins.

Tudo começa em 1951, perpassa por 1987, 2000 e a viagem enfim termina em 2005. São quatro grandes acontecimentos envolvendo alguns dos maiores clubes do país que deixam feridas no debate até hoje. É nosso! Não tem Mundial! Como pode dois Mundiais com uma Libertadores? Essas frases são comuns na internet, no papo de boteco e até nas análises mais críticas e sérias do jornalismo deste país.

Imigrantes 050 é um marco. Quando achávamos que 10, 20, 30, 40 programas era muito, vem a meia centena. O agrecimento a todos pela excecução e sucesso deste programa deve-se a dezenas de pessoas: convidados, produtores, editor, além dos auxílios nos bastidores com ideias, críticas e elogios. A equipe do Doentes por Futebol foi essencial para que este podcast saísse do papel. E o público foi essencial para que chegássemos onde chegamos: Top3 podcasts de Esporte mais escutados no país e Top200 de todas as categorias.

Assim, resolvemos presenteá-los com um dos que consideramos os melhores conteúdos do programa: um debate sério, bem humorado, participativo, imparcial e amplo sobre as maiores polêmicas do futebol brasileiro. Sim, teve Mundial de 1951, Brasileirão de 1987, Mundial de 2000 e Brasileirão de 2005! Teve Palmeiras, Flamengo, Sport, Corinthians e Internacional. E é claro, teve Leandro Lainetti, Pedro Galindo, Jessica Miranda, Hess Grigorowitschs e Caio Di Pacce opinando sobre esses polêmicos acontecimentos.

E aí, qual o seu veredito sobre esses polêmicos anos?

E tem surpresa pra quem ouvir até o final!

O programa

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Tchê Tchê, um volante moderno pronto

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Foto: Tchê Tchê/Instagram

“O jogador palmeirense recebe a bola e os marcadores o cercam. Ele parece encurralado, mas mantém a calma e, num rápido movimento, esquiva-se, passa o pé direito por cima da bola, sai com elegância e dá continuidade à jogada, tocando de esquerda e encontrando um companheiro de time livre”.

O personagem da narrativa poderia naturalmente ser o atacante Gabriel Jesus, titular da seleção brasileira e estrela do Palmeiras, líder do campeonato brasileiro, mas não desta vez.

Trata-se de um atleta cuja posição de volante tradicionalmente requer contenção e proteção de zaga, fazendo com que o jogador seja muitas vezes associado a pouca habilidade e técnica necessárias para desempenhar a função. Contudo, é muito comum também a utilização de volantes habilidosos, facilitando a rotatividade dentro de campo. É desse tipo que estamos falando.

Desde que foi apresentado no Palmeiras, Tchê Tchê chegou, vestiu literalmente a camisa e não saiu mais do time titular. Polivalente e dono de uma disciplina tática contagiante, o volante vem se destacando a cada partida e já caiu nas graças do torcedor palmeirense, que enxerga em Tchê Tchê e em seu parceiro Moisés uma dupla com a qualidade que não vê desde que César Sampaio e Galeano atuavam pelo setor há mais de 15 anos.

Revelado pelas categorias de base do Audax, Tchê Tchê se profissionalizou em 2011. Depois de passagens por clubes como Ponte Preta e Boa Esporte, a jovem promessa, mais experiente, se encontrou e ganhou destaque na campanha do mesmo Audax, que culminou no vice-campeonato estadual de 2015 – o jogador foi eleito um dos melhores meias e a revelação do torneio. Pouco tempo depois, Indicado pela comissão técnica de Cuca, o atleta chegou ao Palmeiras.

Período de adaptação? Pra quê? Bastaram dois dias de treinamento para convencer Cuca de que o esquema tático do Palmeiras necessitava do dinamismo e a mobilidade de Tchê Tchê, um jogador que veio pronto, muito em virtude do trabalho com o técnico Fernando Diniz, no Audax.

Hoje, a cada atuação do volante, vê-se o dedo do ex-treinador. Adepto do coletivismo com toque de bola e movimentação constante, Diniz uniu a essência de seus métodos ao talento natural e incontestável do jogador, fazendo com que o garoto seja regularmente visto em todos os lugares do campo, defendendo, armando e finalizando com a mesma calma e classe com que distribui o jogo.

Um verdadeiro e útil coringa dotado de atributos que atiçam qualquer olheiro de clube europeu. Em um futebol moderno em que os treinadores optam cada vez mais pela versatilidade dos atletas, Tchê Tchê surge como alternativa tentadora a qualquer time do mundo que prioriza a filosofia do passe, da movimentação e da posse de bola.

Olho em Gabriel Jesus, mas sem deixar de ter atenção a Tchê Tchê. Sua trajetória em terras brasileiras pode ser curta, muito curta.

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