quarta-feira, 31 de maio de 2017

O Sampaoli da Europa

Jorge Sampaoli chegou à Europa à sombra da revolução que fez ao lado do seu mestre Marcelo Bielsa no futebol chileno. Com essência guardiolista, Sampa mesclou os estilos que tem como referência com seu particular jeito de enxergar futebol e mudou as bases de um país estigmatizado como perdedor no esporte. Primeiro, construiu uma das equipes mais versáteis dos últimos tempos na América do Sul. Sua Universidad do Chile se caracterizava por um dinamismo e uma volúpia ofensiva tão alta que, por vezes, fora apelidada de “Barcelona das Américas”. Tri-campeão chileno, ganhou a Copa Sul-Americana de 2011, mas bateu na trave na Libertadores em 2012, quando foi parado pelo Boca Juniors de Riquelme nas semifinais na La Bombonera. Logo depois, o seu maior feito: dar continuidade ao trabalho iniciado por El Loco no Chile. Com uma geração virtuosa, com jogadores como Cláudio Bravo, Gery Medel, Jorge Valdívia, Arturo Vidal e Alexis Sánchez, Sampaoli fez do Chile uma seleção bem definida quanto à identidade.

Por isso chegou ao Sevilla com muita expectativa por parte dos torcedores. Geralmente, quando um clube europeu contrata um treinador advindo do futebol sul-americano, não há muito o que comentar porque o conhecimento é pouco. Exemplos não faltam: pra ficarmos na Espanha, Manuel Pellegrini chegou ao Villarreal em 2004 apenas como “promessa”, tal qual Diego Simeone no Atlético de Madrid em 2012 ou Berizzo no Celta de Vigo em 2014. Mas Sampaoli, pra toda Espanha, “era o técnico que tirou um título de Messi”. Mais: “o treinador responsável por eliminar a Espanha de Del Bosque de uma Copa do Mundo”. Todos conheciam. E Monchi não duvidou em contratá-lo: queria levar um pouco da filosofia que predominava na Espanha a um ambiente historicamente acostumado a um jogo mais militar e físico (não confundir com conservador).

Mas a verdade é que houve um ponto em que Sampaoli constatou que não seria possível levar 100% do seu DNA pro Ramón Sánchez Pizjuán. Não por pressão de uma torcida que, nas últimas três temporadas, havia comemorado um inédito tri-campeonato da Liga Europa com Unai Emery, treinador com natureza totalmente diferente do argentino. E sim porque o legado de Unai, refletido em 80% do elenco, precisava ser respeitado e, de uma forma ou outra, acabaria por condicionar a gestão de Sampaoli. Assim, seu primeiro Sevilla foi difícil de compreender. Sampa buscou um 4-3-1-2 que variava para um 4-1-4-1 em que os dois laterais (Vitolo e Mariano) tinham comportamentos de pontas, deixando a parte defensiva para os dois zagueiros e o primeiro volante N’Zonzi. Não bastasse isso, os primeiros meias escolhidos também desempenhavam funções mais relacionadas a gerar ocasiões do que controlar o jogo com ou sem a bola, casos de Sarabia e Kiyotake. Por momentos, foi como se o Sevilla jogasse num 3-0-7: toda a zona central esvaziada e quase sete jogadores à frente da linha da bola. E aí vimos partidas malucas como Sevilla 6×4 Espanyol, Leganés 2×3 Sevilla e Deportivo 2×3 Sevilla.

O tempo acabou sendo amigo de Sampaoli neste caso. Como era um treinador com traços diferentes aos anteriores e, de uma forma ou outra, os resultados eram favoráveis mesmo com o mau futebol, houve paciência e quase nenhuma crítica para que, gradativamente, o comandante pudesse ir entendendo seu plantel. Dessa forma, a humildade para se adaptar até “surpreendeu”. E muito dessa adaptação nasceu na Liga dos Campeões. Logo na estreia contra a Juventus em Turim, um 0x0 que gerou reflexão. Foi um Sampaoli que aceitou ceder protagonismo, igualou no físico e sempre colocou um maior número de jogadores atrás da bola. Suficiente para desenvolver o segundo Sevilla, já diferente tanto taticamente, quanto no onze inicial: três defensores e um pletórico Nasri.

Foto: Site Oficial da Uefa | Steven N’Zonzi sempre de olho na bola: crescimento do francês foi impulsionado pelo comando de Sampaoli

O 5-2-2-2 ganhou vida num dérbi contra o Bétis (vencido pelo Sevilla pelo placar de 1×0) e foi ratificado no duelo contra o Atlético de Cholo, também vencido pelos andaluzes pelo placar de 1×0. Sampaoli tinha muitos problemas para sair jogando limpamente de trás e as deveras peças adiantadas sobrecarregava N’Zonzi; então a opção foi dar um suporte consistente ao ótimo volante francês com Mercado, Rami e Pareja. Com N’Zonzi protegido, o passo seguinte foi “liberar” Nasri. Jorgito fez com que, com bola, Franco Vazquez e Vitolo abrissem suas posições oxigenando os últimos três metros para Samir. O camisa 10 poderia tanto se unir a N’Zonzi no círculo central e fazer fluir o jogo sevillista, quanto conduzir a bola até Correa gerando perigo. Foram meses de um Nasri exibindo um nível semanal fantástico, individual e coletivamente.

E foi mais precisamente a fase do Pequeno Príncipe que criou a ilusão de que Sampaoli percorria o caminho certo. De outubro até janeiro, o Sevilla sofreu somente três derrotas na Liga Espanhola. No meio do caminho, acabou com invencibilidade de 41 partidas sem perder do Real Madrid de Zidane, também venceu a Real Sociedad por 4×0 no Anoeta quando este vivia seu melhor momento na temporada, além de vitórias convincentes contra Celta Vigo (0x3 na Galícia) e Málaga (4×1 no Pizjuán). Dominou o Barcelona por 45 minutos, mas não foi capaz de superar um Messi inspirado, que permitiu os culés virarem para 2×1. Chegou a acreditar que poderia brigar pelo título, já que alcançou a segunda colocação (à frente do Barça), com um ponto a menos que o Real Madrid.

Sampaoli teve méritos, claro. A capacidade para ler um encontro e detectar problemas esteve intacta. Não à toa, cansou de conquistar três pontos especificamente por causa das suas famosas “direções de campo”, quando um técnico modifica o destino de uma partida alterando-a com posições e funções (Vitolo por dentro e Nasri de 10) ou com substituições (Sarabia e Iborra; ou pinceladas de Ganso – principalmente na reta final –  e Ben Yedder). Mas a dinâmica começou a mudar negativamente. Recebeu no inverno Jovetic, soube explorar bem suas qualidades, mas não encarregou de fazê-lo uma peça que impactasse tanto no global. É verdade que o montenegrino teve sim excelentes momentos, mas a sensação final é a mesma que contempla toda sua carreira: irregularidade.

Foto: Site Oficial do Sevilla | Com personalidade, o jovem Joaquin Correa foi ao resgate do Sevilla durante a má fase. Natural de Tucumán, certamente fará parte do ciclo de Sampaoli na Seleção Argentina – está convocado para enfrentar Brasil e Cingapura

Até a bomba explodir. Mentalmente, cair da forma como caiu nas oitavas-de-finais da Liga dos Campeões foi muito duro. Futebolisticamente, o ritmo do Sevilla envolveu o Leicester no jogo da ida, mas aquele gol marcado por Vardy e o fato de que a volta seria disputado somente três semanas depois deu outra cara à eliminatória. Dito e feito: 2×0 aos ingleses na Inglaterra e Sevilla eliminado. O estopim para uma crise que, não fosse a incompetência dos adversários, poderia colocar em xeque a participação na próxima Liga dos Campeões. De uma hora para a outra, a maré de sorte do Sevilla mudou de lado e o time abocanhou cinco jogos sem vencer. Foi ultrapassado pelo Atlético de Madrid e terminou La Liga na quarta colocação. Passar por um momento de crise é normal para qualquer equipe, inclusive Real Madrid e Barcelona; mas faltou sensibilidade para Sampaoli contornar o momento ruim criando uma estrutura que permitisse ao Sevilla segurar resultados. Quando a fase negra foi instalada, veio a conclusão: os meses de bom futebol aconteceram mais por causa da capacidade individual de jogadores como N’Zonzi, Escudero, Mariano, Vitolo, Correa e especialmente Nasri e da garra que o elenco exibia disputando cada encontro como se fosse uma final de Champions do que basicamente pelos métodos de Sampaoli.

Dá para interpretar a primeira temporada de Sampaoli na Europa de duas formas. 1) para um primeiro ano de projeto, os resultados (bom mencionar essa palavra) foram satisfatórios. Passou de fase na Liga dos Campeões, diferentemente do último ano de Unai quando havia caído na fase de grupos, e terminou o Campeonato Espanhol entre os quatro primeiros colocados, o que não acontecia no Sevilla desde 2009. Venceu Real Madrid e Atlético de Madrid e dominou o Barcelona. Potenciou os nomes citados no parágrafo acima (sobretudo o de N’Zonzi, que sempre foi mal interpretado por Unai Emery, que o via como um segundo volante físico e roubador, substituto de Mbia; Sampa o deu funções com a bola que o fez explodir); 2) mas acontece que quem contrata Sampaoli, não o contrata somente para ter bons resultados. Quem o contrata, busca um algo a mais. Um jogo mais divertido, guardiolista. O Sampaoli que se adaptou à Europa para alcançar tais resultados positivos buscou conceitos mais pragmáticos. O argentino nunca falou sobre, porém talvez a ideia fosse concluir o primeiro objetivo e desenhar uma segunda temporada onde estaria mais ambientado ao elenco, à história do clube e à Liga Espanhola. Algo que será impossível de sabermos partindo do próprio Sampaoli, visto que ele deixará de treinar o Sevilla para realizar o sonho de treinar Lionel Messi na Argentina. Mas que poderemos ter uma noção, já que Berizzo, técnico da estirpe de Jorgito, comandará os andaluzes. E isso só acontecerá porque, apesar de tudo, Sampaoli conseguiu um voto de confiança da diretoria sevillista. Assim, os dirigentes aceitaram o desafio de dar prosseguimento ao bielsismo com mais um bielsista no Ramon Sánchez Pizjuán. Sampaoli começou o trabalho e agora Berizzo dará sequência. A ver.

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segunda-feira, 29 de maio de 2017

Viradas e visitantes dominam 3ª rodada do Brasileirão

Sport e Vasco buscam resultados no segundo tempo e garantem bons lucros

A 3ª rodada do Brasileirão não foi fácil para os times mandantes. Dos nove que entraram em campo, somente quatro venceram, sendo que dois com enorme sofrimento. Foram os casos de Sport e Vasco, que tiveram que buscar a virada no segundo tempo. O melhor de tudo é que os dois renderam mais que 85% de lucro nas casas de apostas de futebol.

A alternância no placar começou no sábado, no clássico entre Vasco e Fluminense. Os cruzmaltinos até abriram o placar, mas o tricolor virou com dois gols de Henrique Dourado. Isso fez com que o time da casa voltasse a pressionar. O empate veio aos 30 minutos da segunda etapa, com Andrés Escobar, mas foi Nenê, nos acréscimos, que fez a festa da torcida e dos investidores, com a vitória de 3 a 2. A vitória garantiu excelentes R$ 2,75 em cada real. O número de bolas na rede foi ainda mais interessante, rendendo inacreditáveis R$ 9,00, de acordo com estatísticas do Oddsshark.com/br.

No domingo, a façanha do Sport foi ainda maior. Os pernambucanos estavam perdendo de 2 a 0 na metade do primeiro tempo e saíram com um triunfo de 4 a 3, graças ao pé calibrado de André, que marcou três vezes. Aqui, o retorno foi mais modesto, de R$ 1,83 por R$ 1,00. Porém, o número de gols foi ainda mais empolgante que o do Rio, pois pagou fantásticos R$ 41,00 para quem investiu que o duelo teria no mínimo sete bolas na rede.

Já o São Paulo não sofreu tanto para vencer o Palmeiras. O primeiro tempo até foi equilibrado, mas com boas atuações de Lucas Pratto e Luiz Araújo, o tricolor marcou duas vezes na segunda etapa e bateu o rival por 2 a 0. A vitória deu R$ 2,50 em cada real, mas o saldo de gols aumentou o lucro em mais R$ 3,00. Fechando o domingo, o Botafogo bateu o Bahia, por 1 a 0 e pagou R$ 2,05.

Visitantes vencem pelo placar mínimo

Se o mais importante no Brasileirão é conquistar pontos fora, três clubes têm muito o que comemorar. Coritiba, Corinthians e Cruzeiro conseguiram arrancar vitórias simples por 1 a 0, mas que foram fundamentais para a classificação e também para aumentar as cifras da rodada.

O primeiro foi o Coritiba, que visitou o Vitória, no sábado, e com gol de Rildo, aos 27 minutos do segundo tempo, saiu com os três pontos, dando R$ 3,60 em cada real, segundo números do Oddsshark.com/br.

No dia seguinte, às 16h, o Atlético-GO manteve o péssimo rendimento e foi superado em Goiânia pelo Corinthians e o duelo rendeu R$ 1,91. No mesmo horário, o Cruzeiro obteve um baita resultado. Se os demais times conseguiram triunfos contra equipes em má fase, os mineiros foram até a Vila Belmiro e venceram o Santos, com gol de Thiago Neves. Até pela dificuldade, o retorno foi o mais interessante do trio, pagando R$ 3,80.

Empates rendem boas cifras

Outras duas partidas terminaram empatadas. Jogando em casa, o Atlético-MG manteve a sequência de resultados negativos e ficou no 2 a 2 com a Ponte Preta, garantindo R$ 4,20 por cada real. O destaque do jogo foi Lucca, que marcou dois gols em um espaço de três minutos.

Já o Atlético-PR começou atrás, mas buscou o 1 a 1, na Arena da Baixada, com o Flamengo. O retorno do duelo de rubro-negros rendeu R$ 3,00.

Clássico catarinense fecha a rodada

Com começos distintos, Chapecoense e Avaí se enfrentam na Arena Condá, nesta segunda-feira, às 20h. O lado verde de Santa Catarina é o que está mais animado. Primeiro, o clube segurou um empate em 1 a 1 com o Corinthians, fora de casa, e em seguida, bateu o atual campeão Palmeiras, por 1 a 0. Com quatro pontos, tem a chance de continuar perto do pelotão de cima em caso de vitória. O resultado é inclusive o mais provável para o confronto, rendendo R$ 1,85 por cada real, segundo dados do Oddsshark.com/br.

Isso porque além da boa fase da Chape, o adversário não começou muito bem. Na estreia não passou de um empate sem gols em casa com o Vitória e depois foi completamente dominado pelo São Paulo, perdendo de 2 a 0. Sendo assim, o Avaí corre por fora, dando R$ 4,50. Caso surpreenda, o máximo que deve conseguir é um empate, que garante R$ 3,30.

Neste ano, as equipes se enfrentaram quatro vezes pelo estadual e cada um venceu duas. Com apenas sete gols nestes confrontos, a expectativa é baixa e caso tenha no máximo duas bolas na rede, garante lucro de 62%.

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A ascensão de Julian Nagelsmann

Era julho de 1987 e o Hoffenheim vivia o maior momento da sua história. O clube do sudoeste da Alemanha alcançava sua melhor colocação em 88 anos de existência: o 5º lugar na Kreisliga A, uma liga regional que, à época, equivalia a oitava divisão. A cerca de 300 quilômetros dali a pequena Landsberg am Lech, belíssima cidade de traços medievais localizada na região sul, recebia mais um habitante, o qual a família Nagelsmann daria o nome de Julian.

A partir de então se deram duas ascensões admiráveis. O Hoffenheim engatou uma série de promoções, conquistou seis títulos e saiu do oitavo escalão nacional para o primeiro em apenas 20 anos. Nagelsmann entrou para o futebol e se destacou como treinador precoce, sendo o mais novo a ocupar o cargo em toda história da Bundesliga.

Unidos por crescimentos rápidos, os caminhos de ambos se cruzaram para mais uma façanha: em seu primeiro ano completo no futebol profissional, Julian levou os azuis de Sinsheim a inédita disputa da Liga dos Campeões e faturou o prêmio de técnico do ano na Alemanha. Mas essa história começou bem antes do início da temporada.

De jogador frustrado a Baby Mourinho

Aos 14 anos Julian Nagelsmann deixou Landsberg am Lech para tentar a carreira de jogador de futebol. Foi jogar nas categorias de base do Augsburg, um dos maiores da Baviera e o mais próximo da sua cidade natal. Após um ano partiu para o 1860 Munique e atuou por lá até os 20, quando retornou ao Augsburg, já pelo elenco B. Nessa época o zagueiro Nagelsmann se viu obrigado a encerrar a carreira por sérias lesões no joelho.

Foto: Hoffenheim/Twitter oficial – O zagueiro Nagelsmann contra o atacante Sandro Wagner, seu futuro jogador

Seu último comandante foi Thomas Tuchel (hoje no Borussia Dortmund), a quem ajudou como observador após pendurar as chuteiras. Não foi algo planejado, mas uma solução pragmática para o ex-atleta cumprir seu contrato até o fim. No momento, Nagelsmann não pensava em continuar no futebol e chegou a estudar negócios, mas logo viu que essa não era a carreira certa e decidiu seguir no esporte.

Seu primeiro trabalho no campo foi como auxiliar no sub-17 do 1860 Munique, quando tinha recém completado 21 anos. Neste período, curiosamente, dirigiu Kevin Volland, que mais tarde seria a estrela do sua primeira equipe profissional. Ficou em Munique até 2010 e, finalmente, chegou ao Hoffenheim. Foi auxiliar do sub-17 por duas temporadas até ser convidado para compor a comissão técnica principal, na reta final da temporada 2012/2013.

Não era um bom ano para o clube, que brigava para não cair e estava com seu quarto técnico da temporada, Frank Kramer. Ele próprio ligou para Nagelsmann e o convidou para integrar o corpo técnico. “Quando Frank Kramer ligou, eu tive que rir. Eu não acho que ele estava falando sério. Foi muito bizarro em qualquer caso”, disse Julian Nagelsmann ao site Spox.com.

Foto: Hoffenheim/Site oficial – Frank Kramer durante sua passagem pelo clube

O time sofreu, mas escapou do rebaixamento direto na última rodada e venceu o Kaiserslautern no playoff de acesso para garantir a permanência na primeira divisão.  Não foi o suficiente para a manutenção de Kramer, demitido ao final da temporada. A experiência de Julian no meio dos profissionais foi curta, porém suficiente para lhe render o apelido de Baby Mourinho, dado pelo ex-goleiro Tim Wiese, e o comando do sub-19 na temporada seguinte.

O ano de 2013/2014 foi o primeiro grande momento do jovem treinador. Seu garotos foram campeões regionais da júnior Bundesliga pela primeira vez e asseguraram a vaga na semifinal nacional, ao lado dos outros vencedores regionais Hannover, Schalke 04 e Wolfsburg. Bateu o Schalke com um magro 1 a 0 no agregado, mas não tomou conhecimento do Hannover na final e levantou o título nacional após golear por 5 a 0. Naquele jogo, Nadiem Amiri, hoje titular do grupo principal, marcou dois gols.

Foto: Hoffenheim/Site oficial – O Hoffenheim sub-19, campeão nacional da temporada 2013/14

Na temporada seguinte, campanha de 20 vitórias e duas derrotas em 26 partidas e mais um título regional. No entanto, o Schalke vingou a eliminação do ano seguinte e conquistou a taça levando a final por 3 a 1. O time caminhava para mais um título regional com 12 vitórias em 15 jogos, quando o excelente trabalho de Nagelsmann na base do clube foi interrompido em fevereiro de 2016. Ele já havia feito muito pelos meninos, agora recebia o chamado para o elenco principal.

Arte: Doentes por Futebol – O desempenho de Julian Nagelsmann na base do Hoffenheim

Chegada ao time principal

A situação não era boa quando o técnico mais jovem da história da Bundesliga começou sua caminhada. O Hoffenheim era o vice lanterna e estava a sete pontos de se salvar sem precisar do playoff de rebaixamento. Havia 14 rodadas pela frente e um calendário ingrato reservado para o precoce treinador.

Borussia Dortmund (2º), Herta Berlim (3º), Schalke 04 (4º), Borussia Monchengladbach (6º) e Mainz (7º) visavam a Liga dos Campeões, enquanto Wolfsburg (8º) e Colônia (9º) ainda corriam pela Liga Europa. Além disso, as batalhas mais importantes ainda estavam para acontecer, já que os últimos seis colocados seriam adversários na reta final: Hannover (18º), Werder Bremen (16º), Frankfurt (15º), Augsburg (14º), Hamburgo (13º) e Stuttgart (12º). Pior, apenas o Augsburg seria na Rhein-Neckar-Arena. Nagelsmann teria que buscar pontos na casa dos principais rivais para cumprir sua missão.

Foto: Hoffenheim/Site oficial – Apresentação como técnico do time principal, em fevereiro de 2016

Na estreia, empate em 1 a 1 frente ao Werder, seguidos de vitória contra o Mainz (3 a 2), derrota para o Dortmund (3 a 1) e novo triunfo, agora diante do Augsburg (2 a 1). Em dois jogos dentro de casa, Julian já conseguia igualar as duas vitórias que o time havia conquistado no campeonato. Esse foi o principal fator na heroica recuperação do Hoffenheim. A equipe levou 16 dos 21 pontos que disputou no seu estádio. Além disso, uma sequência de cinco jogos invictos (com quatro vitórias) garantiu um pequeno alívio para as últimas quatro rodadas.

No último dia de campeonato o time de Sinsheim já estava fora de risco. A goleada sofrida para o Schalke por 4 a 1 diante da torcida não foi a melhor forma de se despedir da temporada, mas o trabalho estava feito. Após 14 semanas intensas, Nagelsmann poderia descansar e focar na temporada seguinte.

A temporada de Julian Nagelsmann

O ano começou com baixas importantes para o elenco. Kevin Volland, a estrela do time, estava de malas prontas para se juntar ao Bayer Leverkusen. O meio-campista Tobias Strobl (Borussia Monchengladbach) e os pontas Eduardo Vargas (Tigres) e Jonathan Schmid (Augsburg) também tomaram a porta de saída.

A venda de Volland, na casa dos 20 milhões de euros, deixou algum dinheiro para Julian Nagelsmann gastar. A maior parte dele, aproximadamente 10 milhões, foi para assegurar o atacante Andrej Kramaric em definitivo. O restante foi para aquisições modestas, mas precisas. Sandro Wagner, centroavante de presença no terço final, vinha de uma temporada de 14 gols com a camisa do Darmstadt; o meio-campista Lukas Rupp teve bom ano no Stuttgart, com cinco gols e quatro assistências; Kevin Vogt era um volante/zagueiro muito útil ao Colônia; Benjamin Hübner, titular na zaga do Ingolstadt; e Kerem Demirbay, o maior achado do clube, estava emprestado pelo Hamburgo ao Fortuna Dusseldorf, na segundona alemã. Estas seis aquisições custaram em torno de 23 milhões aos cofres azuis.

Foto: Hoffenheim/Site oficial – Demirbay se tornaria uma das peças mais importantes do time

Com o elenco montado, o Hoffenheim estava preparado para a temporada 2016/2017. Iniciou o Alemão com quatro empates consecutivos e, na sequência, embalou cinco vitórias. A primeira derrota só foi acontecer na abertura do segundo turno, em visita ao RB Leipzig, mas a essa altura a equipe havia mais empatado que vencido (10 E e 7 V).

Embora as partidas de um ponto tenham sido recorrentes na campanha (foram 11), elas deram estabilidade e crescimento constante. Prova disso é que na 12ª rodada a equipe ocupava o 6º lugar e esta foi a sua pior posição até o fim da competição. De lá pra cá variou entre terceiro e quinto, terminando na histórica quarta colocação. Outro fator fundamental da brilhante campanha foi o poderio em casa: 11 vitórias e seis empates. Aquele 4 a 1 do Schalke (em jogo que não valia mais nada) segue sendo o único revés de Julian na Rhein-Neckar-Arena pela Bundesliga.

Arte: Doentes por Futebol – O Baby Mourinho entre seus jogadores: três atletas são mais experientes que o treinador

Os reforços encaixaram, os empates deram pontos valiosos e a fortaleza caseira foi determinante, mas como um clube médio pode trocar a ponta de baixo pela de cima em apenas uma temporada? Para Nagelsmann, tudo começa na cabeça. “Não só fiz com que os jogadores estivessem na sua melhor forma física, desde o jogo contra o (Werder) Bremen, mas também melhorei a consciência deles. E ficou claro na cabeça deles que a gente pode (ganhar). E, se vencêssemos, voltaria a confiança. E assim tudo começou”, disse o treinador em entrevista a Trivela.

Sem conquistar a confiança de cada jogador, nada disso teria acontecido. Afinal, como os atletas acreditariam em um técnico com menos de 30 anos e sem currículo no meio profissional? Para o Baby Mourinho, aí está uma das principais funções do comandante: mostrar aos jogadores que ele pode melhorá-los, como destacou em entrevista ao El País.

“O jogador deve ter o sentimento de que o treinador o faz melhor. Eles devem sentir que há alguém que lhes ensinando coisas novas, que está desenvolvendo-os. O que sempre fazemos e treinar com a bola. Sempre a bola. Isso é o que os jogadores gostam. É um ciclo. Se eles sentem que eu os apoio, eles têm gana para vir treinar”.

É a partir disso que se constrói um grupo vencedor. Não é apenas “injetar confiança”, passar vídeos motivacionais e fazer discursos acalorados minutos antes de subir para o campo, mas o desenvolvimento de um relacionamento treinador-atleta que faz com que este cresça como profissional e passe a confiar mais em si. Assim um Demirbay sai da segunda divisão para a seleção alemã em um ano. Claro que o talento do jogador é imprescindível, é a essência do jogo e sem ele não se produz muito, mas é função primordial do comandante fazer o jogador evoluir, canalizar seu potencial e mantê-lo confiante.

Foto: Bundesliga/Site oficial – Julian Nagelsmann recebe o prêmio de treinador do ano de 2016

Adam Szalai demonstrou isso falando ao site da Bundesliga, antes de viajar para enfrentar o Borussia Dortmund. “Desenvolvemos um bom senso de autoconfiança nesta temporada. Se você olhar para os nossos jogos, pode reconhecer rapidamente em nossa linguagem corporal como vamos abordar os próximos jogos. Não precisamos nos esconder em Dortmund. Queremos impor nossa maneira de jogar e implementar o plano do treinador”. E não é um titular absoluto falando isso, mas o atacante reserva (bastante útil, é verdade) que começou jogando apenas sete vezes.

Outro que ratificou o relacionamento de Nagelsmann com o elenco foi o zagueiro Benjamin Hubner. “Julian é um verdadeiro especialista com uma ideia muito clara de futebol. Mas isso não é novidade. Ele também tem um relacionamento muito bom com o elenco e com cada jogador. Ele gerencia para manter os jogadores motivados mesmo quando eles não estão jogando muito. E isso é uma grande vantagem”.

Arte: Doentes por Futebol – Somente Bayern e Dortmund conquistaram mais pontos que o Hoffenheim desde que Nagelsmann assumiu

Sem dúvidas esse trabalho extracampo de conquista dos jogadores carrega a maior parte do sucesso da temporada 2016/2017. De acordo com o próprio Julian Nagelsmann, cerca de 70%, já que, para ele, ser técnico é “30% tática e 70% competências sociais”. Se os jogadores aprovam sua gestão, o campo comprova seus conhecimentos nos outros 30%.

Como pensa o técnico mais jovem da Bundesliga

“Eu gosto de recuperar a posse rapidamente e ser agressivo, mas jogando com a bola”, disse Nagelsmann em sua coletiva de apresentação no cargo.  A frase sintetiza o que pensa o treinador de 29 anos e caminha na direção da sua grande influência, a Alemanha de 2014. São princípios que norteiam o jogo da sua equipe sempre. São inegociáveis e independentes da formação tática. Porém, como é dever de todo técnico, há de ser levar em conta as características dos jogadores que tem em mãos.

“O mais importante é o tipo de jogador que tem na sua equipe e quais são seus pontos fortes. Tenho princípios básicos e importantes no ataque e na defesa que sempre vou manter. Não importa o exercício no treinamento ou o rival que estamos enfrentando. Tratamos de analisar os oponentes, mas sempre tendo em conta os pontos fortes dos nossos jogadores e meus princípios básicos”. Julian Nagelsmann

E quais são os princípios do treinador mais novo da história da Bundesliga? Defensivamente, seu Hoffenheim parte da forte organização coletiva. Isso é o mais importante. Os 11 jogam como se fossem partes de um grande organismo vivo que se adapta as diferentes situações do jogo.  A partir daí, executa seus três princípios básicos: marcação zonal, pressão e superioridade numérica.

Foto: Hoffenheim/Site oficial – Julian cobra organização de seus jogadores em todas as fases do jogo

Tudo começa na marcação por zona. Julian está preocupado com o espaço, depois com o adversário. Se ele ocupar bem os metros próximos à bola, seu oponente terá dificuldades para jogar. O senso coletivo é fundamental aqui, já que o entendimento completo do sistema é que vai permitir aos jogadores realizar os movimentos certos. Por exemplo: quando alguém deixar sua posição para pressionar, um companheiro vai ter que cobrir o espaço deixado pelo primeiro, e outro pelo terceiro e assim sucessivamente.

Como o time se posiciona para ocupar o espaço, sempre procura ter mais peças naquela região que o adversário. Isso proporciona situações muito favoráveis para recuperar a posse, já que todas as opções de passe estarão fechadas e ainda sobrarão ao menos dois para irem atrás da bola. Partindo do seu 3-5-2 base, o Hoffenheim faz muito isso pelos lados na altura do meio campo. Por ter dois atacantes, naturalmente induz o rival a fazer a saída pela beiradas para depois fechar com superioridade numérica em travar o avanço.

Foto: Hoffenheim/Site oficial – Sob o comando de Nagelsmann, Sule se tornou um dos melhores zagueiros da Bundesliga e já está vendido ao Bayern

Ocupar as proximidades da bola com mais jogadores é fundamental, mas pouco adianta se não houver pressão na bola. Depois de se posicionar para defender a região do campo e colocar mais homens lá, os comandados de Nagelsmann caçam a bola, atacam quem a tem e forçam erros. É obrigatório pensar e jogar muito rápido ou será engolido pelas camisas azuis em poucos segundos.

Sustentado por esses três pilares, a equipe de Sinsheim executa outros conceitos. Gosta do bloco alto para incomodar a saída rival, forçar ligação direta e ganhar ela pelo alto com seu trio de zaga formado por Sule (1,95m), Vogt (1,94m) e Hubner (1,93m). Os jogadores estão sempre próximos, o que tira espaços, facilita coberturas e permite a superioridade numérica. Cortar linhas de passe também é regra para quem está em campo.

Foto: Hoffenheim/Site oficial – O versátil capitão Rudy, mais um já negociado com o Bayern

Isso é, na prática, o que o Julian Nagelsmann quis dizer com “recuperar a posse rapidamente”.  Para “ser agressivo jogando com a bola” o jovem treinador traz outros conceitos.

Primeiro de tudo: se quer jogar com a bola, é preciso desenvolver um ataque posicional. Os jogadores precisam ter o mínimo de organização e coordenação, não pode ser uma completa correria e cada um fazendo o que bem entender. O Hoffenheim possui essa organização ofensiva. Seu trio de zagueiros inicia o jogo com a clara ideia de superar as linhas de marcação rival. Em outras palavras, ser vertical. A trinca não tem medo de arriscar passes verticais ou conduções para deixar os atacantes para trás e fazer seu time progredir. Nem sempre é pelo chão, já que o atacante Sandro Wagner (1,94m) tem estatura para disputas aéreas.

Mais do que receber ligação direta e fazer gols, Wagner é peça-chave para o jogo azul fluir. Sabe usar seu porte físico para fazer pivôs, segurar a bola na frente ou acionar seus companheiros de frente para o gol. Muitas vezes ele segura a defesa adversária para criar espaço e seus parceiros desfrutarem após receber um passe do centroavante.

Foto: Hoffenheim/Site oficial – Goleador e participativo, Sandro Wagner foi um dos destaques da temporada 16/17

Desde a saída de bola os alas estão abertos, quase pisando na linha lateral. São os responsáveis pela amplitude, para separar os adversários e criar corredores vazios na região central. Esses corredores podem ser aproveitados pelos zagueiros ou pelo volante Sebastian Rudy para os passes verticais encontrarem as opções mais adiantadas. Ou também podem ser ocupados pelos meio-campistas Demirbay, Amiri e até mesmo por Andrej Kramaric na circulação da posse.

O importante é que a equipe está sempre se posicionando para abrir e ocupar espaços. Os alas alargam o campo para todo mundo, o meio-campo arrasta jogadores para os zagueiros fazerem a saída e o centroavante prende a defesa rival para quem for jogar entre as linhas. É um processo contínuo, pensado, exaustivamente treinado e bem executado que dá vida a um dos melhores times da Alemanha.

Foto: Hoffenheim/Site oficial – Ao pé da montanha, os treinamentos em Zuzenhausen são intensos

Aqui vale destacar as escolhas certeiras na montagem do elenco. Sabendo o tipo de jogo que iria propor, Nagelsmann foi ao mercado buscar jogadores que se encaixariam no perfil proposto. Como queria qualidade no passe desde a defesa, acertou com Hubner e Vogt, que era volante no Colônia. O volante/zagueiro adicionou capacidade de bater linhas adversárias com passes, como neste gol contra o Bayern.

Na outra extremidade, queria um alvo para lançamentos que também gerasse condições para a equipe com a bola no chão e, obviamente, marcasse gols. Sandro Wagner foi esse achado. Para completar o centroavante, duas peças que saibam explorar as entrelinhas, aproveitar os espaços e chegar com peso nos últimos metros, seja para finalizar ou servir: Demirbay (6 gols e 8 assistências) e Kramaric (15 gols e 8 assistências). O alemão parte da linha de meio, recebe mais bolas da defesa e chega ao terço final de frente. Já o croata, mais próximo à área, ataca os espaços e busca associações.

Foto: Hoffenheim/Site oficial – Kramaric, artilheiro da equipe na Bundesliga

A ascensão de Julian Nagelsmann e seu Hoffenheim foi uma das grandes histórias da temporada. De candidato ao rebaixamento a inédita participação na Liga dos Campeões em um ano. A história do clube e do treinador mostra que não foi sorte ou obra do acaso, mas fruto da competência daqueles que estão no comando. Os azuis de Sinsheim encontraram alguém que possa levá-lo a voos mais altos e o jovem de Landsberg am Lech um lugar para seguir evoluindo. Aconteça o que acontecer daqui pra frente, esse casamento já está marcado na história do futebol alemão.

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domingo, 28 de maio de 2017

A temporada de afirmação de Mattia Caldara

Equipe sensação da temporada 2016/2017 do Campeonato Italiano, a Atalanta nos brindou pelo bom futebol jogado e, acima de tudo, através de jogadores como Berisha, Rafael Tolói, Conti, Papu Gómez, E Mattia Caldara. O último, por sinal, foi quem encheu os olhos deste que vos fala. Trata-se da afirmação e ascensão do zagueiro que não teve medo de jogar Série B, para depois potencializar sua carreira na 1ª divisão.

Natural de Bergamo, Mattia esteve sempre capacitado à prática do esporte. Iniciou sua profissão tendo que mostrar sempre o algo a mais, pois seu aspecto emocional não o credenciava ao futebol de primeira linha. O processo de maturação teve de adaptar-se ao jogo mais pegado e intenso da Série B italiana. Fato este que não o intimidou em nenhum momento.

Chegou ao modesto Trapani em 2014/2015. Foi na Sicília que encarou a missão de manter o time na 2ª divisão italiana. Roberto Boscaglia, então treinador, decidiu colocá-lo no banco, entrando apenas esporadicamente nas partidas. Isso obstinou o atleta, que após vários infortúnios, enfim assumiu a titularidade. Bom posicionamento, extremamente perigoso no jogo aéreo. Características que o definem até hoje. Bem, voltando ao Trapani, Boscaglia não resistiu as dez partidas sem vitória e foi demitido. O conhecido Serse Cosmi assumiu a equipe, apostou em Mattia como titular e tirou o time da briga contra o rebaixamento. O zagueiro, além de confiante, começou seu histórico de goleador. Balançou as redes nas duas últimas rodadas, sendo eleito o melhor em campo contra o Avellino e Pro Vercelli. No fim, ajudou sua equipe a figurar na honrosa 11ª colocação.

Experiente e habituado ao estilo e ritmo de jogo da série b, foi emprestado ao Cesena – equipe mais conhecida na Itália. No 4-3-3 de Massimo Drago, fez parceria com o islandês Hordur Magnússon. Atuou em 27 das 42 partidas, fez três gols, e colabirou com sua equipe na ida aos playoffs, vislumbrando o acesso. O sonho acabou na derrota para o Spezia, em casa. Apesar da meta não ter sido alcançada em 2015/2016, Caldara foi repatriado pela Atalanta.

Agora sim, série A do Calcio. A vitrine para jogar bem e conseguir um bom contrato com alguma equipe de maior expressão. Sob a batuta do ótimo Gian Piero Gasperini, com quem aprendeu mais a fundo sobre modelos táticos, atuou de maneira impecável. Fez parte, sendo peça fundamental, para obter a 4ª melhor defesa da competição, e consequentemente levou o time à Liga Europa. Não restam dúvidas sobre o jovem de apenas 23 anos de idade, principalmente ao relatarmos sua capacidade.

Sua regularidade fez com que a poderosa Juventus o procurasse para assinar um contrato. Seria amadorismo da Juve perder tal oportunidade de mercado, visando o futuro. Mattia Caldara foi eleito o homem da partida em três oportunidades, sendo uma delas na vitória de 2×0 sobre o Napoli, quando anulou Dries Mertens, e para fechar com chave de ouro fez os gols da partida. Lembra da fama de zagueiro artilheiro? Pois é! Foram sete tentos em 30 partidas disputadas. O garoto tende a evoluir ainda mais.

Elencar suas qualidades torna-se fácil, sobretudo após a excelente temporada realizada com a Atalanta. Posiciona-se bem, interceptações precisas e aperfeiçoamento no jogo aéreo. Em contrapartida, não espere dele lançamentos à la Bonucci, tampouco a técnica apurada. Raça, comprometimento tático e dedicação. Mattia Caldara já é realidade.

O reconhecimento da boa temporada veio na convocação de Giampiero Ventura, chamando-o para jogar pela Azzurra nas partudas contra San Marino e Uruguai.

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Ademir da Guia, Nova York e Bayern: O “mundial” do Bangu

Os clubes brasileiros parecem ter obsessão pelo título de campeões do mundo. Mas, o fato é que nunca se chegou num formato absoluto para um mundial interclubes. Há quem diga que o torneio começou com o enfrentamento dos campeões de Libertadores e Taça dos Clubes Campeões Europeus. Alguns dizem que o torneio só começou a valer de fato nos anos 2000; quando clubes de todos os continentes começaram a disputar a competição. E ainda tem um terceiro grupo, que leva em consideração torneios que, em suas épocas, tinham um peso internacional. Foi num desses torneios, na década de 60, que o Bangu Atlético Clube, tradicional clube do Rio de Janeiro, alcançou sua maior conquista internacional.

Competição para os destaques internacionais

Com 12 clubes de países diferentes, em 1960 surgiu a International Soccer League. Foi criada pelo milionário norte-americano William “Bill” Cox, que era um notório fã de esportes. Bill era um grande admirador de beisebol, e notava no futebol um potencial magnífico. Mas não achava que clubes dos Estados Unidos poderiam formar um campeonato atrativo para o público. Tendo esta percepção, William resolveu convidar equipes da Europa e da América do Sul.

Os convites para os clubes participantes não foram feitos de maneira aleatória. A competição contava com um nível criterioso de qualificação, mesmo que muito básico. Os clubes participantes receberam o convite em virtude de suas atuações em competições que ocorreram entre os anos de 1958 e 1960. O padrão era o convite ir para os campeões de cada localidade. Mas, houve algumas recusas, por questões de calendário. Assim a vaga  passava para o vice, terceiro colocado e afins.

Clubes Participantes

O Bangu foi convidado após a recusa do Fluminense. Outro representante das Américas na competição foi o New York Americans, time convidado do país sede. O clube estadunidense acabou por ficar no Grupo A do torneio; junto com Bayern, Kilmarnock (Escócia), Glenavon (Irlanda do Norte), Nice e o Burnley. Já o esquadrão alvirrubro do Rio de Janeiro ficou no Grupo B. Completando o grupo dos cariocas: Sampdoria, Sporting, Estrela Vermelha (da até então Iugoslávia), Rapid Wien (Aústria) e o IFK Norrköping (Suécia).

Os seis participantes de cada grupo jogaram entre si uma única vez. E os dois líderes se enfrentariam na grande final da International Soccer League. O interessante de notar é que, apesar do confuso calendário da época, metade dos clubes participantes eram de fato campeões de seus países. Isso garantia nível bastante alto para a competição. A delegação do Bangu também era uma prova do nível elevado da competição. Além de outros nomes marcantes, o bicampeão mundial pela seleção brasileira Zózimo e o lendário Ademir da Guia desfilaram pelos gramados norte-americanos.

Com seu esquadrão, o Bangu não teve dificuldades para passar na primeira colocação. Com quatro vitórias, duas delas goleadas (4×0 na Sampdoria e um 5×1 em cima do Sporting) e um empate sem gols.

A Conquista em Polo Grounds

O Bangu foi até o Estádio Polo Grounds, que já foi casa do NY Mets, para enfrentar o Kilmarnock. A partida ocorreu no dia 6 de agosto de 1960. Diante de vinte e cinco mil pagantes, vitória tranquila do time carioca.

 

O Bangu entrou em campo com Ubirajara, Joel e Darci Faria; Zózimo, Ananias e Nilton dos Santos; Correia, Zé Maria, Décio Esteves, Válter – autor dos dois gols da vitória – e Beto. Comandados por Tim, que além de ser campeão carioca pelo próprio Bangu, também ganhou o torneio com o Vasco, e três vezes com o Fluminense. Além de ter sido campeão Argentino com o San Lorenzo.

 

O Bangu também teve o melhor jogador eleito da competição. O premio de Most Valuable Player foi dado para Ademir da Guia. Zé Maria e Luís Carlos dividiram a vice-artilharia da competição junto com Pilkington, do Burnley, os três com cinco gols cada.

Marcado na história

O torneio chegou a ser realizado outras vezes. Tendo o Dulka Praha, da Republica Checa como campeão no ano seguinte. Durante os anos de 1962 até 1965, o campeão do torneio ia para o American Challenge Cup; torneio que era disputado entre o campeão da ISL do ano atual, e do ano anterior. O Bangu foi considerado o campeão de 60, e o Dulka Praha o de 61. Mas, o time Checo levou o torneio novamente em 62, 63 e 64. Só foi parado somente em 65, quando o Polonia Byton levou o torneio pra casa. É importante ressaltar que a ISL teve como campeões: o América-RJ, o West Ham e o Zagłębie Sosnowiec (Polônia). Todos foram derrotados pelo Dulka Praha na final da American Challenge Cup.

Mesmo a International Soccer League não tendo prosseguido no mundo do futebol; e nem ser tão lembrada entre os fãs do esporte, ela certamente tem um espaço especial no coração dos torcedores do Bangu. Aquele grande time foi o primeiro campeão do torneio. Um grande feito para sua época. Se a competição tem o mesmo peso de um mundial atual, é de difícil comparação.

Mas é certo que um time como o Bangu daquele ano, merece ser lembrado pela conquista.

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Obrigado, Francesco Totti

Desde que concebo minha existência, tenho no futebol parte importantíssima dela. Como brincadeira, diversão, esporte, ou, mais recente e habitualmente, escrevendo, as quatro linhas que limitam um terreno em que não existem limites me fascinam. Por isso, incontáveis vezes, pergunto-me ou sou perguntado sobre o porquê disso. Em geral, sempre utilizei uma frase para descrever meu sentimento: “há coisas que não se explicam”. No entanto, essa é uma meia verdade. O fato de o futebol ser algo tão arraigado em minhas entranhas, elemento constitutivo do meu caráter, da minha personalidade e, enfim, do que sou, sempre tornou difícil prestar tal esclarecimento. Mas é possível o fazer. E você, Francesco Totti, provou-me.

Embora tenha sempre simpatizado com a Roma, por sua história, bela camisa e pela relação que nutre com sua cidade e torcida, receio não poder me afirmar torcedor Giallorossi. E hoje invejo todo aquele que bate no peito e brada o hino romanista a plenos pulmões. Só algo muito forte poderia ter originado o vínculo entre Totti e a Roma, algo que transcende o esporte e explica, por meio da experiência, o que as palavras dificilmente conseguem.

Neste domingo, 28 de maio de 2017, parei para acompanhar Roma e Genoa, mas não pela expectativa de um grande jogo. O motivo estava no banco de reservas, 10 às costas. No entanto, ingenuamente, não esperava ser tão arrebatado pelo que viria a seguir. Não mesmo, não esperava. Não poderia.

Foto: ASRoma.com

Seu adeus, Totti, permitiu-me ser capaz de explicar meu amor pelo futebol. Fez uma dívida minha para contigo que nunca, em tempo algum, conseguirei pagar. E, você, Capitano fez isso sendo humano. Logo você, que é lenda, ícone, referência, craque, gênio e mito. Foi sua infinita humanidade que me atordoou.

Para o torcedor da Roma, a criança, o adolescente, o adulto e o idoso, perder-te deve trazer um sentimento de gratidão que extrapola os limites do futebol. Não são seus belos gols que faram mais falta, mas o fim daquela certeza de que, na sua presença, não havia o que temer. O melhor sempre seria entregue por todos os jogadores, a começar por você, que os inspirava e o torcedor tranquilizava.

Contudo, para mim, que não tenho laços de amor e paixão pela Roma, seu comovente adeus, que me arrancou poucas, silenciosas e pesadas lágrimas, transformou em palavras o que achava só ser possível sentir, até então. Sua humanidade foi imensa. E todas as contradições que nos caracterizam estiveram presentes. Ver sua despedida inspirou dor e prazer, amor e ódio (ao tempo, por sua implacabilidade). Embasbacou-me, pasmou-me.

Foto: ASRoma.com

Tive vontade de voltar no tempo, para ver mais de seus jogos. Arrependi-me por ter tantas vezes deixado o Campeonato Italiano de lado. Todavia, também me senti extremamente grato por ter me programado para acompanhar seu último ato como jogador da romanista.

Você, Totti, mostrou-me que meu amor pelo futebol vem das profundezas de mim mesmo, do meu caráter humano. Do que sou e do que quero ser. Da forma como vejo as coisas. Você me provou que o futebol é para mim um viés da vida, muito mais do que uma “coisa”. Nele cabem amor, ódio, tristeza, paixão e crença. Nossas forças e fraquezas. O futebol nos põe à flor da pele e estimula nosso pensamento, na incessante busca por o explicar.

Provavelmente, é por isso que sempre vou gostar mais de ver um futebol 100% apaixonado, dedicado e aplicado, mas limitado, do que um time 90% técnico e brilhante. É como concebo as coisas.

Foto: ASRoma.com

Seu caminhar resignado com a chegada do triste fim, sob os olhares emocionados de todos, fazendo chorar também narradores e comentaristas, fez-me entender de uma vez por todas que a essência do futebol é seu lado humano; sua reações e questões. Por isso, possui, para mim, tanta importância.

É, claro, Totti, que essa é a minha experiência com esse esporte. Tenho certeza de que ela é diferente entre meus pares, fervorosos amantes do futebol. Por isso, essa carta é totalmente pessoal. De mim, Wladimir, para você, Francesco. Dificilmente, terei a oportunidade de te conhecer e lhe apertar a mão, ainda assim não podia deixar de te agradecer, por me ajudar a entender o que sou, como sou. Também por me mostrar que o futebol e suas grandes histórias sempre valem à pena. Grazie, Capitano.

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De 1998 a 2017: o rico histórico entre Juventus e Real Madrid

O ano era 1998 e uma constelação de craques faria o mundo da bola parar por 90 minutos. Pela terceira vez consecutiva, a Juventus chegava à final da UEFA Champions League, no que seria uma espécie de tira-teima. Anteriormente, havia vencido o Ajax e perdido para o Borussia Dortmund. Por outro lado, o Real Madrid buscava reafirmar sua supremacia perante o Velho Continente – fazia 17 anos que o maior ganhador do certame não disputava uma final e 32 que não levantava a taça.

Para onde quer que se olhasse, havia talento. As metas estavam devidamente protegidas pelos competentes Angelo Peruzzi e Bodo Ilgner; as retaguardas alinham gente da estirpe de Fernando Hierro, Roberto Carlos e Mark Iuliano; já os meio-campos – ah, os meio-campos – contavam com pessoal da mais alta patente. De um lado, Edgar Davids e ele, Zinedine Zidane; do outro Fernando Redondo e Clarence Seedorf. E, nos ataques, “só” estavam lá Raúl González, Pedrag Mijatovic, Alessandro Del Piero e Pippo Inzaghi. Orquestrando as esquadras, duas entidades do futebol mundial: Marcello Lippi e Jupp Heynckes.

(Foto: RealMadrid.com)

O cenário também não poderia ser melhor: a novíssima Amsterdam Arena, casa do tetracampeão europeu Ajax, inaugurada em 1996. Estava tudo nos conformes. Era certo que se veria um grande espetáculo. Todos os elementos para tanto estavam presentes. Aliás, é importante mencionar que a edição de 1997/98 foi a primeira em que foram admitidas outras equipes que não apenas as campeãs de seus países.

Embora houvesse indiscutível talento na cancha, o zero teimou em sair do placar. Se Didier Deschamps finalizou de fora da área, pela Juventus, Mijatovic respondeu pelo Real. Conquanto a primeira oportunidade clara tenha saído dos pés de Zidane, o controle do jogo foi madrileno. Confortável com seu plano de jogo, a Juve deixava os espanhóis com a bola. No entanto, estes pouco conseguiam criar. Sua primeira grande chance apareceu quando Mijatovic fez boa jogada pela esquerda e cruzou para Raúl, que finalizou rente à trave.

(Foto: RealMadrid.com)

No segundo tempo, os Bianconeri até tentaram diminuir o domínio Merengue, com o ingresso de Alessio Tacchinardi, povoando mais o seu próprio meio. A opção deu resultado e os italianos suprimiram em parte a superioridade hispânica. Inzaghi teve chances de marcar, porém, não o fez. Então, apareceu Roberto Carlos com sua patada atômica, obrigando o goleiro Peruzzi a fazer boa defesa. Contudo, com rebote. Mijatovic estava lá e, em uma fração de segundos, o incômodo zero que o score revelava desapareceu. E foi isso.

1998 foi o ano que fez renascer o mais vitorioso time da história do futebol. O Real Madrid conquistou La Séptima. Logo, vieram La Octava, La Nona, La Décima e La Undécima. Todas as finais que disputaram a partir daquele ano, os espanhóis venceram. Vale a lembrança de que falamos de um tempo que antecede a megalomania do presidente Florentino Pérez e sua galáctica política de contratações.

Diversamente, a Juventus voltou a disputar a final da competição continental por duas vezes, perdendo-as. No período comentado também viveu de tudo; foi do céu ao inferno. Quando começava a construir hegemonia nacional, protagonizou escândalo de manipulação de resultados. Perdeu títulos. Foi à segunda divisão. Viveu duro desmanche. Aos poucos se reergueu e voltou a mostrar sua grandeza, hoje novamente indiscutível.

(Foto: Juventus.com)

Nesse tempo, as equipes se encontraram algumas vezes, inclusive. Pavel Nedved conquistou um lugar na história dos maiores de todos os tempos (em 2003), Del Piero foi ovacionado pelo Santiago Bernabéu (2008) e Álvaro Morata fez valer a famosa “lei do ex” (2015). Todavia, embora a Vecchia Signora tenha tido bom retrospecto contra o Madrid, os títulos continentais não voltaram, ao passo que, no lado alvo da disputa, tiveram que ser providenciados novos espaços para guardar mais quatro taças.

(Foto: Juventus.com)

2017 remonta 1998. Os craques estão lá. O palco será especial: o belíssimo Millenium Stadium, em Cardiff (estádio cuja importância é tanta que foi o escolhido para receber as finais da FA Cup, enquanto Wembley era reconstruído). Um jejum incomoda também, mas dessa vez é a Juve que dele sofre.

(Foto: Juventus.com)

No dia 03 de junho, tudo pode acontecer. Roberto Carlos e Mijatovic não vestem mais o manto merengue – ao menos não dentro das quatro linhas. Entretanto, Marcelo e Karim Benzema o envergam. Mais que isso: outra camisa pesadíssima, liderada por uma defesa intransponível e um goleiro soberbo, marcará presença. Os objetivos estão definidos: para os Merengues o jogo é a chance de aumentar o abismo existente entre si e os demais clubes, no tocante à títulos; já os Bianconeri tentam impor ao continente a situação que vivem na Itália.

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sábado, 27 de maio de 2017

O último dos imperadores

Uma breve homenagem a uma história eterna.

Bateram na porta. Do outro lado estava a chance das chances. Imagina só, um garoto que sonha em ser jogador de futebol receber uma proposta do Milan, um gigante internacional e dos maiores times do seu próprio país. Irrecusável, certo?

Não, para Mamma Fiorella. Ela vetou a ida do garotinho, mal sabendo que tantos outros clubes imensos bateriam àquela porta e teriam a mesma resposta.

– No, no. Mi dispiace.

As batidas que realmente importavam eram as do coração de Francesco, e definitivamente, elas pulsavam um sangue com tom mais escuro que o normal, mais especificamente grená.

 

capítulo 1

Capítulo 1 – Duas vias romanas, infinitas vias pelo mundo.

Em casa. É assim que Totti se sentiu 25 anos, no aconchego da loba e vestindo a camisa de seu time de coração, a Roma. Essa paixão surgiu ainda quando a maioria da criançada da capital italiana tinha duas opções.

“Vermelho ou azul”. Roma ou Lazio.

Mas o pequeno Francesco não era todo mundo. Ele só tinha uma opção. Inspirado por seu avô Gianluca, mesmo sem ter convivido muito com ele, o menino se tornou romanista. Anos mais tarde ele mesmo definiria essa paixão em texto belíssimo: “Não era só um clube de futebol, era parte da nossa família, do nosso sangue, das nossas almas.”

Totti então passou a colocar esse amor em jogo, aos 13 anos ingressou nas categorias de base do clube, três anos depois já estreava e então, aos 21 se tornou Il Capitano di Roma. Precoce, foi descobrindo sua posição em campo – fazendo cada vez mais gols, acumulando a idolatria da torcida e sendo frequentemente convocado para a Squadra Azzurra.

Assim, é claro que as propostas iam chegando. E dentre as mais notáveis, estava aquela, galáctica. Um convite para jogar no Real Madrid de Zidane, Figo e Ronaldo pode parecer uma oportunidade incrível, mas para Francesco, nenhum sentimento era maior que honrar a camisa do seu time do coração. E como ele honrou.

 

Capítulo 2 – Vida longa ao Re di Roma

Nos anos 80, o brasileiro Falcão ganhou uma coroa na capital da Itália, se tornou o Re di Roma e levou os giallorossi ao scudetto de 1983. No entanto, a dinastia parecia ter acabado ali no volante brasileiro. Os anos iam passando e os tão desejados troféus dos campeonatos italianos não chegavam mais ao Stadio Olímpico.

Até que dezoito anos depois, o capitão foi buscar sua coroa. Na temporada 2000-2001, comandada por Totti, a Roma levou seu terceiro título da série A para casa. Sendo este, o maior título do camisa 10 pelo clube. Copas e Supercopas também viriam.

Além desse marco para a squadra romanista, o craque buscaria muitos outros recordes pessoais. Se tornando o terceiro jogador com mais jogos na primeira divisão italiana e o atleta com mais partidas pela Roma em toda história. Os gols também fizeram parte de sua carreira, sendo ele, o maior artilheiro giallorossi de todos os tempos.

Com propostas recusadas, títulos logrados e recordes quebrados; seu nome foi ecoando cada vez mais no futebol e principalmente na história daquele clube tão amado por sua família. A realeza de Totti transbordava a cidade e ganhava o mundo. Anos depois, aquela terra voltava a ter um notável imperador, obcecado por conquistas.

 

Capítulo 3 – Arrivederci, Capitano

Quase tudo tem um fim. Lendas não.

Com todo seu empenho, vontade e sentimento, Totti deixou um legado imenso. Mais que isso, deixou um verdadeiro império. Respeitado por todos adversários, ele será mais um dos eternos no jogo.

Mesmo que ao fim da temporada ele deixe o time que tanto amou defender, a torcida não o deixará. Todos românticos do futebol que se prezem, respeitarão o que parece ser o último dos que tinha amor à camisa. Conceito tão clichê, mas tão verdadeiro na vida do craque.

E assim, nesse domingo frente ao Genoa, será última atuação profissional com a maglia dieci. O futuro ainda é incerto, pode ser como dirigente da Roma ou como atleta nos EUA.

Mas de uma coisa temos certeza absoluta. Onde quer que Nonno Gianluca esteja agora, ele vibra orgulhoso com a carreira de seu neto. Se baterem na porta do céu e perguntarem, com certeza ele dirá:

– Si, si. Mi piace!

Grazie per tutto, Francesco.

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sexta-feira, 26 de maio de 2017

Rogério Ceni é a escolha certa na hora errada para o São Paulo?

Após a aposentadoria, Rogério Ceni poderia ter seguido o mesmo caminho de diversos ex-profissionais e se tornado comentarista esportivo. Ou investido noutra profissão. Porém, escolheu continuar e expandir o seu trabalho como capitão do São Paulo. E, após estudar fora do país, com a benção da diretoria e enorme entusiasmo da torcida, se tornou o técnico do time.

 

Assumir o comando de um dos maiores e mais tradicionais times de futebol do país não é uma tarefa fácil para qualquer técnico. E mesmo contando com anos de experiência como jogador e capitão, é possível afirmar que nada prepararia completamente Ceni para a função.

Resultados no campo

Após quatro meses e quase 30 jogos no comando, o agora técnico tem apresentado um desempenho misto. Praticamente o mesmo número de vitórias e empates. O que mais pesa contra seu trabalho são as derrotas em jogos decisivos. Eliminações na Copa do Brasil, no Campeonato Paulista; e especialmente na Copa Sul-Americana.

 

O São Paulo perdeu para o estreante Defensa Y Justicia após empatar fora de casa. Eliminação indigesta logo na primeira fase da competição. Em números, são apenas cinco derrotas no total. Indicam que, apesar do peso das eliminações, estão dentro do esperado para um técnico iniciante na carreira e no clube na nova função.

O time montado por Ceni tem vocação ofensiva. Tem disputado com Flamengo e Fluminense pelo posto de mais prolífico do Brasil. Sua média próxima a três gols por partida mostra que a equipe está alinhada neste quesito.

O que melhorar

Deixando de lado polêmicas relacionadas a fair play, Ceni ainda não conseguiu arrumar seu sistema defensivo. O São Paulo contrasta seu ataque com sua defesa insegura.

O time tem jogado predominantemente no 4-3-3 ou no 4-1-4-1. Essas formações, aliadas ao ritmo de jogo rápido e voltado para atacar deixa o time mais vulnerável. Fisicamente e defensivamente, isso pesa no segundo tempo das partidas. Dos 32 gols sofridos até agora, 21 ocorreram no segundo tempo ou nos minutos finais do primeiro. Trata-se primariamente de um problema de ritmo de jogo, de costume. Que também pode ser resolvido pelo técnico com mais tempo de treinamento.

Devido aos anos dedicados ao São Paulo e a sua excelente carreira como jogador e líder – dentro e fora de campo – Rogério conta com o apoio da diretoria e dos jogadores. Isso garante que ele terá mais tempo para implementar as mudanças necessárias.

 

Transição pós-carreira de jogador

Para algumas alas da torcida, Rogério deveria ter começado com equipes mais fracas. Ir pegando o jeito da coisa aos poucos. Críticos mais ferrenhos defendem que Ceni sequer deveria ter assumido. De fato, há vários ex-jogadores que se aposentam e tiram um período sabático. Um exemplo curioso é o de Teddy Sheringham (ex-Manchester United). Após se aposentar começou a se dedicar ao poker.  Ele figura constantemente em escalações de melhores ex-jogadores que optaram por competir no esporte das cartas. Outros exemplos você pode ler (em inglês) neste belíssimo artigo do Telegraph. Nem todos possuem a coragem, ou o desejo,  que Ceni demonstrou ao topar assumir o comando do São Paulo.

Futuro

Ambição não falta a Rogério. Sua política de usar diversos jogadores oriundos de base do São Paulo, demonstra seu cuidado em construir um legado para o time. E também fazer jus aos altos investimentos feitos na estrutura do CT de Cotia.

 

O time está bem ofensivamente, mas precisa ajustar o sistema defensivo. As eliminações podem ser encaradas, no longo prazo, como aprendizado. Tanto para o elenco jovem quanto para seu treinador inexperiente. Rogério Ceni pode ser a escolha certa para o Tricolor e, eventualmente, entrar para o hall de grandes treinadores da história do São Paulo. Mas, para isso, é necessário tempo para se avaliar. Resta saber se Ceni conseguirá sobreviver aos primeiros meses no comando.

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quinta-feira, 25 de maio de 2017

Grêmio e Botafogo fecham rodada perfeita até aqui na Libertadores

Dupla mira primeira colocação no grupo em semana que três brasileiros venceram

A rodada da Copa Libertadores tem sido muito boa para os brasileiros, com três deles saindo com a vitória. Nesta quinta-feira, mais duas equipes entram em campo e brigam pela primeira colocação de seus grupos. O mais cotado nas casas de apostas de futebol  para sair com um resultado positivo é o Grêmio, mas o Botafogo pode render quase cinco vezes mais.

O valor tão alto com o alvinegro se deve ao fato do confronto ser contra o Estudiantes, na Argentina. Porém, apesar da melhora do adversário, não seria uma surpresa o clube carioca voltar para casa com uma vitória, que rende R$ 4,75 em cada real, de acordo com estatísticas do Oddsshark.com/br. No entanto, o mais esperado é um empate, que garante R$ 3,40. Isso porque, apesar de estarem eliminados na Libertadores, os argentinos precisam de um ponto para conseguirem uma vaga na Sul-americana. Sem tanta força, um triunfo do time da casa corre por fora e dá R$ 1,80.

Já o Grêmio tem uma missão extremamente tranquila. Tão simples, que uma vitória para cima do Zamora garante só R$ 1,13 por real aplicado. Com cinco derrotas e 16 gols sofridos, os venezuelanos são alvos fáceis e pode investir numa diferença de três gols no placar, que aumenta o lucro em mais R$ 0,75. Em caso de zebra, os visitantes oferecem R$ 8,00 pelo empate e inacreditáveis R$ 19,00 por um triunfo.

Mais quatro partidas fecham rodada

A quinta-feira ainda tem outros quatro jogos e a melhor oportunidade vem do Equador. Lá, o Emelec recebe o Melgar e é favorito para a vitória, que rende R$ 1,20 em cada real. O resultado vale a classificação do time da casa. Sem chances na competição e vindo de quatro derrotas, os peruanos são zebras, oferecendo R$ 6,00 por um empate e R$ 15,00 pelo triunfo.

No mesmo grupo, o líder River Plate também tem condições de sair com os três pontos, garantindo R$ 1,80. No entanto, o Independiente Medellín entra em campo precisando vencer para avançar. O feito vale R$ 4,50 e não seria impossível, mas como o duelo é em Buenos Aires, o mais provável é um empate, dando R$ 3,50, segundo números do Oddsshark.com/br.

Dos visitantes, a melhor opção é o Barcelona. Buscando terminar na ponta do grupo 1, os equatorianos visitam o Atlético Nacional, que não tem mais chances. A vitória é o suficiente para o feito e garante inacreditáveis R$ 7,50 por R$ 1,00. Porém, é mais um jogo que deve terminar empatado, rendendo R$ 3,50. Apesar de atuais campeões, os colombianos correm por fora, mesmo oferecendo apenas R$ 1,53.

Já Guarani e Deportes Iquique deve ser o embate mais equilibrado da noite. Os paraguaios jogam em casa e são mais cotados, dando R$ 1,83 para cada real, mas os chilenos vivem um bom momento na competição, com três resultados positivos seguidos. Caso surpreendam fora, garantem R$ 4,50 pela vitória e a classificação. O empate não serve para a equipe e renderia R$ 3,40.

Semana começou com jogos pagando mais que o triplo

Nos dois primeiros dias de competição na semana, o lucro tem sido bem animador. Foram duas partidas com retorno maior que o triplo do valor aplicado. O destaque foi para o Lanus, que arrancou uma vitória sobre o Nacional por 1 a 0, fora de casa, e garantiu R$ 3,60 por cada real. As cifras foram idênticas as garantidas na Colômbia, que vieram através do empate entre Santa Fe e The Strongest.

Apesar de ser bem abaixo, o retorno com o triunfo do Peñarol diante do Jorge Wilstermann também foi bem satisfatório, rendendo R$ 2,20. O saldo de gols ainda aumentou para R$ 4,70.

Brasileiros dominam a rodada

Favoritos, os clubes brasileiros pagaram cifras modestas, mas que também cresceram com o número de bolas na rede. O principal foi o Santos, que deu apenas R$ 1,17 em cada real, por vencer o Sporting Cristal, mas saltou o valor para R$ 4,90 por ter ganho de 4 a 0. Ainda em São Paulo, o Palmeiras superou por 3 a 1 sobre o Atletico Tucuman e pagou R$ 1,40. O saldo de dois gols aumentou o lucro em mais R$ 0,85, segundo dados do Oddsshark.com/br.

O mais sofrido foi com a Chapecoense, que achou dois gols nos acréscimos e virou para 2 a 1 para cima do Zulia. O triunfo garantiu R$ 1,25, mas como não teve um placar elástico, o melhor ganho aqui foi com o número de bolas na rede, que pagou R$ 1,50.

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quarta-feira, 24 de maio de 2017

Flamengo busca evitar nova eliminação, dessa vez diante do Atlético-GO

Cariocas ainda tentam apagar tropeço na Libertadores da última semana

A Copa do Brasil traz duas partidas nesta quarta-feira, mas o confronto entre Atlético-GO e Flamengo é o mais decisivo, pois já vale vaga na próxima fase da competição. O duelo acontece em Goiânia, mas são os cariocas que são os mais cotados nas casas de apostas de futebol.

Parte deste favoritismo se deve ao jogo deste sábado, quando o clube atropelou os goianos por 3 a 0. Sendo assim, se vencer novamente paga R$ 1,73 em cada real, de acordo com estatísticas do Oddsshark.com/br. Os ganhos sobem para R$ 7,60 se ocorrer por mais de três gols de diferença mais uma vez.

A única diferença está no número de desfalques. Desta vez, Zé Ricardo vai ter mais problemas para escalar o Flamengo. Além da ausência antiga de Diego, não vai contar com Gabriel, Everton e Berrío. De positivo apenas a volta de Guerrero e o bom desempenho de Ederson no sábado. Ainda assim, o clube é favorito, porém por um placar mais baixo. Vale lembrar que os cariocas também avançam com um empate, que rende R$ 3,50. Desde que a igualdade tenha gols. Se for um novo 0 a 0, a classificação é decidida nos pênaltis.

Do lado dos goianos, o momento não é nada positivo. Foram duas goleadas seguidas no Brasileirão, para Coritiba e Flamengo e teve apenas uma vitória nos últimos nove compromissos. Para piorar, se quiser avançar no tempo normal vai ter que vencer o adversário, o que não ocorre há seis encontros. O feito, no entanto, vale inacreditáveis R$ 5,00.

Paraná e Atlético-MG fazem primeiro jogo

Depois de precisar ser adiado por causa da Lava-Jato, Paraná e Atlético-MG enfim vão se encontrar pela primeira partida das Oitavas de final da Copa do Brasil nesta quarta-feira, às 21h45. Os mineiros chegam como favoritos para a classificação, mas como a ida acontece no Couto Pereira, a tendência é um duelo mais equilibrado.

Apesar de serem apontados como zebras, os paranaenses estão acostumados com a situação. O clube já encarou outros dois adversários da elite nacional e conseguiu avançar. Com boas atuações, passou com facilidade por cima de Bahia e Vitória e tentam surpreender os mineiros. Caso vença novamente, paga excelentes R$ 4,20 por cada real, segundo números do Oddsshark.com/br.

O feito até tem chances de acontecer, desde que por um placar apertado, mas o palpite é de um empate, que dá R$ 3,50. Porém, o Atlético-MG vai precisar entrar em campo mais atento, pois seu desempenho fora de casa não tem sido nada satisfatório. Dos 13 compromissos longe de casa, saiu vitorioso em apenas quatro, empatou cinco e foi derrotado em quatro oportunidades. Se deixar essa dificuldade para trás e voltar com um triunfo na bagagem, garante R$ 1,83. O resultado seria importante também para apagar o tropeço diante do Fluminense, pelo Brasileirão.

Paraná conta com Paredão

A maior dificuldade dos mineiros vai ser passar pela defesa do Paraná. Mesmo tendo um ataque poderoso, com nomes como Fred e Robinho, o Atlético-MG não deve encontrar facilidade se depender dos números do adversário. Isso porque o Paraná está há quatro partidas sem sofrer gols.

Além disso, na única vez que foi vazado em casa, na vitória de 3 a 1 contra o Prudentópolis, o clube não contava com Léo no gol. Portanto, com o goleiro em campo são 13 partidas ou 1170 minutos sem ver sua rede ser balançada. E olha que nesta temporada a equipe não disputou só o estadual. Só da Série A do Brasileiro foram quatro rivais, como Avaí, Bahia, Atlético-PR e Vitória.

Histórico dos confrontos

Até aqui, Paraná e Atlético-MG já se encontraram 20 vezes na história. Por enquanto, o retrospecto aponta total equilíbrio, com oito vitórias para cada lado e quatro empates. Os dados só mudam se considerarmos apenas os duelos no Sul, onde os paranaenses assumem a vantagem, com seis triunfos, um empate e apenas duas derrotas.

O último encontro entre as equipes ocorreu em 31 de outubro de 2007, quando ficaram no 0 a 0 pelo Brasileirão daquele ano. Este foi a única vez que os times saíram de campo sem marcar gols. Caso termine assim mais uma vez, garante inacreditáveis R$ 9,50 em cada real, segundo dados do Oddsshark.com/br.

Pela Copa do Brasil, novamente a vantagem é do Paraná. Pela edição de 1998, o clube venceu em casa por 1 a 0 e conseguiu a classificação com um empate em 1 a 1, no Mineirão.

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terça-feira, 23 de maio de 2017

Existe vida para Zlatan e para o United sem ele

A fatídica lesão sofrida por Ibrahimovic diante do Anderlecht abalou o doente por futebol. Especialmente os simpatizantes do Manchester United. Diante de toda nostalgia e drama que envolveu a questão, houve quem dissesse que seria o fim de uma das mais belas carreiras do futebol atual. Doeu. O mundo chorou com a queda do gigante sueco.

A trama tinha tudo para ser uma tragédia digna de Shakespeare (morte para todos os lados). Representava o fim de Ibra e das pretensões do clube na temporada. Todavia, o roteiro é outro! A história ganhou enredos de alegria e tem tudo pra ter um final feliz. Pois, apesar do caos, ainda não é o fim para Ibra. Tampouco para o United. A luta continua e o futuro aparenta ser de glórias para ambos.

Alguns homens acham que são deuses. Ibra tem certeza! O joelho dele precisava de um milagre e ao que parece, eis que ele aconteceu! Segundo o médico que o operou:

“Ele pode jogar durante muitos anos, está em ótimo forma, muito sólido. Biologicamente, sua morfologia óssea está absolutamente em muito boa saúde. É um dos atletas mais impressionantes que eu já operei – disse o médico ao jornal ‘South China Morning Post‘.”

O incrível caso de “Ibrahimovic Button” terá novos capítulos, com fé nele mesmo – não poderíamos deixar passar esse trocadilho.

O infortúnio que aparentemente decretava o fim das pretensões do clube inglês na temporada; na verdade fora um verdadeiro recomeço para os comandados de José Mourinho. Os ingleses estão eufóricos com a classificação para a final da UEFA Europa League. E nem se deram conta da falta que o seu grande goleador, em tese, deveria estar fazendo. Que Ibrahimovic é único e divino, todos sabem.

 

Mas há sim vida sem Zlatan! E vida em abundância!

O Manchester buscou repor o abalo técnico com disciplina e espírito. Ainda que o jovem Rashford esteja on fire e o time tenha valores como Pogba e Mkhitaryan; a ausência de Ibrahimovic tem retirado parte considerável do bom futebol. Sobretudo, ofensivo do time. Não obstante, seja sempre a parte defensiva o grande setor de destaque. O time tem sido pouco efetivo no ataque e nenhum grande protagonista surgiu, apenas lampejos. Porém, o conjunto tem feito com que os resultados aconteçam, ainda que muito amargos e entendiantes.

Que José Mourinho é pragmático e pouco se importa com estética, isso não é novidade. Porém, diante dos inúmeros desfalques e da desgastante temporada com 67 jogos; isso mesmo, SESSENTA E SETE jogos, VINTE a mais que Chelsea e Liverpool, por exemplo. Vale lembrar que o Manchester United venceu dois títulos na temporada (Copa da Liga Inglesa e Supercopa da Inglaterra). Em termos de resultados, aparentemente, a temporada é excelente, porém o futebol tem deixado a desejar. Não é pra menos, visto o elenco enxuto e com nomes bem contestáveis (Fellaini, Darmian e Lingard são frequentemente titulares).

Aos trancos e barrancos, o United chega a final da Europa League confiando de que a experiência do Special One pese positivamente. E sejamos sinceros, isso tem ocorrido nos últimos confrontos da referida competição. Indo para a terceira final na vigente temporada, o United sentirá MUITO a ausência do seu goleador máximo. Afinal, nas duas anteriores, Ibrahimovic foi o grande destaque, sendo inclusive autor dos gols decisivos.

 

Na final da EFL, o sueco fez sua melhor atuação com a camisa dos Red Devils.

Uma vez que não vale chorar pelo leite derramado, o United aposta na força coletiva e mentalidade vencedora do treinador para vencer o Ajax, em jogo que vale o título da Europa League e uma vaga direta para a Uefa Champions League 17/18.

E como vem esse time?

TATICAMENTE FALANDO

Vemos um time muito disciplinado com jogadores convictos de suas funções em campo. Entra jogador e sai jogador, todos parecem compreender bem o que o treinador quer deles. Nos confrontos contra o Celta de Vigo, Mourinho não exitou em aderir uma postura de jogo cautelosa e respeitosa.

O esquema base 4-1-4-1 tinha duas linhas de quatro com Herrera flutuando na cabeça de área, sendo ele verdadeiro pilar tático do time. O espanhol além responsável pela cobertura da segunda linha, era o homem do primeiro combate e junto com Pogba fazia as transições com bola ao chão. Vivendo seu terceiro ano em Manchester, Herrera finalmente conseguiu se consolidar como titular e é forte candidato a melhor jogador do clube da temporada.

(Escalação contra o Celta, em jogo decisivo que valeu a classificação para a final da Europa League.)

 

O que chama atenção no esquema é a aplicação dos wingers que atuam como verdadeiros alas na recomposição. Não raro vemos Mkhitaryan/Lingard/Martial fechando a linha defensiva de cinco, permitindo assim que os verdadeiros laterais façam apenas a cobertura ao invés de dar o bote. Enfim, o Ônibus do Mourinho à todo vapor.

Alternando entre linha de marcação baixa – na maioria do tempo – e alta para pressionar a saída de bola do adversário e obrigá-lo a dar chutão – o que facilita muito pro time que tem uma estatura física invejável. Fellaini é o senhor dos rebotes. O pressing alto é uma verdadeira arma de recuperação da posse. Esse avanço da segunda linha para fazer a “asfixia” no campo adversário tem sido vital para o time.

MENTALIDADE

É acreditando no velho clichê de que o melhor ataque é a defesa que o Manchester United de José Mourinho tem conseguido resultados sem jogar um grande futebol. Eficiência, pragmatismo e resultado, bem o estilo Special One. Cada dia mais o estilo vencedor e pouco estético do português está se apoderando do velho teatro.

O mais importante é que o time tem mostrado que existe vida; e vida em abundância (leia-se vitórias e títulos) sem Ibrahimovic. A receita é simples: disciplina e entrega. Pois, diante de ausências técnicas tão consideráveis, tais elementos são primordiais a um time vencedor. Sorte de campeão o Manchester de Mourinho já mostrou que tem.

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