terça-feira, 23 de maio de 2017

Existe vida para Zlatan e para o United sem ele

A fatídica lesão sofrida por Ibrahimovic diante do Anderlecht abalou o doente por futebol. Especialmente os simpatizantes do Manchester United. Diante de toda nostalgia e drama que envolveu a questão, houve quem dissesse que seria o fim de uma das mais belas carreiras do futebol atual. Doeu. O mundo chorou com a queda do gigante sueco.

A trama tinha tudo para ser uma tragédia digna de Shakespeare (morte para todos os lados). Representava o fim de Ibra e das pretensões do clube na temporada. Todavia, o roteiro é outro! A história ganhou enredos de alegria e tem tudo pra ter um final feliz. Pois, apesar do caos, ainda não é o fim para Ibra. Tampouco para o United. A luta continua e o futuro aparenta ser de glórias para ambos.

Alguns homens acham que são deuses. Ibra tem certeza! O joelho dele precisava de um milagre e ao que parece, eis que ele aconteceu! Segundo o médico que o operou:

“Ele pode jogar durante muitos anos, está em ótimo forma, muito sólido. Biologicamente, sua morfologia óssea está absolutamente em muito boa saúde. É um dos atletas mais impressionantes que eu já operei – disse o médico ao jornal ‘South China Morning Post‘.”

O incrível caso de “Ibrahimovic Button” terá novos capítulos, com fé nele mesmo – não poderíamos deixar passar esse trocadilho.

O infortúnio que aparentemente decretava o fim das pretensões do clube inglês na temporada; na verdade fora um verdadeiro recomeço para os comandados de José Mourinho. Os ingleses estão eufóricos com a classificação para a final da UEFA Europa League. E nem se deram conta da falta que o seu grande goleador, em tese, deveria estar fazendo. Que Ibrahimovic é único e divino, todos sabem.

 

Mas há sim vida sem Zlatan! E vida em abundância!

O Manchester buscou repor o abalo técnico com disciplina e espírito. Ainda que o jovem Rashford esteja on fire e o time tenha valores como Pogba e Mkhitaryan; a ausência de Ibrahimovic tem retirado parte considerável do bom futebol. Sobretudo, ofensivo do time. Não obstante, seja sempre a parte defensiva o grande setor de destaque. O time tem sido pouco efetivo no ataque e nenhum grande protagonista surgiu, apenas lampejos. Porém, o conjunto tem feito com que os resultados aconteçam, ainda que muito amargos e entendiantes.

Que José Mourinho é pragmático e pouco se importa com estética, isso não é novidade. Porém, diante dos inúmeros desfalques e da desgastante temporada com 67 jogos; isso mesmo, SESSENTA E SETE jogos, VINTE a mais que Chelsea e Liverpool, por exemplo. Vale lembrar que o Manchester United venceu dois títulos na temporada (Copa da Liga Inglesa e Supercopa da Inglaterra). Em termos de resultados, aparentemente, a temporada é excelente, porém o futebol tem deixado a desejar. Não é pra menos, visto o elenco enxuto e com nomes bem contestáveis (Fellaini, Darmian e Lingard são frequentemente titulares).

Aos trancos e barrancos, o United chega a final da Europa League confiando de que a experiência do Special One pese positivamente. E sejamos sinceros, isso tem ocorrido nos últimos confrontos da referida competição. Indo para a terceira final na vigente temporada, o United sentirá MUITO a ausência do seu goleador máximo. Afinal, nas duas anteriores, Ibrahimovic foi o grande destaque, sendo inclusive autor dos gols decisivos.

 

Na final da EFL, o sueco fez sua melhor atuação com a camisa dos Red Devils.

Uma vez que não vale chorar pelo leite derramado, o United aposta na força coletiva e mentalidade vencedora do treinador para vencer o Ajax, em jogo que vale o título da Europa League e uma vaga direta para a Uefa Champions League 17/18.

E como vem esse time?

TATICAMENTE FALANDO

Vemos um time muito disciplinado com jogadores convictos de suas funções em campo. Entra jogador e sai jogador, todos parecem compreender bem o que o treinador quer deles. Nos confrontos contra o Celta de Vigo, Mourinho não exitou em aderir uma postura de jogo cautelosa e respeitosa.

O esquema base 4-1-4-1 tinha duas linhas de quatro com Herrera flutuando na cabeça de área, sendo ele verdadeiro pilar tático do time. O espanhol além responsável pela cobertura da segunda linha, era o homem do primeiro combate e junto com Pogba fazia as transições com bola ao chão. Vivendo seu terceiro ano em Manchester, Herrera finalmente conseguiu se consolidar como titular e é forte candidato a melhor jogador do clube da temporada.

(Escalação contra o Celta, em jogo decisivo que valeu a classificação para a final da Europa League.)

 

O que chama atenção no esquema é a aplicação dos wingers que atuam como verdadeiros alas na recomposição. Não raro vemos Mkhitaryan/Lingard/Martial fechando a linha defensiva de cinco, permitindo assim que os verdadeiros laterais façam apenas a cobertura ao invés de dar o bote. Enfim, o Ônibus do Mourinho à todo vapor.

Alternando entre linha de marcação baixa – na maioria do tempo – e alta para pressionar a saída de bola do adversário e obrigá-lo a dar chutão – o que facilita muito pro time que tem uma estatura física invejável. Fellaini é o senhor dos rebotes. O pressing alto é uma verdadeira arma de recuperação da posse. Esse avanço da segunda linha para fazer a “asfixia” no campo adversário tem sido vital para o time.

MENTALIDADE

É acreditando no velho clichê de que o melhor ataque é a defesa que o Manchester United de José Mourinho tem conseguido resultados sem jogar um grande futebol. Eficiência, pragmatismo e resultado, bem o estilo Special One. Cada dia mais o estilo vencedor e pouco estético do português está se apoderando do velho teatro.

O mais importante é que o time tem mostrado que existe vida; e vida em abundância (leia-se vitórias e títulos) sem Ibrahimovic. A receita é simples: disciplina e entrega. Pois, diante de ausências técnicas tão consideráveis, tais elementos são primordiais a um time vencedor. Sorte de campeão o Manchester de Mourinho já mostrou que tem.

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