terça-feira, 7 de novembro de 2017

Quer saber o tamanho da crise vivida pelo Sport? Imagine 2018

Eleito presidente no fim de 2016, Arnaldo Barros faz gestão marcada por contradições (Foto: Divulgação)

Como quantizar o prejuízo de uma temporada que ainda não terminou?  Honestamente, esse é – ou deveria ser – o pensamento daqueles que de alguma forma debatem o futebol do Sport Club do Recife. Mesmo com cinco rodadas a serem disputadas no Brasileirão, única competição que resta ao clube pernambucano, o pior cenário possível de 2017 pode render uma temporada exatamente antagônica àquela planejada para 2018 pelos leoninos.

Para justificar a má fase vivida nos últimos meses, o desgaste físico é o principal argumento, e não é para menos. Ao todo, o Leão já disputou 74 partidas nesta temporada, válidas por cinco competições diferentes que chegaram a ser disputadas simultaneamente no primeiro semestre. Para um “elenco reduzido”. como admitiu o próprio presidente do Sport em entrevista à Rádio Jornal do Commercio, a carga é realmente muito grande.

Entretanto há de se ressaltar tudo aquilo que foi planejado no início do ano. Para começo de conversa, o mesmo Arnaldo Barros externou que o plano rubro-negro era extrapolar as fronteiras de Pernambuco, desprezando o estadual e visando a Copa do Nordeste e a Copa Sul-Americana.

O Pernambucano não foi desprezado e sim conquistado – e de maneira polêmica, com um gol em Salgueiro que será visto e revisto eternamente pelo recém-implementado árbitro de vídeo. Do Nordestão, restou um vice-campeonato amargo após uma derrota sem resistência para o Bahia na Fonte Nova, sob o comando do “técnico-relâmpago” Ney Franco. Da Sul-Americana deu para se tirar o melhor proveito mas, mesmo assim, esta se tornou a competição que decretaria a crise na Ilha do Retiro, derrubando o ‘pojeto do profexô’, técnico mais longevo do ano no futebol de Pernambuco.

Em meio a tudo isso, o Brasileirão da Série A, visto como uma prioridade para a construção de uma campanha digna de top-10, acabou se tornando, pelo segundo ano consecutivo, uma luta contra o rebaixamento, que ainda não foi definida. Inúmeras oportunidades de alívio já foram desperdiçadas e nenhum time que corre contra a degola tem ou deveria ter o privilégio e a audácia de ficar cinco jogos consecutivos sem vencer.

Assim retomamos o questionamento inicial: como quantizar o prejuízo de uma temporada que ainda não terminou?  Basta imaginar o ano seguinte no pior cenário possível! O contraste de 2017 para 2018 pode ser absurdo.

Principal “medalhão” do time, Diego Souza tem sido perseguido por muitos torcedores (Foto: Divulgação)

Sem a Copa do Nordeste, onde bateu o pé e acabou sendo o único clube a abrir mão do certame por questões financeiras com o canal Esporte Interativo, o Leão não tem outra opção a não ser se limitar às fronteiras estaduais – aquelas mesmas desprezadas por Arnaldo Barros no início deste ano.

Em paralelo, no primeiro semestre, a corrida pela Copa do Brasil, que não vê uma campanha consistente do Sport desde o título conquistado em 2008, transcorre a conta-gotas, em datas distantes, e ajudará a preencher o calendário inicial.

Ah, a Copa Sul-Americana, obviamente, sequer entraria em pauta, visto que a campanha atual do Leão na Série A não dá esse ‘luxo’ – que era tratado como obrigação dentro da pauta de planejamento dos diretores rubro-negros no início do ano – a um clube que, na verdade, briga para não cair para a Série B.

Mas e se tudo degringolar de vez e o Sport cair para a segundona? Não entenda isso como um desejo enrustido ou uma tentativa de ‘agourar’ o clube. Trata-se apenas de um exercício de futurologia.

A queda para a segunda divisão representaria o calvário, repetindo um caminho de arrogância e falta de convicção que já levou o Sport ao fundo do poço, mas nunca em um momento tão rico, com tanta força regional e nacional e com um bom dinheiro em caixa para se estruturar.

Se em 2017 os rubro-negros podem terminar o ano com quase 80 jogos disputados, esse cenário negro de 2018 pode proporcionar, no máximo, 59 jogos em três competições: Série B, Copa do Brasil e Campeonato Pernambucano. E com um adendo: pela primeira vez, a segundona será disputada durante a Copa do Mundo, um murro seco na visibilidade conquistada pelo rubro-negro nas últimas temporadas.

E qual seria a desculpa? Quais jogadores seriam culpados, quais técnicos poderiam ser acusados de pouco produtivos ou até mesmo arrogantes? Qual será o habeas corpus?

Mesmo que pareça momentaneamente próximo, que esse 2018 passe longe da Ilha do Retiro, mas muito longe mesmo, assim como todo e qualquer planejamento que envolva uma hipócrita busca por grandeza no futebol nacional quando, na verdade, a vaidade dita a administração do clube.

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