quarta-feira, 27 de junho de 2018

Auschwitz: declínio e tragédia alemã

Ao soar do apito, o árbitro italiano decretou a sentença de morte daquela que em tese seria o anjo da morte do grupo F. Aquela que vinha para ceifar e aniquilar, encerra sua participação sendo fulminada e trucidada pelos pés de Heung-min Son. Esperava-se algo aterrorizante como Auschwitz, mas o que se viu foi um verdadeiro muro das lamentações por parte dos alemães.

Foi tragédia, declínio total, um verdadeiro circo dos horrores na Arena Kazan. Apresentando um futebol de extrema pobreza, os atuais campeões do mundo puderam degustar o sabor do vexame na Rússia. Uma participação que nem mesmo o mais pessimista dos Die Mannschaft poderia prever.

É o sonho bom que se torna pesadelo, o riso leve de outrora que se converte em lágrimas. É o espírito intrépido e destemido dando azo uma covardia jamais vista no presente século. A Alemanha provou que o futebol é o esporte do imprevisível e que por isso não pode ser resumido ao campo das ciências exatas, chatas e imprevisíveis como as matemáticas.

O escrete da Nationalelf  sentiu demais a falta de um Führer como Mathaus, Schweinsteiger ou Lahm, mas também sofreu a ausência de um goleador nato como Gerd Muller e Klose, tendo em vista que a má fase de Thomas Muller comprometeu seriamente o desempenho ofensivo do time.

Faz-se uma atenuação e lógico, se considera o fator renovação do elenco, no entanto, nada que se justifique uma campanha tão tenebrosa.

O futebol é feito de momentos, oportunidades e resultados, a tragédia vista hoje só demonstra o quão dinâmico é esse esporte. Parafraseando Weslley Safadão “E quem chorava hoje ri. Quem sorria hoje chora. Pra mim passou o tempo ruim. E o seu começou agora”.

 

Os brasileiros humilhados e ainda feridos do fatídico sete a um, deliciam-se nesse momento com a queda do seu algoz, mas sobretudo, enchem o coração de esperança, por saber que os devaneios do futebol nos permitem uma morte dolorosa, mas também uma rápida e gloriosa ressurreição.

O time que aplicou sete gols em uma pentacampeã mundial jogando em casa foi incapaz de vencer a Coreia do Norte. Nesse passo, pode-se extrair uma rica lição sobre o jogo: ele precisa ser vivido, jogado, disputado. Por mais que existam previsões e favoritismos, só se vence uma guerra combatendo o combate.

A onipotente e indomável deu espaço a uma frágil e precária seleção. A poderosa e demoníaca águia que embeleza o escudo, mais uma vez não conseguiu impor sua fúria e mostrou que é preciso muito mais que técnica pra ser furioso de verdade.

Agora é preciso conhecer a dor, aceita-la, compreendê-la e então superá-la.

 

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