quarta-feira, 13 de junho de 2018

Portugal aposta na fartura e variedade de opções ofensivas

É evidente e indiscutível o fato de que a estrela da seleção portuguesa responde pelo nome de Cristiano Ronaldo. A tendência é que qualquer sucesso lusitano passe por seus pés. Entretanto, possivelmente essa seja a primeira Copa do Mundo em que o país entra com tantas alternativas boas do meio-campo para frente. Ultrapassado o setor defensivo, só está garantida a titularidade de dois jogadores: o volante William Carvalho (que ficou sem um competidor de porte, após a lesão de Danilo Pereira) e CR7.

Uma meia-cancha mais que qualificada

Nos últimos amistosos que Portugal disputou — contra Tunísia, Bélgica e Argélia — o treinador Fernando Santos deu claras indicações do que se poderá esperar de seu selecionado na Copa do Mundo. O esquema tático deverá variar entre o 4-1-4-1 e o 4-4-2. À frente da defesa sempre estará Carvalho, mas e próximo a si?

Adrien Silva, João Mário, João Moutinho e Bruno Fernandes foram os avaliados no jogos citados. São, todos eles, jogadores muito diferentes e que acrescem diferentes valores à formação lusitana.

Dentre eles, é verificável que Moutinho seja o mais completo. Selecionável desde 2005, só tem menos internacionalizações do que Ronaldo, dentre os atletas que viajaram à Rússia. Posiciona-se bem, tem bom passe, faz a ligação entre ataque e defesa com qualidade. Não é, entretanto, tão móvel ou criativo, embora tenha reconhecida aptidão para o toque e a cobrança de bolas paradas.

Foto: FPF.pt

Adrien, por outro lado, dá mais solidez ao meio-campo. Tem, ademais, um outro ponto a mais em seu favor: atuou durante muitos anos ao lado de William, detendo um entendimento sólido com seu parceiro. Sua aptidão para os desarmes, vitalidade e combatividade acabam sendo diferenciais que podem ser úteis a Portugal em jogos mais duros.

João Mário e Bruno Fernandes já desempenham papéis muito diferentes. Não são tão ligados às tarefas defensivas, mas como Adrien, conhecem o jogo de William como a palma da própria mão. O primeiro se movimenta mais, tem o recurso do drible, uma qualidade especial para provocar a ruptura dos sistemas de jogo adversários. Já o segundo possui um poder de decisão ímpar. Sua eficácia como construtor de jogadas e finalizador o colocam como um jogador que pode ser determinante para a obtenção de vitórias em jogos difíceis. Na temporada recém-finda, marcou 16 gols e criou 12 assistências, em 51 jogos.

Além deles, Fernando Santos ainda conta com Manuel Fernandes. Este não deverá ser titular, mas também tem sua importância. Dentre seus competidores, talvez seja aquele que melhor retém a bola, a gere e dita o ritmo da partida. Sua utilidade para arrefecer os ânimos adversários e segurar o jogo é outro trunfo que os portugueses levam à Rússia.

Experiência ou juventude? Passe, cruzamentos ou velocidade?

Adiante, ao que tudo indica, Bernardo Silva será o titular pelo lado direito do meio-campo português. Porém, não se engane se acabar não sendo. Hoje ele se apresenta a opção mais técnica para o setor, com o melhor passe e capacidade de associação com seus companheiros — algo que trás do Manchester City, de Pep Guardiola. Ainda assim, não se deve descartar a eventual titularidade de Ricardo Quaresma, o mais habilidoso dentre os competidores.

Foto: FPF.pt

O ponta do Besiktas tem um entendimento com Cristiano Ronaldo que é formidável e acaba sendo um grande trunfo. Além disso, sobretudo nos últimos anos, acabou se tornando um jogador muito mais útil coletivamente falando do que foi em sua juventude. Se os passes de Bernardo são brilhantes, em medida semelhante acabam sendo os cruzamentos de Quaresma.

Quem corre por fora, literal e figurativamente falando, é Gelson Martins. Embora não possua a habilidade de Quaresma, hoje é quem mais conjuga as capacidades de driblar em velocidade. Isso sem perder a capacidade para marcar gols e assistir (11 gols e nove assistências em 47 jogos na última temporada). É quem tem mais capacidade de desconstruir as linhas defensivas adversárias. Deve, todavia, figurar como alternativa de segundo tempo.

Onde entra André Silva?

E o lado esquerdo? Eis uma questão que aparenta seguir em aberto. Na preparação para o Mundial, Fernando Santos viu uma dúvida importante ser plantada em sua cabeça: Gonçalo Guedes. O ponteiro do Valencia fez jogos muito bons, se aproximando mais do ataque, conduzindo a bola com objetividade e marcando gols. Guardadas as devidas proporções, o garoto acaba sendo quem mais se parece com CR7.

Aliás, como alternativa tática, o jovem se apresenta um jogador importante. Também pode atuar mais avançado, formando um autêntico 4-4-2 e permitindo a entrada de mais um meio-campista na equipe (mais provavelmente Bruno Fernandes ou João Mário). Mas essa possibilidade esbarra em outra questão: a utilização do centroavante André Silva.

Foto: ACMilan.com

Embora tenha feito um ano ruim com a camisa do Milan, o atacante tem números respeitáveis com a camisa de seu selecionado. São 12 gols em 23 jogos. Aliado a isso, mostrou-se um jogador capaz de potencializar o desempenho de Cristiano Ronaldo. Um processo semelhante ao que CR7 vive no Real Madrid, com Karim Benzema.

Nas 12 oportunidades em que a dupla foi titular junta, o craque português anotou 18 gols e Silva nove. Esse registro impressionante não pode ser desconsiderado.

A fartura de opções de que dispõe Fernando Santos o permitiu deixar de lado jogadores como Rúben Neves, André Gomes, Pizzi e Nani. Como é comum que se diga, hoje o treinador tem “um problema bom” para resolver. Do meio para frente, são muitas as alternativas. Têm diferentes estilos mas estão em nível semelhante. O redentor português segue sendo CR7. Mas ele não caminha sozinho.

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