terça-feira, 25 de setembro de 2018

Dossiê Operário Ferroviário: conheça o campeão brasileiro da Série C 2018

O Campeonato Brasileiro da Série C 2018 encerrou-se neste final de semana, com o Operário Ferroviário Esporte Clube, do Paraná, mais precisamente da cidade de Ponta Grossa (118 km de Curitiba), sagrando-se campeão. Aliás, o clube alvinegro, que carinhosamente é chamado de Fantasma, o Fantasma de Vila Oficinas, é a primeira equipe a conquistar um Campeonato Brasileiro da Série D (2017) e agora da Série C, de forma consecutiva. Desdenhado por alguns e respeitado por outros, o clube interiorano paranaense de 106 anos de vida é um dos time mais tradicionais do estado e após 2015, quando sagrou-se campeão estadual pela primeira vez, vem numa ascensão meteórica.

Um resumo da história do Operário Ferroviário

Fundado no dia 1º de maio de 1912, por trabalhadores da rede ferroviária ligados a empresa Rede Viação Paraná – Santa Catarina, no bairro de Vila Oficinas, na cidade de Ponta Grossa (PR), a partir de 1913 iniciam-se as atividades voltadas ao futebol dentro do clube, que vem a ter participação histórica fundamental no fortalecimento do futebol no interior do Paraná entre as décadas de 1920 a a meados de 1940, quando a IIª Guerra Mundial prejudicou o crescimento do futebol no estado, ainda assim, o alvinegro de Vila Oficinas ajudou, em muito, na popularização do campeonato estadual.

Após um tempo afastado, o Operário Ferroviário retornou a disputa do Campeonato Paranaense em 1954. Em 1958, o clube vivia uma ótima fase financeira e montou um elenco forte, ficando 2 pontos do título paranaense e passando a ser conhecido pelo apelido de “Fantasma da Vila”, por justamente “assombrar” os grandes clubes da capital paranaense, que na época era formado por Atlético, Coritiba e Ferroviário (atual Paraná Clube).

Em 1958, o Operário Ferroviário passou a ser chamado de Fantasma da Vila (foto: arquivo José Cação Ribeiro)

Em 1965, o Operário conheceu o seu primeiro rebaixamento, vindo a subir apenas em 1969, mas os tempos eram outros no futebol paranaense, com as equipes do norte do Estado em grande ascensão. A partir disso, o clube passa a ter problemas de ordem financeira, que culminam com um pedido de licenciamento no ano de 1978, para retornar as atividades profissionais no ano seguinte, inclusive participando pela primeira vez do Campeonato Brasileiro, então promovido pela (hoje) extinta Confederação Brasileira de Desportos (CBD).

Os anos 80 foram difíceis para o clube e após dois bons campeonatos estaduais, o clube amarga seu segundo rebaixamento em 1983, vindo a retornar a elite paranaense apenas em 1989 a convite da Federação Paranaense de Futebol (FPF). No mesmo ano, a equipe participou do Brasileirão da Série B, vindo a ser eliminada nas oitavas-de-final da competição pelo Juventude (RS).

Aguerrido, o Operário Ferroviário foi eliminado pelo Juventude no gol qualificado no Brasileirão da B de 1988 (foto: acervo José Cação Ribeiro)

A década de 1990 marca o retorno das boas campanhas, com o clube ficando entre os três primeiros colocados no Estadual entre 1990 e 1992. Em 1990, a equipe terminou na quinta colocação do Brasileirão da Série B, ficando muito próxima de disputar a elite do Campeonato Brasileiro de 1991. Em 1993, a CBF decidiu não organizar as Séries B e C, fato político da entidade que veio a ser prejudicial para o Operário Ferroviário, que passou a ter que disputar vagas em seletivas locais para tentar vaga para a competição nacional de 1994. Uma nova crise financeira viria a tomar conta do clube que em 1995 pede nova licença das atividades profissionais.

A formação do alvinegro de 1990 está entre as melhores da história do clube (foto: acervo José Cação Ribeiro)

Em 2005, o Operário Ferroviário retornou às atividades profissionais, disputando o Campeonato Paranaense da Segunda Divisão. Em 2009, o clube conquistou o acesso para primeira divisão do Paranaense com o vice-campeonato. Poucos poderiam imaginar que este acesso significaria uma nova etapa na vida do clube, que mesmo nos 10 anos em que esteve licenciado sempre manteve as categorias de base e igualmente cativou a mística em torno da história do clube entre seus torcedores.

A nova era operariana

Em 2010, o time fez um grande campeonato paranaense e conquistou pela primeira vez a vaga para disputar a Série D de 2011 (as duas melhores equipes do Estadual, sem divisão, garantiam vaga na Série D). No campeonato nacional em 2011, o Operário Ferroviário ficou próximo do acesso para a Série C de 2012, perdendo a vaga para o Madureira (RJ) no mata-mata das quartas-de-final. No Campeonato Paranaense, o time conseguiu novamente a vaga para a Série D e também de forma inédita para a Copa do Brasil de 2012, onde foi eliminado no primeiro jogo para o Juventude (RS).

Campeão Paranaense de 2015

Após campanhas regulares desde o retorno a divisão de elite estadual, o Operário Ferroviário começou o Campeonato Paranaense de 2015, sem muito alardes. Entretanto, a equipe comandada pelo treinador Itamar Schulle foi “tomando corpo” ao longo da competição, com um futebol de muita força defensiva e objetividade ofensiva.

                        O treinador Itamar Schulle comandou o primeiro título paranaense (foto: Josué Teixeira)

Na primeira fase, o alvinegro de Vila Oficinas terminou na terceira colocação, atrás de Coritiba e J. Malucelli, com 20 pontos ganhos. Em 11 jogos, foram 6 vitórias, 2 empates e 3 derrotas. Nas quartas-de-final, o time operariano enfrentou o Paraná Clube, empatando sem gols no jogo de ida em Curitiba e vencendo por 3×0 o jogo de volta, em Ponta Grossa. Nas semifinais, eliminou o Foz do Iguaçu, ao empatar no jogo de ida, na “Terra das 3 Fronteiras” em 1×1 e vencer na volta por 2×0.

As finais seriam diante do Coritiba, maior campeão do Estado. No dia 26 de abril, com o estádio Germano Kruger lotado, o Operário Ferroviário se impôs em campo e aproveitando a fragilidade do alviverde da capital paranaense nas bolas aéreas fez 2×0, com Peixoto e Joelson, abrindo vantagem na disputa pelo título, que foi confirmado no dia 3 de maio, com uma vitória épica em pleno Couto Pereira, por 3×0, gols de Juba (2) e Ruy.

Com duas atuações memoráveis o Operário Ferroviário venceu o Coritiba na decisão paranaense de 2015 (foto: Fernando Freire)

Com a conquista do título paranaense, a equipe garantiu vaga na Série D, e assim como em 2011, novamente ficou próxima do acesso para a Série C nacional, perdendo a classificação ao ser derrotada pelo Remo (PA), nas quartas-de-final da competição, com dois placares desfavoráveis 1×0 em casa e 3×1 no Estádio Mangueirão.

2016, um ano (bem) atípico!

Campeão paranaense de 2015 e após boa participação no Brasileirão da Série D, o Operário Ferroviário era considerado um dos favoritos ao título estadual de 2016. A equipe já não tinha mais o treinador Itamar Schulle no comando e havia contratado Antônio Picoli, que tinha feito ótimo trabalho no Juventude (RS). Entretanto, em campo, o time de Picoli não rendeu o esperado, acumulando 4 derrotas e 1 empate nas primeiras cinco rodadas do campeonato, o que foi preponderante para a demissão do treinador. Pensando mais pelo lado financeiro, a diretoria trouxe Claudemir Sturion, treinador à moda antiga, que não conseguiu dar padrão de jogo ao time e após 3 derrotas, 1 empate e apenas 1 vitória, também foi demitido.

                        Campeão em 2015, o Fanstasma, de forma surpreendente foi rebaixado em 2016 (foto: Luciano Mendes)

A toque de caixa, a solução encontrada pela diretoria foi contratar o jovem Gerson Gusmão, que foi auxiliar técnico de Itamar Schulle entre 2014 e 2015; numa tentativa desesperada de evitar o rebaixamento, algo que não ocorreu mesmo com as duas vitórias nas últimas rodadas. Entretanto, a vinda do Gerson Gusmão seria o recomeço de uma nova era na história do clube. Rebaixado no Campeonato Paranaense da primeira divisão, diretoria e comissão técnica apostaram as fichas na Taça Federação Paranaense de Futebol, um torneio sub-23, onde o campeão garantiria vaga direta no Campeonato Brasileiro da Série D de 2017.

A partir deste torneio sub-23, mal imaginaria o torcedor operariano, que Gerson Gusmão utilizaria a competição para estruturar um plano de jogo e sobretudo, buscar jovens valores para justamente comporem o elenco para o próximo ano, juntamente com jogadores mais experientes que já tinham contrato, mas que por conta de se tratar de uma competição com limite de idade, estavam emprestados para outros clubes, no segundo semestre daquele ano de 2016. Em campo, o plano organizado por diretoria e comissão técnica funcionou e o Operário Ferroviário foi campeão da Taça FPF, de forma invicta, garantindo assim, vaga na Série D de 2017, com a promessa da diretoria do clube de luta pelo acesso.

                         A conquista da Taça FPF classificou o clube para o Brasileirão da Série D 2017 (foto: divulgação)

2017, a conquista do Brasileirão da Série C

Rebaixado na segunda divisão estadual e com vaga garantida na Série D, o Operário Ferroviário teria a primeira missão daquele ano, a conquista de uma das duas vagas para a divisão de elite estadual. E esta vaga parecia apenas questão de tempo, após uma primeira fase irretocável com 8 vitórias e 1 empate, 92% de aproveitamento. Tal campanha dava um peso, normal pelas circunstâncias ao alvinegro na sequência da competição. Entretanto, na segunda fase, uma derrota fora de casa para o União, de Francisco Beltrão (2×1) e outro revés, desta vez em casa, para o Iraty (3×2) derrubaram por terra o plano do acesso e o até então favorito Operário Ferroviário, ficou pelo caminho, não conseguindo a tão esperada classificação para a primeirona do Paranaense.

Já disputando a segunda fase do campeonato regional, o Operário Ferroviário iniciou sua campanha na Série D do Brasileirão, estreando com vitória em casa, 1×0 sobre o Brusque (SC). Na segunda rodada, a equipe perdeu para o São Paulo (RS), pela contagem mínima. O próximo jogo no campeonato nacional, diante do XV de Piracicaba seria fundamental nos planos da equipe na competição, uma vez que a má campanha na divisão de acesso do campeonato regional, já colocava os comandados de Gerson Gusmão sob pressão por parte do torcedor. A vitória por 1×0 foi importantíssima, entretanto,a atuação coletiva não agradou o torcedor, em jogo onde o grande destaque foi o goleiro Simão, as desconfianças seguiam sobre o time, mas uma nova vitória, desta vez em Piracicaba sobre o XV pelo mesmo placar foi fundamental não somente para a classificação da equipe para a próxima fase, como de importante valor moral para o elenco, que se uniu para vencer o descrédito existente por parte de alguns torcedores.

                                  Vitória sobre o XV em Piracicaba foi determinante no Nacional (foto: Bianca Machado)

No primeiro mata-mata da Série D, o Operário Ferroviário passou pela Desportiva (ES), após vencer em Vitória (2×0) e em casa (2×1), impondo um jogo de muita marcação e com um contra-ataque mortal, algo que viria a se repetir mais adiante. Aliado a isso, o apoio nas arquibancadas do tradicional Estádio Germano Kruger somados a empolgação crescia proporcionalmente. Nas oitavas-de-final, outro clube capixaba pela frente, o Espírito Santo; no jogo de ida, derrota por 1×0; já no jogo de volta, uma partida nervosa, em que começou a surgir a estrela do centroavante Schumacher, autor do gol no tempo regulamentar. Nas penalidades, o Fantasma viu seu goleiro Simão brilhar e venceu por 4×2.

Faltava apenas um mata-mata para conquistar o tão sonhado acesso, superando os traumas das eliminações de 2011 e 2015. Pela frente o Operário Ferroviário enfrentou o Maranhão Atlético Clube. Com uma atuação extremamente segura, o alvinegro venceu no Castelão por 3×1, o jogo de ida. Em grande vantagem, a equipe paranaense confirmou a vaga na Série C de 2018 com nova vitória em casa, por 2×1. Foi o fechamento com chave de ouro da meta traçada no segundo semestre de 2016, por diretoria e comissão técnica. Classificado às semifinais, o adversário dos paranaenses foi o Atlético Acreano. Em Rio Branco, empate sem gols e fazendo valer a força do fator casa, o Operário Ferroviário venceu por 2×0, garantindo vaga nas finais.

De forma surpreendente Operário Ferroviário e Globo (RN) fizeram a final do Brasileirão da Série D de 2017. Mais surpreendente ainda foi o “passeio” que o Operário Ferroviário deu no jogo de ida, no Estádio Barretão, em Ceará-Mirim (RN), ao vencer por 5×0, num placar atípico em uma final. No jogo de volta, mesmo derrotado por 1×0 em casa, o Fantasma de Vila Oficinas, superando diversos prognósticos levantou o título de campeão brasileiro da série C. Para 2018, a diretoria mantinha o discurso de pés no chão e anunciava que a ideia era o acesso à Série B, algo inimaginável para muitos, mas encarado com naturalidade pelos que acompanham o clube de perto.

2018, mais um título nacional, agora da Série C

Campeão e com a cidade de Ponta Grossa, com mais de 300 mil habitantes, mobilizada em torno da equipe, o Operário Ferroviário iniciou o ano de 2018, com o sonho da maioria dos clubes do Brasil: a certeza de um calendário definido. A primeira meta traçada pelo treinador Gerson Gusmão, era a do acesso para a elite do Paranaense. Precavido com o que havia acontecido no ano anterior, o Operário Ferroviário fez desta vez, uma campanha irretocável, não somente na primeira fase da competição, como igualmente na segunda fase, garantindo não somente o acesso como o título da competição e o retorno para o Campeonato Paranaense da primeira divisão em 2019.

No primeiro semestre, o Alvinegro de Vila Oficinas, conquistou o Acesso para o Paranaense da 1ª Divisão (foto: José Tramontin)

Apostando sempre na manutenção da base, no jogo de muita marcação, toque de bola e saída rápidas no contra-ataque, o time operariano iniciou a Série C inicialmente buscando a permanência na citada divisão. Na 13ª rodada, no grupo B, na primeira fase da competição, este primeiro objetivo foi atingido. O próximo objetivo seria a classificação entre as quatro equipes da chave para o mata-mata das quartas-de-final, que definiria uma vaga para a série B de 2019 e este objetivo foi atingido já na rodada seguinte. A equipe liderou o grupo B até a 18ª rodada, quando foi derrotado pelo Luverdense, caindo para a segunda colocação, atrás do Botafogo (SP). A confiança do torcedor operariano estava elevada, com razão e esta fiel torcida, de características familiares, também é um diferencial dentro do clube.

                        Extremamente identificada com o clube, assim pode-se definir a torcida operariana (foto: NEC)

No playoff que garantiria vaga direta para a Série B, o Fantasma teve pela frente o tradicional Santa Cruz (PE). Pouco conhecido no eixo Norte-Nordestes, muitos torcedores da Cobra Coral acreditaram terem a vida facilitada, porém em campo, as coisas se mostraram diferentes do que a massa tricolor imaginava. No Estádio do Arruda, o Santa Cruz venceu por 1×0. Após algumas polêmicas extra-campo que antecederam o jogo decisivo, com a bola rolando, o Operário Ferroviário, jogou o jogo da volta com extrema personalidade, impondo 3×0 e conquistando algo que muitos jamais acreditaram: a vaga para a Série B, para delírio, da (para alguns) pequena, mas extremamente apaixonada torcida do Operário Ferroviário.

Missão cumprida, mas não sacramentada e o time do interior paranaense se colocou uma nova meta, conforme o andamento da competição: a conquista da Série C. Nas semifinais, talvez o adversário que melhor soube jogar contra o Operário Ferroviário ao longo de 2018, o Bragantino (SP), que havia eliminado o Náutico (PE) e igualmente garantido acesso a segundona do Brasileiro. Nos dois jogos, o placar ficou em branco e jogando em casa, o torcedor operariano viria novamente uma disputa de pênaltis e assim, como em 2017, diante do Espírito Santo (ES), novamente a estrela do goleiro Simão brilhou, com o goleiro defendendo duas cobranças e o Operário Ferroviário vencendo por 4×2, garantindo sua segunda final nacional consecutiva.

A decisão da Série C foi diante do Cuiabá (MT), equipe em ascensão no cenário nacional, clube-empresa, que atualmente é a grande força do futebol matogrossense. Treinado por um exímio conhecedor do Operário Ferroviário, Itamar Schulle, treinador campeão paranaense com a equipe em 2015. Na primeira fase da competição, a equipe cuiabana havia goleado o Operário por 4×0 em casa e empatado no Paraná em 1×1. Tal retrospecto, diante dos paranaenses, somados a classificação para as finais após golear o Botafogo (SP) em Ribeiro Preto, traziam muita confiança para os matogrossenses.

No primeiro jogo, em Ponta Grossa (PR), o Operário Ferroviário saiu vencendo por 2×0 e parecia encaminhar o resultado positivo para o jogo de ida. Mas o Cuiabáfoi buscar o empate e virou o jogo de forma sensacional e quando tudo parecia encaminhado para um êxito dos visitantes, Robinho, nos acréscimos empatou o jogo, em 3×3. Jogaço na terceira divisão do futebol brasileiro e a confiança do time amarelo da capital Cuiabá, maior ainda, uma vez que decidiria em casa diante de mais de 40 mil torcedores.

No sábado (22), na Arena Pantanal, o Operário Ferroviário venceu por 1×0, gol de Lucas Batatinha aproveitando contra-ataque e jogada de Quirino, conquistando a Série C, numa atuação épica do goleiro Simão, com pelo menos 5 defesas espetaculares, calando a torcida cuiabana. Um feito histórico para o centenário clube paranaense. Foram 12 vitórias, 8 empates e 4 derrotas, coroando o planejamento iniciado no segundo semestre de 2016, após fracasso no Campeonato Estadual daquele ano e a política administrativa focada em não gastar além dos limites do clube e valorizar o trabalho da comissão técnica.

O fator Gersinho para o sucesso operariano no presente e futuro

Com 87 jogos frente do clube, onde acumula 57 vitórias, 19 empates e 11 derrotas, com 160 gols marcados e apenas 53 gols sofridos, Gerson Gusmão, que carinhosamente é chamado pelo torcedor operariano de Gersinho, é o treinador com mais tempo no cargo em atividade no Brasil, desde março de 2016, quando foi contratado junto ao Novo Hamburgo (RS), após terminar em sétimo lugar no Campeonato Gaúcho daquele ano.

                        Gersinho escreveu seu nome na galeria dos heróis operariano (foto: Amanda Antunes Machado)

Conhecedor do ambiente do clube, o treinador chegou a Vila Oficinas em um momento conturbado do time. Apostando na manutenção da base e com os olhos voltados para as categorias de base, o treinador iniciou justamente seu trabalho a partir da Taça FPF, torneio sub-23, que se mostrou importante para o atual estágio da equipe, lembrando por exemplo que o goleiro Simão, um dos grandes nomes da história do clube, surgiu para os olhos do Fantasma, justamente nesta competição, que também revelou outros jovens valores.

                                                                  Uma das ofensivas formações de Gersinho

O Operário Ferroviário de Gersinho é um time com padrão de jogo definido, que valoriza a posse de bola, que possui sempre um meio-de-campo bem compactado, com os jogadores de marcação aparecendo no ataque e com meias-armadores que proponham a criação do jogo. Com estas características técnicas e táticas, o treinador, que em determinado momento de 2017 teve seu trabalho questionado por um grupo de torcedores, conquistou a confiança de todos, sobretudo dos próprios jogadores e da diretoria. Em 2018, o Operário Ferroviário soube tirar proveito do fator casa, terminando a temporada invicto no Estádio Germano Kruger, que sempre têm a presença do torcedor operariano, que costuma “jogar junto” com a equipe.

   Tradicional estádio, o Germano Kruger é a casa do Operário Ferroviário (foto: Bobek)

O trabalho da diretoria de futebol do Operário Ferroviário é outro fator importante na atual fase do clube. Contando com um Grupo Gestor, composto de empresários da cidade, que se mantém fiel ao planejamento traçado. O sucesso do alvinegro de Vila Oficinas no cenário nacional não é obra do acaso, como alguns podem pensar. Soma-se isso ao apoio que todos dentro do clube têm da população da cidade, que respira futebol e sente orgulho das raízes do clube. Ciente das dificuldades em se manter entre as melhores equipes do Brasil e da seletividade que isso significa, o Operário Ferroviário, conforme seus diretores já manifestaram seguirá com sua política de pés no chão.

Do atual elenco, o contrato de 23 jogadores encerra-se no próximo dia 1º de outubro. Com seus vínculos renovados para 2019, estão o goleiro simão, o lateral-direito Léo, os zagueiros Alisson e Yuri, o meia Robinho e os atacantes Quirino, Schumacher e Jean Carlo. Especula-se inicialmente que 7 a 8 jogadores devem deixar o clube na próxima temporada. Entretanto a promessa da diretoria para o treinador Gersinho é de manutenção da base do elenco. O zagueiro Sosa, o capitão Chicão, o lateral-esquerdo Peixoto, assim como os meias Erick, Índio, Cleyton, Dione tendem a renovar para mais uma temporada. Assim, “comendo pelas beiradas” num velho ditado, o Operário Ferroviário espera surpreender novamente, como vem fazendo há dois anos.

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