terça-feira, 18 de setembro de 2018

O efeito Lisca Doido

O técnico gaúcho tem se destacado como treinador salvador

Se tem um treinador neste campeonato brasileiro que merece destaque é Luiz Carlos Cirne Lima de Lorenzi, “carinhosamente” chamado de “Lisca Doido”. Lisca tem feito um excelente trabalho no Ceará, apesar de poder ser mascarado pela posição do time na tabela de classificação do campeonato brasileiro.

Quando Lisca assumiu o Vozão, a equipe nordestina se encontrava na lanterna do Brasileirão, sendo considerado, por muitos comentaristas, como um time já “garantido” na série B 2019. Mas a chegada do treinador modificou todas as expectativas, e faz do Ceará, hoje, uma das agradáveis sensações da competição.

E quem é Lisca?

Para quem pergunta de onde saiu este treinador, nós explicamos: Lisca é do Brasil! Parece propaganda politica ao dizer isso, mas não há definição melhor. Lisca já treinou clubes de norte a sul do Brasil, em diferentes divisões do Campeonato Brasileiro.

Lisca nasceu no Rio Grande do Sul, há 46 anos. Começou como treinador na base do Internacional, sem jamais ter sido jogador profissional. Comandou sua primeira equipe profissional em 2001, a Ulbra-RS (atual Canoas Sport Club), mas voltou à base por mais alguns anos até que, em 2007, assumiu o Brasil de Pelotas e tornou-se treinador em definitivo.

De lá para cá, foram mais de 12 clubes, alguns treinados mais de uma vez, como Náutico, Juventude e Luverdense. Foi o técnico do Internacional no rebaixamento do clube em 2016, mas não teve muito o que fazer, assumindo quando restavam somente 4 rodadas para o término do Brasileirão.

Despois disso, passou por Guaraní de Campinas, Paraná Clube e Criciúma até, finalmente, assumir o comando do Ceará. Mais sobre a carreira dele neste bom texto do Globo Esporte.

A receita do treinador

As principais conquistas de Lisca não são necessariamente títulos, mas o efeito que ele causa em seus clubes. No Juventude, onde ganhou o apelido de “Lisca Doido”, eliminou o Grêmio do gauchão e voltou a disputar ao Série C. venceu clássicos em Pernambuco com o Náutico, o que não acontecia há algum tempo. Chegou até a subir no alambrado para comemorar com a torcida. No Guarani, livrou o time da Série C no ano passado.

Lisca é mais que treinador, é motivador. Ele sabe lidar com seus jogadores e explorar suas qualidades. Mexe com o torcedor e provoca neles uma confiança absurda, permitindo com que acreditem em feitos dignos das páginas históricas do futebol.

Em entrevista ao El País, Lisca deixou claro que não se importa com o perfil de “treinador salvador”, já que tem assumido clubes em situações complicadas:

“Minha primeira oportunidade no profissional foi para não deixar o Brasil de Pelotas cair no campeonato gaúcho. E consegui. Não tenho empresário forte e não fui jogador famoso, então as oportunidades que surgem para mim são dentro da dificuldade” e ainda completou: “Não é hora de ver quem é bonitinho, de fazer avaliação. Chama quem tem experiência e sabe fazer o trabalho. Chama quem tem farinha no saco”.

A sensação alvinegra

Então, quando todo mundo já dava o Ceará como rebaixando, eis que Lisca assume e devolve a autoestima ao time. Jogadores que pouco rendiam agora faziam muito em campo.

Mesmo ainda flertando com a zona de rebaixamento, o Ceará tem demonstrado um dos melhores estilos de jogo entre as equipes que ali estão. Assim, galgar a permanecia na série A deve ser questão e tempo.

Desde que Lisca assumiu pouco antes da Copa do Mundo, foram, até o momento, 16 jogos. Destes, apenas 4 derrotas, vendidas caras, sendo três para times da parte de cima da tabela. Aliás, nenhuma das derrotas foi por mais de 2 gols. Foram ainda 6 empates e mais 6 vitórias. O momento alto foi, sem dúvida, vencer o Flamengo dentro do Maracanã e, 4 dias depois, o Corinthians em casa.]

Confiança no trabalho

A diretoria do Ceará, bem como sua torcida, confia em Lisca para reverter o quadro. Até porque não é a primeira vez que os dois se encontram em situação tão delicada. Em sua primeira passagem pelo time cearense, na série B, Lisca salvou o time de um rebaixamento à série C tirando uma diferença de 12 pontos, vencendo 6 de 9 jogos, quando todas as apostas estavam em 98% de queda do time.

Foi nessa época que o hino em homenagem ao técnico surgiu: “Saiu do hospício, tem que respeitar: Lisca Doido é Ceará!”

Assim, com apoio incondicional da apaixonada torcida, o bom trabalho e dedicação dentro de campo, o Ceará tem tudo para se manter na elite do futebol brasileiro, deixando claro o bom momento do futebol dos clubes cearenses.

 

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