sábado, 10 de novembro de 2018

Persepolis x Kashima Antlers: a conquista da honra!

A 37ª edição da Liga dos Campeões da Ásia/AFC Champions League, chega ao ao seu capítulo decisivo. Foram, até aqui, 139 jogos, entre janeiro e novembro, envolvendo 46 clubes de 20 federações filiadas a AFC. Até aqui foram marcados 418 gols, média de 3,01 gols/partida e após toda esta maratona temos Kashima Antlers, do Japão, decidindo o título diante do Persepolis, do Irã.

Neste sábado (10), em Teerã, no Azadi Stadium, a partir das 13 horas (horário de Brasília) o Persepolis tentará reverter a vantagem do Kashima Antlers, que venceu o jogo de ida, na semana passada por 2×0. Doentes por Futebol apresenta, o raio-X desta finalíssima, que classificará o campeão para o Mundial Interclubes Fifa, em dezembro, no Emirados Árabes Unidos.

                                       Belíssimo Azadi Stadium, em Teerã, palco da final (foto: divulgação)

Kashima Antlers: em busca da glória continental

Tradicional reduto de brasileiros no futebol japonês, o Kashima Antlers, fundado em 1947, nunca conquistou um título continental. Atual vice-campeão japonês (J-League), o clube vive uma ótima fase desde 2015, quando conquistou a J. League Cup; em 2016, foi campeão japonês e surpreendeu muita gente ao chegar na final do Mundial Interclubes daquele ano, disputada em Yokohama, fazendo um jogo “de igual para igual” com o todo poderoso Real Madrid, após golear o então campeão da Libertadores da América, o Nacional de Medellin, por 3×0.

A equipe comandada por Go Oiwa, chega pela primeira vez a final da AFC Champions League, comprovando o atual bom momento vivido dentro das quatro linhas.

Para chegar a final, o Kashima Antlers avançou na segunda colocação do grupo H, que tinha o Suwon Samsung Bluewings (Coréia do Sul, primeiro colocado, o Sydney FC (Austrália) e o Shanghai Shenhua (China). Nas oitavas-de-final, os japoneses eliminaram os chineses do Shanghai SIPG; no jogo de ida, atuando diante do seu torcedor, vitória por 3×1. Na volta derrota por 2×1 e classificação para as quartas, onde enfrentou uma outra equipe chinesa, o Tianjin Quanjian, com um 2×0 em casa e 3×0 fora de casa garantindo vaga nas semifinais, contra os sul-coreanos do Suwon Samsung Bluewings, vitória em casa por 3×2 e empate fora em 3×3, em dois grandes jogos.

A equipe de Go Oiwa joga num 4-4-2, mas que na prática varia para o 4-3-1-1, comandados defensivamente pelo capitão e zagueiro central Gen Shoji, jogador da seleção japonesa. No meio-de-campo, a frente da zaga, o brasileiro Léo Silva, ex-Cruzeiro, Botafogo, Portuguesa e que desde 2013 atua no futebol japonês, é o dono do setor, um médio-volante que chega sempre com muito perigo ao ataque e que tem a companhia do compatriota Serginho, ex-Santos, com passagens por Vitória, Santo André e América (MG), meia de boa qualidade técnica, artilheiro do time na Champions, com 5 gols. No ataque, muita vitalidade, em função da jovialidade de Yuma Suzuki, 22 anos, formado no próprio clube e Hiroki Abe, apenas 19 anos, igualmente formado na base do Kashima, jogador que costuma atuar pelos lados do campo.

Persepolis: um sonho, conquistar a Ásia

Um dos maiores clubes do Irã, o Persepolis, fundado em 1963, é uma potência esportiva do Oriente Médio, conta com uma das torcidas mais fanáticas do Mundo. Entretanto, o tradicional clube iraniano, nunca conquistou um título da AFC Champions League, fato que incomoda, especialmente porque um dos seus maiores rivais, o igualmente tradicional Esteghlal, possui dois títulos, do principal campeonato interclubes da Ásia.

O Persepolis integrava o grupo C, onde terminou na liderança, com 13 pontos ganhos, a frente do Al-Sadd (Catar), Nasaf Qarshi (Uzbequistão) e do Al-Wasl (Emirados Árabes Unidos). Nas oitavas-de-final, os iranianos passaram pelo Al-Jazira (Emirados Árabes Unidos); no primeiro jogo, fora de casa, derrota por 3×2 e no jogo da volta, em casa, vitória por 2×1 e classificação via gol qualificado. Nas quartas-de-final, eliminaram o Al-Duhail (Catar), perdendo fora de casa, no primeiro jogo, por 1×0 e vencendo o jogo de volta em casa, por 3×1. Nas semifinais, os iranianos eliminaram outro clube do Catar, desta vez um velho conhecido da fase de grupos, o Al-Sadd, equipe do espanhol Xavi (ex-Barcelona), vencendo fora de casa por 1×0 e empatando em casa, 1×1.

O time, treinado pelo croata Branko Ivankovic, profundo conhecedor do futebol asiático, com passagens pelas seleções de base e principal do Irã, costuma escalar sua equipe num 4-4-2, com dois meias mais abertos, jogando em velocidade pelos lados do campo e geralmente fazendo inversões que visam pegar as defensivas adversárias de surpresa. Assim como a maioria dos clubes iranianos, o Persepolis possuí uma proposta de jogo que valoriza a forte marcação, aliada a uma eficiente disciplina tática.

Com 5 gols na competição, o atacante Ali Alipour, de apenas 23 anos, é um dos destaques da equipe vermelha. Desde 2015 no clube, Alipour é a grande referência técnica e atual artilheiro do elenco, com 41 gols em mais de 100 jogos pelo Persepolis. Jogador de muita força física, o camisa 70 têm como característica a boa colocação na área e o arremate, geralmente preciso.

Como foi o primeiro jogo da final

No sábado passado (3), em Kashima (Japão), no Kashima Soccer Stadium, japoneses e iranianos disputaram o primeiro jogo da finalíssima. Diante de mais de 35 mil torcedores, os iranianos não se intimidaram e começaram melhor no jogo, sempre apostando nas jogadas em velocidade pelas laterais e cruzamentos na área. O Kashima Antlers porém equilibrou o jogo em termos defensivos, num primeiro tempo de pouca qualidade técnica e muitas ligações direta, defesa-ataque.

No segundo tempo, aos 13 minutos, o brasileiro Léo Silva, num dos raros momentos de bola trabalhada, tabelou com Shoma  Doi, passou pelo marcador e arrematou no canto do goleiro Beiranvand, abrindo o placar. Com a vantagem, o time japonês passou a administrar o jogo, em contrapartida, os iranianos, nervosos, sentiram a pressão e com muitos erros de passe, praticamente não levavam perigo a meta defendida por Sun-tae. Aos 25 minutos, após cobrança de escanteio e indecisão da zaga do Persepolis, Misao pegou o rebote na entrada da área e deu ótimo passe para o brasileiro Serginho, que de canhota, tirou do goleiro, anotando o segundo gol japonês na decisão e dando números finais ao jogo.

O que esperar da final da AFC Champions League 2018

Após o primeiro jogo, onde o Kashima Antlers conquistou importante vantagem para a final, o que se questiona é justamente se o Persepolis terá qualidade suficiente para conseguir reverter a desvantagem. Diante deste quadro, espera-se que a equipe iraniana pressione desde os primeiros minutos, explorando o jogo aéreo, sempre uma natural dificuldade para equipes japonesas em geral e claro, a bola longa, fruto da ligação direta defesa-ataque, contando especialmente com a chegada dos jogadores do centro de campo.

Se por um lado, a expectativa é de um jogo mais viril, pautado na força física, por outro lado, os japoneses, detentores de uma ótima vantagem, tendem a buscar defender-se do ímpeto inicial iraniano e obter a posse de bola, uma característica interessante da equipe, claro, contra-golpeando em alta velocidade com os dois jovens atacantes da equipe. O treinador Go Oiwa, já adiantou em coletiva durante a semana, que conquistar territorialmente o meio-de-campo, é fundamental para o sucesso (ou não) da equipe. Para isso conta com a experiência e voluntariedade do brasileiro Léo Silva, eleito o homem do jogo na primeira partida da decisão.

Léo Silva (4) é um dos principais jogadores do Kashima Antlers (foto: Fanpage AFC Oficial)

É importante lembrar, que o treinador Branko Ivankovic, não poderá contar com Siamak Nemati, expulso infantilmente no primeiro jogo, perdendo assim, um importante jogador do setor de criação da sua equipe. Sem Nemati, certamente, a responsabilidade pela criação de jogadas ofensivas, ficará a cargo do jovem talento iraquiano, de apenas 23 anos, Bashar Resan, um dos destaques da edição 2018 da AFC Champions League.

Bashar Resan (5) é a esperança de lucidez no meio iraniano diante dos japoneses (foto: Shuji Kajiyama)

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