segunda-feira, 13 de abril de 2020

Precisamos falar mais sobre Graham Hansen, a peça que faltava no Barcelona

A sensação de que o Barcelona fazia um trabalho primoroso no Futebol Feminino recebeu um balde de água fria quando na Final da Champions League de 2018/19 o clube foi engolido pelo Lyon. Ada Hegerberg e companhia golearam a equipe blaugrana e conquistaram o quarto título seguido do time francês. Foi o momento em que a equipe catalã entendeu que apesar da grande evolução construída, ainda faltava alguma coisa. Talvez não falte mais.

Veio do Wolfsburg da Alemanha, mas nasceu e começou a jogar bola na Noruega e atende pelo nome de Caroline Graham Hansen. É uma atacante habilidosa e criativa, que joga pela ponta mas tem caracteristicas de meia. Sabe abrir espaços, jogar em campo reduzido e conduz o ataque com inteligência. Chegou para substituir Andressa Alves, que foi para a Roma, mas é uma peça que se encaixa melhor no jogo de posse e infiltração do Barcelona Feminino – que segue a risca o padrão cruyffista blaugrana.

Começou a jogar bola no Lyn, em Oslo, aos 15 anos, quando também foi chamada para as categorias de base da seleção. Transferiu-se para o Stabaek em 2010, foram duas primeiras temporadas com 30 jogos e 9 gols ao todo, conquistando o campeonato nacional no fim. Em 2010 a equipe receberia também as irmãs Hegerberg, Ada e Andrine.

O tempo passou e Caroline e Ada seguiram caminhos diferentes. Em 2013, enquanto Hegerberg se transferia para o Postman e mais tarde (2014) para o Lyon que conquistaria  quatro Champions Leagues seguidas e transformaria sua época em uma dinastia no Futebol Feminino – fazendo da camisa 14 a Melhor Jogadora do Mundo em 2018, Caroline foi jogar por seis meses no Tyreso da Suécia e depois voltou para a Noruega onde terminou seus estudos. Hansen deixou o seu país de vez em 2014 quando transferiu-se para o Wolfsburg da Alemanha.

Na Frauen-Bundesliga a confirmação do talento. Hansen se transformou em um eximia distribuidora de jogo, colecionando recordes de assistência. Esteve presente diretamente em 74 gols da equipe no ano de 2019, em 51 partidas. Uma característica que não a colocou na capa dos jornais – convenhamos, é difícil dividir a atenção com alguém que não para de balançar as redes e quebrar recordes atrás de recordes, como foi o que aconteceu com Hegerberg nos últimos anos. No entanto, “Caro” se tornou-se peça fundamental na equipe alemã onde conquistou 8 campeonatos nacionais e disputou duas finais de Champions.

A experiência na Alemanha trouxe propostas irrecusáveis. Foi então a hora de trocar o jogo alemão pela pressão espanhola e se adaptar a Primer Iberdrola. Adeus, baixa saxônia alemã. Hola, catalunha. Caroline precisou de 96 minutos para dar sua primeira assistência com a camisa azul grená pela Champions. Era o primeiro sinal do encaixe de uma peça que funcionaria perfeitamente no projeto barcelonista.

A adaptação ia muito muito bem, com 14 participações em gols até que uma lesão afastou a atacante norueguesa dos gramados por um tempo. Graham Hansen voltou no início de fevereiro e se encaixou novamente nessa “máquina de guerra” criada pelo time catalão que está com a mão na taça do Campeonato Espanhol e briga por um triplete na temporada, ainda disputa a Copa da Rainha e a tão almejada Champions League.

Não existe uma fórmula exata para ter uma equipe campeã. Filosofias, estilos de jogo, mentalidade, tudo precisa se encaixar. Mas ter jogadores que são a alma do time parece facilitar as coisas. Caroline Graham Hansen indica estar para o Barcelona como Iniesta um dia esteve. Resguardadas suas devidas proporções, é claro, não se emocione. Ela é inteligente, habilidosa, tem uma visão de jogo única, sabe encontrar suas companheiras em campo e sente-se absolutamente confortável com a camisa. A atacante tem tudo para fazer história na Catalunha. Seja nessa temporada, ou nas próximas que virão.

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