quarta-feira, 12 de agosto de 2020

A construção de Neymar Jr

Por Ícaro Caldas Leite

Podemos separar a carreira de Neymar Jr em três fases:

  1. Neymar do Santos com total liberdade do meio pra frente e em qualquer lado do campo.
  2. Neymar do Barcelona: muito mais na esquerda e com uma liberdade muito menor que no Santos.
  3. Neymar do PSG (sua melhor versão): base, entrelinhas e lado esquerdo.

Partindo do princípio cultural do futebol brasileiro, ele sempre foi um jogador com total liberdade no ataque do campo (último terço). Mas o que o diferenciava dos demais no começo da carreira? Neymar nunca foi aquele ponta limitado que só tem velocidade, cabeça baixa e força física. Ele era mais do que isso, ele era o ponta construtor.

Mas o que é o ponta construtor? É o jogador que atua pelo lado do campo, porém faz o papel do armador de meio-campo (criar jogadas no campo de ataque para os companheiros) e o papel de atacante (fazer gols, ser decisivo e assistente). Uma das suas características mais marcantes é o movimento de fora pra dentro.

Pelo Santos ele sempre teve total liberdade para flutuar em todas as partes do campo mesmo sendo um ponta esquerda. Assim conquistou uma Copa do Brasil (18 anos) e Libertadores como protagonista (aos 19 anos).

No clube catalão ocorreu seu amadurecimento como jogador. Formou um grande trio ao lado de Lionel Messi e Luisito Suarez, conquistou tudo que pôde com a camisa Blaugrana e foi o principal protagonista da maior remontada da história do futebol (Barça 6×1 PSG). Lembremos: artilheiro da Champions 14-15 ao lado de Messi e Ronaldo. Marcando três gols nas semis contra o Bayern de Guardiola e um na final contra a Juventus de Gigi Buffon.

No Paris ele vem mostrando ser um jogador completo. Atua no meio e no lado. Começa a jogada, dá continuidade, termina e ainda fecha na linha defensiva para recompor.

Fazendo dupla com Mbappé, que age como sua flecha (Ney é o arco), ele tornou o PSG um time muito cruel no ataque – Di Maria e Icardi (nesta temporada 19-20) acabam completando o quarteto do PSG.

Mas a sua evolução dentro de campo é nítida e vem ajudando bastante o clube, tanto que antes da sua chegada em Paris, o PSG nunca havia se classificado para as quartas da UCL. Neste ano Neymar fez gol na ida, fez gol na volta e participou do segundo gol da equipe Parisiense.

Neymar tem um leque de opções para resolver uma partida. Seus recursos são extraordinários e altamente eficazes. Dribles desconcertantes, mortal no 1v1, exímio cobrador de faltas, criador de chances pelas pontas, por dentro, uma leitura de jogo muito acima, porque ele encontra espaços com e sem bola para acionar companheiros ou para se posicionar e ser acionado.

Seus pés são os pincéis, o campo é a sua tela, a bola é sua tinta e ele é um gênio incompreendido ou um artista radical que encanta os que o amam (como eu) na mesma proporção que incomoda os que o odeiam.

Maior referência do futebol brasileiro há praticamente 10 anos, Neymar é decisivo e protagonista tanto nos clubes quanto pela seleção, completo dentro de campo. É virtualmente, a apenas 2 gols de ultrapassar Ronaldo, o segundo maior goleador da história da seleção brasileira.

Gênio. Craque. Artista. Decisivo. Protagonista.

Neymastê!

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