segunda-feira, 22 de agosto de 2016

O legado vale mais do que o ouro

Foto: Ricardo Stuckert/CBF - O Brasil enfim conquistou o sonhado ouro

Foto: Ricardo Stuckert/CBF – O Brasil enfim conquistou o sonhado ouro

Rio de Janeiro, sábado à noite. O Maracanã explode em festa. Neymar converte a última cobrança de pênalti, dando o inédito ouro olímpico para o Brasil. Uma conquista justa, sem dúvida alguma, mas que é preciso entendê-la com calma para evitar uma empolgação exagerada, assim como aconteceu na Copa das Confederações.

Mais importante do que a conquista em si é o legado que ela traz ao futebol brasileiro. Ainda assim, é preciso contextualizar o ouro. Primeiramente, trata-se de uma competição de base, embora as Olimpíadas sejam o único torneio sub 23 de seleções no planeta. E como em qualquer competição desse tipo, o objetivo é a formação dos atletas, o que pode soar um pouco estranho quando você tem jogadores como Neymar ou Renato Augusto no elenco.

Em segundo lugar, a Seleção foi a única que teve força máxima no Rio 2016. Exceto pelo goleiro Ederson, vetado pelo Benfica, Rogério Micale conseguiu convocar quem quis. A Alemanha, adversária na final, veio praticamente com um time sub 21, reforçado pelos irmãos Bender. Portugal, para se ter ideia, sofreu ainda mais. Da pré lista com 35 nomes divulgada pelo técnico Rui Jorge, apenas 11 atletas vieram ao Brasil. Ao todo foram chamados 55 jogadores para se chegar aos 18 convocados. Além deles, Argentina e México, que poderiam fazer um bom papel, também chegaram desfalcados.

Independentemente disso, o legado é favorável. A Canarinho tem uma geração talentosa e que ganhou experiência. Certamente ganhará espaço com Tite, que já chamou sete “olímpicos” em sua primeira convocação. Cai por terra a ideia de que a atual geração é ruim, principalmente se levarmos em conta nomes já consolidados na equipe principal, como Wiliam, Douglas Costa, Daniel Alves ou Marcelo.

Foto: Ricardo Stuckert/CBF - Neymar foi decisivo, mas precisa mostrar maturidade

Foto: Ricardo Stuckert/CBF – Neymar foi decisivo, mas precisa mostrar maturidade

Neymar também sai maior dos Jogos Olímpicos. Conseguiu ser a tão esperada referência dentro de campo, com boas atuações nos jogos decisivos. Tirou um peso das costas e deverá se sentir mais à vontade com a amarelinha daqui para a frente. Por outro lado, é preciso ressaltar a falta de maturidade em seu comportamento, algo que foi evidente mesmo sendo um dos mais velhos e experientes do grupo.

Também venceu quem defende a ideia de que se pode ser competitivo jogando para frente, aplicando conceitos do futebol atual, muito usados lá fora, mas que ainda não são comuns aqui. Com isso, Rogério Micale se consolida como um técnico a ser levado em conta daqui para frente.

Para finalizar, evitou-se o trauma que uma nova derrota para a Alemanha poderia causar. O revés respingaria na equipe principal, pressionando Tite em seu início de trabalho. O ouro traz com ele um ambiente favorável à Seleção, que precisa arrumar a casa em seu caminho até a Rússia.

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