Começa neste sábado (10), a oitava edição do Mundial Fifa de Futsal, que terá a Colômbia como país-sede, com os jogos acontecendo nas cidades de Cali (ginásio Coliseo El Pueblo), Bucaramanga (ginásio Coliseo Bicentenario) e Medellín (ginásio Coliseo Iván De Beodut). Em momento chave para a modalidade, que é a mais praticada (sobretudo na fase escolar) do Brasil e uma das mais praticadas no Mundo, ainda que pese alguma desconfiança por parte do grande público, justamente pela falta de maiores informações em outros centros onde o futsal é praticado. A Copa do Mundo deste ano denota uma grande insatisfação por parte de muitos com a Fifa, sobretudo pelo fato do futsal estar oficialmente fora das Olimpíadas de Tóquio em 2020, tendo em vista que é latente a falta de interesse da entidade para com o futsal.
No Brasil, por exemplo, poucas pessoas têm conhecimento que oficialmente, o futsal não é considerado uma atividade profissional, ainda que existam inúmeras equipes, organizadas profissionalmente; sendo este um dos entraves para o desenvolvimento maior do futsal em diversas cidades, pois o fato de não ser profissionalmente reconhecido e de também não ser uma modalidade olímpica, acrescida dos entraves burocráticos, inviabiliza uma série de maiores investimentos junto à modalidade.
Na Colômbia, serão 24 seleções, das seis confederações continentais filiadas a Fifa. Assim como no futebol, o futsal também sofre com o inchaço da sua principal competição envolvendo times nacionais. Tal qual no futebol de campo, no futsal também há um desnível técnico entre seleções como o Brasil em comparação a uma seleção como as Ilhas Salomão (representante da Oceania), por exemplo. Neste aspecto, a briga pelo título deverá novamente ficar restrita aos representantes da Conmebol e da Uefa, que dominam a modalidade em termos de organização da mesma e, sobretudo nos aspectos técnicos e táticos.
Grupos do Mundial de Futsal 2016, que será disputado na Colômbia (imagem: Fifa.com)
Os 24 participantes estão divididos em seis grupos, com quatro seleções cada, classificando-se automaticamente para as oitavas-de-final, os campeões e vice de cada chave, além dos quatro melhores terceiros colocados. A partir das oitavas, até a final, os jogos são eliminatórios.
Grupo A
Composto por Colômbia, Portugal, Uzbequistão e Panamá, deve ter o selecionado português passando tranquilamente. Comandados pelo astro da modalidade e atualmente eleito o melhor jogador do Mundo, Ricardinho, a equipe lusitana possui outros bons jogadores, como o fixo Cardinal. Esta será a quinta participação portuguesa na história da competição. Com uma boa preparação, Portugal chega como um dos candidatos ao título tendo um elenco extremamente entrosado, um jogo de muita marcação e velocidade e claro, o jogador diferenciado, aquele que além de oferecer espetáculo, decide: Ricardinho.
Comandados pelo espetacular Ricardinho (10), Portugal espera conquistar o título (foto: divulgação Ricardinho10oficial)
A outra vaga da chave deverá ficar com os donos da casa, que participam pela segunda vez da competição, após o surpreendente quarto lugar no Mundial de 2012, realizado na Tailândia. O ala-direita Angellot Caro (camisa 10) é o grande destaque da equipe, que não foi bem nos torneios preparatórios, mas que deverá contar com o forte apoio do seu entusiasmado torcedor.
Após o quarto lugar em 2012, a Colômbia espera, em casa, repetir a boa campanha (foto: divulgação)
Estreante no Mundial, o Uzbequistão conquistou a inédita classificação ao conquistar, de forma surpreendente o vice-campeonato asiático, aproveitando muito bem, o fato de a equipe sediar o torneio. Treinado pelo espanhol Jose Maria Pazos Mendez “Pulpis”, um exímio conhecedor do futsal asiático e que implementou um modelo de jogo bastante coletivo em sua equipe, uma das características da escola espanhola de futsal. Outro integrante do grupo, o Panamá participa pela segunda vez de um Mundial, após o vice-campeonato da Concacaf, que lhe garantiu o direito de disputar o torneio-mor da modalidade. O goleiro Daniel Atencio é o grande destaque da sua equipe, que não deve oferecer grandes obstáculos aos seus adversários.
Grupo B
Rússia, Tailândia, Cuba e Egito compõe a chave, com um amplo favoritismo para o selecionado russo, que é um dos principais candidatos ao título da competição, participando pela sexta vez do Mundial, os atuais vice-campeões europeus possuem um forte padrão de jogo, baseado no talento e entrosamento do quarteto de brasileiros naturalizados: Gustavo (goleiro), Rômulo (fixo e capitão), Robinho (ala/pivô) e Eder Lima (ala-esquerda), um dos grandes jogadores da modalidade na atualidade. Assim, contando com o talento brasileiro e com a disciplina dos russos natos, a equipe vermelha pode conquistar seu primeiro título mundial.
Contando com o talento de Eder Lima (8), Gustavo (de capacete), Robinho (10) e Rômulo (15), os russos estão entre os favoritos ao título (foto: divulgação)
Terceira colocada no Campeonato Asiático de Futsal, posto que lhe valeu classificação para sua segunda Copa do Mundo, a Tailândia é um dos mercados expoentes do futsal asiático. Treinada pelo espanhol Miguel Rodrigo, tem no talento e faro de gol do pivô Suphawut Thueanklang, artilheiro do Campeonato Asiático, com 14 gols, seu grande destaque e irá brigar pela segunda colocação do grupo.
Tradicional representante da Concacaf, a Seleção de Cuba, classificou-se para seu quinto Mundial. Porém, a equipe cubana não deverá oferecer grande resistência aos seus adversários. O destaque positivo é o jovem ala-direita Diego Ramirez, de apenas 17 anos de idade, eleito a revelação do Campeonato de Futsal da Concacaf. “Velho” e conhecido representante da África, o Egito estará presente em seu sexto Mundial. A classificação para a Copa do Mundo veio com o vice-campeonato africano. O grande destaque dos “Faraós” é o pivô Mostafa Eid Mohamed (camisa 12), um dos artilheiros da equipe, que deverá brigar com a Tailândia pela segunda vaga do grupo, sendo um eventual candidato a avançar as oitavas como um dos melhores terceiros colocados.
Grupo C
Contando com a tradição de Itália e Paraguai, além de Vietnam e Guatemala, salvo qualquer outro fator, deverá ter italianos e paraguaios classificados de forma tranquila para as oitavas. Contando com uma legião de oito brasileiros naturalizados, os italianos participam pela sétima vez da Copa do Mundo e estão entre os favoritos à conquista desta edição. A equipe do treinador Roberto Menichelli caracteriza seu jogo com forte marcação e saída muito rápida no contra-ataque. Entre os destaques os habilidosos alas brasileiros naturalizados Alex “Babalu” Merlim, que atua no Sporting Lisboa (POR) e é um dos líderes da Azzurra e o capitão da Azzurra, Gabriel Lima, que vem em excelente fase na sua carreira.
Contando com uma legião de 7 brasileiros naturalizados, a Itália é uma das favoritas para conquistar a Copa do Mundo (foto: divulgação)
Uma das escolas mais tradicionais do futsal, o Paraguai participa pela sexta vez da competição. La Albirroja deve classificar-se com tranquilidade, brigando com os italianos pela liderança da chave. Com equipe extremamente experiente, contando com seis dos 14 jogadores convocados, com idade acima de 30 anos e muitos jovens valores que participarão pela primeira vez da Copa do Mundo, baseia seu jogo na forte e incansável marcação, além de uma obediência tática que impressiona positivamente.
Com muita tradição, o Paraguai, que mescla experiência e juventude, pode ser uma das surpresas (foto: A Dos Toques)
Estreante na Copa do Mundo, o Vietnam classificou-se ao ficar na quarta colocação do Campeonato Asiático de Futsal, eliminando de forma surpreendente o Japão, nas quartas-de-final da competição (empate em 4 gols no tempo normal e prorrogação e vitória nas penalidades por 2×1). A equipe é treinada pelo espanhol Bruno Garcia, que como a grande maioria dos treinadores da escola espanhola, baseia o jogo na forte marcação, com saída rápida para o contra-ataque. A equipe fez diversos amistosos preparatórios para o Mundial, mas não deverá dificultar o caminho de italianos e paraguaios na chave, devendo brigar por um possível terceiro lugar com os guatemaltecos.
Em sua quarta participação, a Guatemala chega à Colômbia após ficar em terceiro lugar no Campeonato de Futsal da Concacaf. A equipe é treinada pelo espanhol Tomas De Dios Lopez que tem no fixo Miguel Santizo um dos seus principais jogadores. Com um jogo de pouca intensidade e muitos aspectos vulneráveis, os guatemaltecos lutam por um eventual terceiro lugar para tentarem o que seria uma classificação inédita às oitavas-de-final da Copa do Mundo.
Grupo D
O grupo do Brasil tem também Ucrânia, Austrália e Moçambique. Berço do futsal, o Brasil participou de todas as edições da Copa do Mundo Fifa. São cinco títulos, um vice-campeonato e um terceiro lugar; um currículo que coloca o Brasil como um dos favoritos ao título desta edição. Entretanto, após uma série de escândalos na CBFS (Confederação Brasileira de Futebol de Salão), entidade que administra a seleção no país; e que culminou no afastamento do presidente Aécio Borba e principalmente a perda de patrocinadores, o que quase deixou a seleção canarinho fora das eliminatórias sul-americanas da competição, além de prejudicar qualitativamente a preparação brasileira, que viu os principais jogadores do país abdicarem da seleção, um ano antes da Copa do Mundo, enquanto não houvesse transparência nas contas da CBFS.
Berço do futsal, o sempre favorito Brasil vai em busca de mais um título (foto: Luis Domingues/CBFS)
Se os principais candidatos ao título, já estão reunidos há mais de 30 dias, o Brasil chega para a Copa do Mundo após uma preparação de apenas 10 dias. A equipe do treinador Serginho “Bigode” Schiochet tem na liderança do astro e maior jogador da história da modalidade: Falcão, um dos seus principais expoentes. Aos 39 anos, o camisa 12 deverá participar da sua última Copa do Mundo, buscando seu terceiro título. Com um elenco de muita experiência, que também conta com a grande fase do ala Bateria (veja abaixo alguns gols do craque pela Seleção), do Barcelona, na atualidade um dos principais jogadores do mundo e que deverá chegar com tranquilidade até as quartas-de-final, quando teoricamente o caminho deverá ficar mais difícil.
Em sua quinta participação mundial, a Ucrânia é uma das principais escolas do futsal europeu, sobretudo da região leste do Velho Continente e deverá, salvo qualquer “imprevisto”, classificar-se com tranquilidade, ao lado do Brasil, na segunda colocação do grupo. Equipe que se caracteriza pela forte marcação na quadra defensiva e que tem justamente no fixo Mykhailo Grytsyna, um dos seus principais jogadores.
Tradicional representante do leste europeu, a Ucrânia é velha conhecida dos brasileiros (foto: divulgação)
Em sua sétima participação na Copa do Mundo, a Austrália busca passar para uma fase decisiva pela primeira vez. Os “cangurus” conquistaram a vaga ao terminarem na quinta colocação do Campeonato Asiático de Futsal (que ofertou cinco vagas). Em quadra, os comandados do treinador Robert Varela contam com o talento do fixo Gregory Giovenali, para tentarem surpreender Brasil e Ucrânia, seleções que estão num patamar muito acima. A outra integrante da chave é Moçambique, que se classificou na terceira e última vaga da África, para sua primeira participação. Destaque para o pivô Dino, um dos artilheiros da equipe. Entretanto, os moçambicanos deverão apenas serem meros figurantes da chave e sérios candidatos a levarem diante do Brasil, uma das goleadas da competição.
Grupo E
Contando com Argentina, Cazaquistão, Costa Rica e Ilhas Salomão; a chave tem a experiência mundialista da Argentina, que pelo histórico e sobretudo pelos bons resultados conquistados recentemente, deverá brigar pela primeira colocação, com o candidato a surpresa do torneio, o Cazaquistão. A Argentina possui um grupo muito técnico e com boa experiência internacional e uma postura de jogo propondo mais o ataque, algo que há alguns atrás era raro no futsal portenho. Com a maioria dos seus convocados atuando na Itália, destaque para o habilidoso ala Leandro Cuzzolino, que atua no Montesilvano C5 (ITA).
Grande rival sul-americana do Brasil, argentinos mudaram estilo de jogo e esperam irem longe no Mundial (foto: divulgação)
Candidato a ser uma das surpresas desta edição do Mundial, o Cazaquistão participa pela segunda vez da competição. Impulsionados pelo alto investimento no Kairat Almaty, hoje um dos maiores clubes do mundo no futsal, os cazaques sonham em chegar longe. A equipe possui quatro jogadores brasileiros naturalizados e é treinada pelo também brasileiro Ricardo “Cacau” Sobral. Profundo estudioso da modalidade, Cacau fez o Cazaquistão se tornar uma equipe respeitada no cenário mundial com um forte jogo de posse de bola, com o auxílio do goleiro-linha, e é aí que entra o goleiro (brasileiro) Léo Higuita, considerado por muitos como o melhor goleiro do mundo na atualidade.
Candidato a surpresa do Mundial, o Cazaquistão alcançou um padrão de jogo altamente competitivo (foto: divulgação)
Em seu quarto mundial, a Costa Rica, atual campeã da Concacaf, busca avançar pela primeira vez para uma fase decisiva do torneio. Entretanto a missão não será fácil, uma vez que os favoritos da chave são Argentina e Cazaquistão. Um dos destaques dos “Ticos” é o fixo Edwin Cubillo, eleito o melhor jogador do último Campeonato de Futsal da Concacaf. Treinada pelo brasileiro Juliano Schmeling, as Ilhas Salomão participam pela terceira vez de uma Copa do Mundo. O representante da Oceania, que recentemente perdeu por 18×0 para o Brasil em amistoso preparatório para a competição (veja os gols abaixo, incluindo o golaço de bicicleta de Falcão), possui inúmeras dificuldades de ordem estrutural para o futsal no país e já se contenta com o fato de participar e certamente não irá oferecer resistência aos adversários.
Grupo F
Espanha, Irã, Azerbaijão e Marrocos compõe o grupo que tem amplo favoritismo da “Fúria”, participando pela oitava vez do Mundial. Bicampeões (2000/2004), os espanhóis são um dos favoritos absolutos ao título. Com uma das ligas mais fortes e organizadas do mundo e caracterizada por um estilo de jogo que privilegia a forte marcação e o jogo coletivo, os comandados de Venancio Lopez possuem um elenco experiente e estelar, jogando sempre de forma metódica, com muita aplicação tática. Destaque para o ala Miguelin, juntamente com o pivô brasileiro naturalizado, Fernandão, outra referência da equipe que possui 7 títulos europeus em 10 participações e que vem treinando há mais de um mês buscando retomar o título mundial.
Atual campeã européia, a Espanha busca seu terceiro título mundial (foto: uefa.com)
Na sua sétima participação, o Irã, atual campeão asiático, além de maior vencedor continental (11 títulos em 14 edições), possui uma das ligas mais fortes do mundo. Com um futsal moderno e competitivo, os iranianos devem criar alguma dificuldade para os espanhóis e certamente brigam pela vaga para a próxima fase com o Azerbaijão. Destaque para o bom pivô, Hossein Tayebi, um dos artilheiros da equipe.
Sempre competitivo, Irã é um dos candidatos a surpresa do Mundial (foto: afc.com)
Em sua primeira participação na Copa do Mundo, o Azerbaijão investiu e naturalizou seis brasileiros para disputa da competição. Treinados pelo também brasileiro Miltinho (ex-treinador do Corinthians), a equipe possui jogadores bastante conhecidos do público brasileiro, como o fixo Gallo (ex-Atlântico e Jaraguá), o ala Fineo (ex-Corinthians, Umuarama e São Paulo), o pivô Thiago Bolinha (ex-Maringá e que recentemente estava atuando no Marreco Futsal) e o pivô Poletto (ex-ACBF e Jaraguá). Assim, o Azerbaijão entra no grupo das equipes que podem surpreender neste Mundial, devendo brigar com os iranianos, mas podendo passar como um dos melhores terceiros colocados. Campeão africano, o Marrocos participa pela segunda vez do Mundial. Com a modalidade em alta no país, mas com um time que carece de maior experiência internacional, os marroquinos não devem oferecer muita resistência às demais seleções de sua chave, devendo apenas contentar-se com a participação.
Com 6 brasileiros em quadra, o Azerbaijão espera ser uma das surpresas do Mundial (foto: affa.az)
Assim, o Mundial de Futsal Fifa da Colômbia, deverá ter bons jogos a partir das oitavas-de-final, muitos gols e a briga restrita entre o Brasil, grande potência da modalidade e que têm além dos seus 14 selecionados, outros 22 jogadores espalhados pelas principais seleções europeias, contra as seleções do Velho Continente, especialmente contra a Espanha, com quem decidiu quatro vezes, a principal competição da modalidade.
A tabela completa do Mundial de Futsal da Colômbia 2016, você confere clicando no link abaixo:
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O post Mundial de Futsal – Colômbia’2016: a bola “pesada” vai rolar! apareceu primeiro em DOENTES POR FUTEBOL.
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