terça-feira, 13 de setembro de 2016

O protagonismo de Robinho

Foto: Bruno Cantini / Atlético Mineiro

Foto: Bruno Cantini / Atlético Mineiro

No início do ano, uma notícia causou especial surpresa no futebol brasileiro. Pela terceira vez em sua carreira, Robinho voltava ao país; pela primeira, no entanto, não representaria a alva camisa santista. Agora enxergando as listras alvinegras do Atlético Mineiro, o atacante carregou consigo dúvidas. Sua malfadada passagem pelo futebol chinês indicava cautela com relação ao momento do jogador. Ainda assim, chegou a um grupo que já contava com bons jogadores e assumiu a titularidade. Hoje, com muitos gols, é a principal figura de um time que luta pelo título do Brasileirão.

Seu início, todavia, não foi fácil. Embora tenha se destacado no Campeonato Mineiro, do qual foi o artilheiro com nove tentos, foi considerado uma das decepções da Copa Libertadores da América. Enfrentando rivais sul-americanos, Robinho encontrou marcações mais duras e passou despercebido, marcando apenas um tento, contra o fraco Melgar.

Foto: Bruno Cantini / Atlético Mineiro

Foto: Bruno Cantini / Atlético Mineiro

Dúvidas vieram. Não poderia ser diferente. Por mais que o torcedor atleticano não esperasse ver o Robinho dos primeiros anos e de pedaladas brilhantes com as camisas de Santos e Real Madrid, era aguardado um jogador decisivo e diferenciado. Iniciado o Campeonato Brasileiro, contudo, tudo passou a mudar e o atleta passou a corresponder. 

Como previsto, na maior parte das partidas o atacante tem atuado pela faixa esquerda do ataque. Apesar disso, tem muita liberdade para se movimentar no campo. Os dribles, tão comuns em outros tempos, ainda existem, mas não são frequentes. Por outro lado, sua movimentação ofensiva constante, proposição de tabelas (sobretudo com Douglas Santos, anteriormente, e agora com Fábio Santos), criação de jogadas e ótimo posicionamento para marcar gols o dão destaque.

Foto: Bruno Cantini / Atlético Mineiro

Foto: Bruno Cantini / Atlético Mineiro

Talvez se possa pensar no jogador como aquela figura do “segundo atacante”, tão rara nos dias atuais, mas que fez sucesso em famosas duplas de ataque de um passado ainda não esquecido. Em algumas ocasiões, diante da ausência de muitos jogadores, também chegou a ser referência, isolado no ataque. Embora não tenha feito mau papel, também não se destacou em demasia. Seu jogo se sobressai quando pode circular entre a faixa esquerda e a central do ataque.

Foto: Reprodução / Footstats

Foto: Reprodução / Footstats

Com movimentação muito inteligente e uma visão de jogo que não o caracterizava em outros tempos, tem se apresentado constantemente para o jogo, o que o levou a angariar a confiança de seus companheiros, algo que tem sido fundamental para seu excepcional desempenho recente. Jogo travado? Bola em Robinho, que tem sabido prendê-la quando necessário, encontrado companheiros bem posicionados ou arriscado com êxito ou perigo à baliza rival.

Foto: Bruno Cantini / Atlético Mineiro

Foto: Bruno Cantini / Atlético Mineiro

Assim, mesmo tendo a concorrência de prolíficos artilheiros da estirpe de Fred e Lucas Pratto, o camisa 7 é o artilheiro do Galo no ano, com 22 gols em 38 jogos, além de ter criado cinco assistências. No Brasileirão, 63,3% das finalizações que tenta acerta o alvo. Ressalte-se ainda que Robinho já marcou mais vezes que os maiores artilheiros do time nos anos entre 2011 e 2014 e está a um gol da marca de Pratto no ano passado. Vários de seus tentos saíram em partidas difíceis, como os encontros contra Grêmio, Atlético-PR e Coritiba (duas vezes).

Sua importância para o time cresceu ainda mais após a lesão de Juan Cazares, até então o melhor jogador do alvinegro no nacional. Sem um meia de ofício à disposição, coube a Robinho a responsabilidade de liderar a criação da equipe e o atacante cresceu quando o time mais precisou dele, tornando-se protagonista.

Foto: Bruno Cantini / Atlético Mineiro

Foto: Bruno Cantini / Atlético Mineiro

É claro, a presença de Robinho acarreta também a necessidade de ajustes defensivos, uma vez que, para potencializar seu desempenho no ataque, é preciso deixá-lo com poucas tarefas na retaguarda e muitas vezes, a despeito da presença de Fred e Pratto, é ele quem fica mais isolado quando o Galo é atacado, com o retorno dos centroavantes. Apesar disso, esse expediente tem tido êxito tão grande que tem se justificado.

Hoje Robinho tem se portado como uma ótima referência para o time, que sabe que pode procurá-lo na maior parte do tempo e confia no desempenho do atacante de 32 anos. Com mostras regulares de talento e criatividade, além de uma eficiência enorme para marcar gols, vem se tornando o principal jogador do Atlético na disputa pelo título brasileiro. A despeito de um início de temporada um pouco irregular, seu ano é muito bom. Suas características mudaram, mas sua capacidade para desequilibrar perdura.

O conteúdo acima é de responsabilidade expressa de seu autor. O Doentes por Futebol respeita todas as opiniões discordantes e tem por missão promover o debate saudável entre ideias.

O post O protagonismo de Robinho apareceu primeiro em DOENTES POR FUTEBOL.



from DOENTES POR FUTEBOL http://ift.tt/2ciTWmw
via IFTTT

Nenhum comentário:

Postar um comentário