sábado, 17 de setembro de 2016

O caminho até a Rússia: começa a era Tite

Finalmente Tite foi apontado como treinador da seleção brasileira. Chega com sensação geral de ser o único de sua geração com capacidade devolver o alto desempenho a seleção. Sua primeira convocação passou longe de ser unanime, mas apontou para as ideias que marcaram a carreira do técnico bi campeão brasileiro, campeão da Libertadores e campeão Mundial a frente do Corinthians.

 

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Tite iniciou sua trajetória na seleção numa espécie de “batismo de fogo” contra Equador e Colômbia. Não é fácil enfrentar a promissora seleção do Equador, que recebeu o Brasil na vice liderança na altitude de Quito. Muito menos bater de frente com o Cafeteros de José Pekerman, liderados por James Rodriguez. Nos dois duros embates, em sua estreia no comando da Canarinho, Tite manteve a estrutura e as ideias de jogo, dando a seleção algum padrão coletivo. Isso era totalmente inexistente na era Dunga.

O 4-1-4-1 da seleção brasileira no comando de Tite - Reprodução: SporTV

O 4-1-4-1 da seleção brasileira no comando de Tite – Reprodução: SporTV

Na estrutura de campo, o mesmo 4-1-4-1 que fez muito sucesso no último brasileirão.

 

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A frente da defesa, Casemiro dominou todo o espaço central. O voltante do Real Madrid se destacou com 13 desarmes nos dois jogos. Muito mais do que somados os desarmes de toda linha defensiva (Daniel Alves, Miranda, Marquinhos e Marcelo).

Foi o grande responsável por bater os craques adversários e dar menos trabalho a dupla de zaga.

Ranking de desarmes contra Equador e Colômbia

  • Casemiro – 13
  • Renato Augusto – 5
  • Daniel Alves – 4
  • Paulinho – 2
  • Marcelo – 2
  • Marquinhos – 1
  • Miranda – 1

Como interiores, peças que jogam por dentro do meio campo, Paulinho e Renato Augusto trabalharam como pensa o comandante conceitualmente. Renato mais próximo de Casemiro, e por vezes até atrás dele para a saída e transição com posse de bola. Paulinho com mais projeção, pisando o terço final do campo. Chegando mais sem bola para receber, arrematar ou ajudar na criação mais perto do gol.

Renato Augusto e Paulinho, os meias centrais de Tite. Um para distribuir o jogo e o outro para chegar no ataque para finalizar as jogadas. (Créditos: Reprodução DPF. Fotos de Lucas Figueiredo/CBF)

Renato Augusto e Paulinho, os meias centrais de Tite. Um para distribuir o jogo e o outro para chegar no ataque para finalizar as jogadas.
(Créditos: Reprodução DPF. Fotos de Lucas Figueiredo/CBF)

Um para a saída e transição com bola e outro para o avanço e a presença no terço final.

Ranking de passes contra Equador e Colômbia

  • Marcelo – 138 passes certos (7 errados)
  • Renato Augusto – 126 passes certos (10 errados)
  • Daniel Alves – 111 passes certos (13 errados
  • Casemiro – 103 passes certos (8 errados)
  • Paulinho – 74 passes certos (6 errados

No trio ofensivo, a mecânica de Neymar, Gabriel Jesus e Willian foi bem dinâmica.

O atacante do Palmeiras brilhou de forma mais intensa no primeiro jogo, quando sofreu um pênalti e marcou dois bonitos gols. Do comando do ataque, abriu espaço para infiltrações e em alguns momentos até inverteu posição com o camisa dez.

O atacante do Barcelona trabalhou da ponta para dentro, de forma diferente da que atuava com Dunga. Neymar atuou de forma mais semelhante com a seleção olímpica, quando foi o homem mais centralizado do meio campo. Partindo do lado, Neymar conseguiu marcar o gol da vitória contra a Colômbia, além da assistência para Miranda.

Willian foi o que menos brilhou do ponto de vista individual, mas coletivamente foi importante. Auxiliando no corredor direito na hora de marcar e abrindo o setor para o apoio de Daniel Alves com incursões ofensivas pra dentro do campo em combinações com Paulinho.

Ranking de finalizações contra Equador e Colômbia

  • Neymar – 4 finalizações certas (4 finalizações erradas)
  • Gabriel Jesus – 3 finalizações certas (3 finalizações erradas)
  • Willian – 0 finalizações certas (1 finalização errada)
Dinâmica ofensiva, com pontas por dentro, ultrapassagem dos laterais e um dos volantes pisando a área. Renato coordena transição ao lado de Casemiro - Reprodução: SporTV

Dinâmica ofensiva, com pontas por dentro, ultrapassagem dos laterais e um dos volantes pisando a área. Renato coordena transição ao lado de Casemiro – Reprodução: SporTV

Do banco, Coutinho, Giuliano e Taison participaram.

O meia do Liverpool foi que mais se destacou, pois entrou em momentos chave de ambos os confrontos. Giuliano também foi bem quando chamado na partida contra a Colômbia. Já Taison, entrou nos minutos finais, mas confirmou que Tite pensa nele como “9” para a sequência do trabalho.

 

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Saldo inicial do Brasil de Tite

Estrategicamente, foi possível ver um time um pouco mais compacto. Claro que com algumas dificuldades, naturais pelo período de adaptação. Também o jogo apoiado, tão citado por Tite, que nada mais é do que aproximação em todos os lados do campo, facilitando as transições e criando triângulos para trocar passes.

Saída brasileira desenhando triângulos imaginários - muito vistos nos times de Guardiola, sem qualquer comparação. Jogo apoiado, facilidade de transição e troca de passes. Senso coletivo - Reprodução: SporTV

Saída brasileira desenhando triângulos imaginários – muito vistos nos times de Guardiola, sem qualquer comparação. Jogo apoiado, facilidade de transição e troca de passes. Senso coletivo – Reprodução: SporTV

Adquirir algum senso coletivo, depois do abismo deixado por Dunga, foi o grande mérito da seleção brasileira nas mãos de Tite. O horizonte é o melhor dos possíveis, pois a cada reunião com treinos e jogos, fará do Brasil um time mais pronto para os desafios que virão.

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