sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

O Inter é maior do que um rebaixamento

Foto: Divulgação - Postura dos dirigentes não agradou à torcida colorada

Foto: Divulgação – Postura dos dirigentes não agradou à torcida colorada

Não era uma semana para se falar sobre futebol. Ou melhor, sobre resultados, sejam eles conquistados dentro ou fora de campo. Até porque o futebol não é apenas um jogo. Ele conecta as pessoas, e por isso não é difícil entender a comoção gerada pelo trágico acidente envolvendo o elenco da Chapecoense e duas dezenas de jornalistas.

Mas talvez essa empatia não tenha tomado conta dos dirigentes do Internacional. Dizem que mostramos quem realmente somos nos momentos de dificuldade, e a face revelada pelos colorados vai na contramão de todas as manifestações ocorridas ao redor do mundo.

Por mais que o possível rebaixamento do Inter seja um capítulo infeliz na história do clube, nada se compara à tragédia que resultou em 71 mortes. Em um momento como esse, qualquer outro assunto cai para um terceiro ou quarto plano.

Foto: Marcelo Ferrelli - Fernando Carvalho comparou tragédia da Chape com a situação do Inter

Foto: Marcelo Ferrelli – Fernando Carvalho comparou tragédia da Chape com a situação do Inter

Por isso quando Fernando Carvalho se desculpou por usar o termo “tragédia particular” ao questionar o adiamento da última rodada do Brasileirão fica difícil saber se o ex-presidente se arrependeu pelo que disse ou pela repercussão do fato. A CBF acertou ao adiar os jogos. Não faria sentido ter bola rolando em alguns estádios enquanto as vítimas são veladas e enterradas. É preciso respeitar o luto.

Entretanto, ter respeito não significa se recusar a jogar, exceto, é claro, na partida envolvendo Chapecoense e Atlético Mineiro. Me parece sincera a manifestação dos jogadores colorados, que pediram para não enfrentarem o Fluminense, mas não vejo a mesma sinceridade no presidente Vitorio Piffero. Enquanto os atletas aceitam que a Série A tenha seu encerramento após 37 jogos, o cartola enxerga um “campeonato incompleto”, buscando um atalho jurídico para evitar o descenso.

Por falar em meios jurídicos, vale lembrar que os gaúchos já acionaram o STJD por conta do zagueiro Victor Ramos, do Vitória. Uma manobra que o Bahia já havia tentado sem sucesso durante o Estadual e que a própria CBF afirmou não fazer sentido.

Foto: Divulgação - Inter levou "Caso Victor Ramos" ao STJD

Foto: Divulgação – Inter levou “Caso Victor Ramos” ao STJD

A postura dos dirigentes colorados é pior do que qualquer rebaixamento. Aconteça o que acontecer, tal mancha já ficou para a história. Enquanto a Chapecoense se torna o segundo time dos brasileiros, o Inter caminha na direção oposta, cultivando uma antipatia que ultrapassa os limites do Rio Grande do Sul.

Mas é preciso separar a instituição dos diretores. Os homens passam, o clube fica. O Internacional é maior do que um rebaixamento e, principalmente, não é os seus dirigentes. O Internacional é sua torcida, seus ídolos e suas conquistas. O Internacional é grande e precisar agir conforme a sua grandeza.

O rebaixamento não é o fim. Pelo contrário, pode ser o recomeço. Foi assim para o rival Grêmio, que renasceu na Batalha dos Aflitos e foi da Série B à final da Libertadores, ou para o Corinthians, que se transformou após cair de divisão e conquistou o mundo.

É a chance de arrumar uma casa que parece bagunçada desde a eliminação na semifinal da Libertadores do ano passado. Vale lembrar que o clube manterá a mesma cota de TV (cerca de R$60 milhões) caso seja rebaixado, uma vantagem considerável em uma competição aonde praticamente todos os rivais receberão apenas R$6 milhões da televisão.

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