sábado, 10 de junho de 2017

Isco Alarcón pede passagem no Real Madrid

Desde o início de sua trajetória no Real Madrid, Isco sempre precisou provar mais, não importasse o quão bem atuava. Todos sabemos como é difícil garantir um lugar entre os Galáticos. E para o talentosíssimo meia espanhol não tem sido diferente. Quando chegou ao clube, na temporada 2013/2014, garantiu diversas vitórias quando o time de Carlo Ancelotti ainda estava em formação. Mas foi sacado do time para o conjunto abrigar Gareth Bale, maior contratação merengue na época. Mesmo assim, ao final da temporada, com eventuais desfalques do galês e de Cristiano Ronaldo, esteve presente em grandes jogos e com excelentes desempenhos. Foi um dos jogadores responsáveis pelos blancos crescerem em Lisboa e buscarem a virada para conquistar La Décima.

 

Na temporada seguinte (2014/2015), chegava James Rodriguez para suceder Angel Di Maria, que foi vendido ao Manchester United. Novamente surgiram minutos para Isco, com a lesão de Luka Modric. Começava a jogar numa função mais complexa, atrás da linha de bola; precisando ser mais combativo em jogos onde era Madrid quem comandava as ações (diferentes de seus exemplares trabalhos defensivos contra Bayern e Barcelona na temporada anterior).


Leia mais: James ou Isco? O dilema de Ancelotti.


Com a saída de Carlo Ancelotti, cuja preferência era James Rodriguez – e não estava errado naquele momento -, abriu-se a esperança para Isco. O novo treinador, Rafael Benitez, não era muito fã do colombiano e pretendia montar seu meio-campo com outras peças. Mas, chegavam Mateo Kovacic e Casemiro; meias com força física que podiam completar Modric e Kroos. E assim, mais uma vez o malaguenho era preterido.

De forma alguma dava pra classificar Isco um fracasso. Mesmo com minutos reduzidos e levando em consideração a expectativa criada no meia mais promissor do futebol espanhol. O malaguenho abraçava com louvor suas chances recebidas. “Abraçando” o papel de décimo segundo homem de luxo que poucos times podem ter. Além do mais, sempre foi um xodó da torcida desde seus primeiros passos no Santiago Bernabeu.

 

A estética do seu jogo, sua classe e habilidade encantam os madridistas. Talvez a principal exigência de quem compareça em Chamartín para assistir o time.

Esperanças renovadas com Zidane

Rafael Benitez caiu e chegava Zinedine Zidane, uma das maiores bandeira do madridismo. Seu discurso era a melhor chance para Isco provar seu valor como titular. Zidane chegou propondo montar um time baseado na posse de bola e na troca contínua de passes. Isco certamente se enquadrava como melhor jogador para esse proposta dentre as opções do elenco. Exceto, claro, Modric e Kroos.

Os jogos iniciais foram fáceis, e ainda assim a equipe de Zidane encontrou dificuldades. Por ser um trabalho iniciado no meio da temporada, tornam-se compreensíveis. O balde de água fria apareceu no Derbi contra o Atlético de Madrid. Com Kroos, Isco e Modric, o Real Madrid enfrentou dificuldades extremas de recuperar a bola e ganhar disputas no meio-campo.

Isco na trinca de meio-campo, ao lado de Kroos e Modric. No Derby de Madrid, perdido por 1×0, Zidane percebeu que faltava um caráter mais “pegador” ao seu meio-campo. Isco sairia para dar vaga a Casemiro.

Na visão – correta – de seu treinador, era necessário acima de tudo competir para depois encantar. Entrava Casemiro; que embora não seja tão refinado com a bola como seus companheiros meio-campistas, não destoava tanto assim. E o brasileiro garantia segurança defensiva através de sua capacidade de destruir ataques adversários: seja pelo chão, pelo alto, em posicional ou saindo direto ao combate. Essa foi a identidade do Madrid de la undécima.

Mas, como sempre, surgiram brechas para Francisco Alarcon mostrar seu valor.

 

Nas semifinais contra o Manchester City, num jogo onde só os ingleses teriam a bola, exibiu-se e deu tranquilidade. Na final, novamente entrou muito bem reativando os merengues no campo de ataque num jogo que pendia mais aos comandados de Diego Simeone.

2016/2017: menos minutos em campo, porém, ainda mais brilho

Chegamos aonde queríamos chegar. Onde todos esperavam que Isco chegaria. Onde os fãs de sua magia, estética e capacidade sonharam sempre. E, por incrível que pareça, na temporada onde recebeu menos minutos para jogar. O elenco sofreu rotineiramente com desfalques e lesões. Apesar de ainda não ter se firmado entre os titulares do Real, Isco garantia pontos na luta pela Liga Espanhola. Um exemplo é o jogo ante ao Ahtletic Bilbao.

 

Apesar das críticas – infundadas – quanto ao seu nível de interesse em se envolver ao jogo; Isco demonstrava característica muito importante num Real Madrid que muitas vezes se restringia a cruzamentos e segundas bolas recuperadas por seus meias. No futebol de alto nível, muitas vezes, numa análise geral, pouco importa se destacar contra times de nível médio para baixo. Você deve se provar nas grandes noites, nos jogos importantes.

Isco cansou de fazer isso, na temporada 2016/2017. Mas, inexplicavelmente, sempre existiu uma aura de questionamento sobre o jogador. No Vicente Calderon, contra um Atlético de Madrid empolgado, por sua versão mais ofensiva e que planejava ter a bola contra um desfalcado Real Madrid, o malaguenho deu mostras de sua qualidade. O meia espanhol colocou o clássico embaixo do braço de forma inacreditável.

 

Como se fosse um último recado que sua importância deveria ser revista. A esta altura da temporada, tinha muito menos minutos em campo do que o operário e apenas bom Lucas Vázquez. Jogando como enganche, conectando o meio a Cristiano Ronaldo, mostrou a pureza técnica dos grandes craques. Driblou, protegeu, deu sequência em jogadas apertadas. Destruiu o ambicioso projeto do Atleti de ser protagonista do jogo. Apesar de nenhuma participação direta e dos três gols de Cristiano Ronaldo, aos que assistiram ao jogo foi sabido que Isco foi o melhor em campo.

Novo status? Mais próximo da titularidade?

Não. Quanto mais a temporada se afunilava, Isco recebia menos minutos. Os rumores sobre sua saída aumentavam. Suas atuações em partidas como contra o Espanyol e, principalmente, Sporting Gijon, mostrava que estava pronto para mais. Ante ao Villarreal, uma opção que poderia ter sido trabalhada em outros momentos: Kroos, Isco e Modric. Quando o jogo pede somente a criação, Isco é vital no meio campo para gerar um jogo mais vertical e entre linhas. Com Casemiro, Kroos e Modric por vezes necessitam retornar a base para começar o jogo e assim o meio ficava despovoado (isso no 4-3-3).

O ponto da virada

O momento de Isco chegou. A lesão de Gareth Bale – que não vinha em bom momento, por limitações físicas e mau momento técnico – abriria uma nova vaga. Pelo que Zidane vinha demonstrando em pouco mais de um ano à frente do Madrid, o esperado seria Lucas Vazquez como titular. Lucas é jogador de linha de fundo e de muito trabalho. Mas, felizmente para os fãs do malaguenho bom de bola chegava a de Isco como titular.

Contra o Bayern, num novo esquema, num confronto daquela grandeza, seria muito difícil acumular mais uma grande atuação. Mas seu papel foi bem executado. Sua capacidade de receber de costas, voltar a base e acumular passes no meio junto com Kroos, Modric, Benzema e Cristiano Ronaldo foi importante para os grandes argumentos ofensivos de Zidane – Marcelo e Carvajal – brilharem. Caindo muito pela esquerda, representava a nova face do Madrid nesse fim de temporada. Um time que tem mais a bola, onde os jogadores se movimentam mais em busca de superioridades e o risco corrido de fragilizar a defesa pelos lados do campo.

O cheque-mate surgiu novamente no Calderon, numa semifinal de UCL. O contexto era caótico. 2×0 para o Atlético, que precisava somente de mais um gol para empatar a eliminatória. Junto com Luka Modric, num momento de pânico do cascudo time merengue, colocou o finalista europeu no campo ofensivo a partir de sua coragem e qualidade, com dribles, recortes e excelente distribuição. Além disso, excelente colaboração defensiva, não permitindo o já cansado Atlético a se encontrar no campo ofensivo.

 

O gol, que selou a classificação para a finalíssima, foi somente um bônus ante a grande exibição.

Cardiff: momento de consagração coletiva e pessoal de Isco

Novamente, em mais uma final, numa situação emergencial, Isco foi determinante para o Real Madrid. No primeiro tempo foram expostas as dificuldades do Real Madrid no seu 4-3-1-2 e Isco esteve inofensivo no campo de ataque, apenas retornando na defesa para tentar juntar passes – sem sucesso. No segundo tempo a alteração determinante de Zidane, escorando Isco na esquerda, juntamente com os apoios de Marcelo e os auxílios de Toni Kroos. A partir de seu posicionamento e o domínio de Modric e Kroos, os merengues se instalaram no campo de ataque e passaram a causar dano na defesa da Juventus.

 

Mais do que um jogador de jogos grandes, a temporada que se encerrou mostrou um Isco capaz de responder no dia a dia e atender diversas demandas que cada jogo necessita. Contra Atlético e Juventus foram jogos diferentes, onde o mesmo alcançou um protagonismo preponderante para Madrid reagir.

Futuro sob a batuta de Zizou

É possível contestar o uso de alguns jogadores na mão de Zidane. Como Gareth Bale e Marco Asensio. Mas não existe nada mais rico que seu entendimento sobre o jogo de Isco. Deu conforto e toda liberdade criativa que o médio merece, sem tirar seu espírito de suor e coletivismo.

Já que o mesmo possui capacidade de gerenciar o jogo; além dos gestos técnicos desequilibrantes que desmontam os sistemas inimigos. Sua pausa e condução bem selecionada gerou a paz que Madrid precisava para produzir ofensivamente com constância.

 

Sua renovação ainda não está acertada, embora o discurso seja de felicidade e desejo de permanecer. Nunca se sabe os planos e os rumos do Real Madrid. Onde qualquer jogador pode ser negociado, outros podem ser contratados e sempre com a possibilidade do recheado banco de reservas reagir em nível de titularidade – caso de Gareth Bale.

Mas, sem dúvidas, foi a temporada de consolidação para Isco, que está pronto para permanecer na elite, como titular do Real Madrid. O malaguenho pede passagem.

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