quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Choque de realidade

O Borussia Dortmund não havia levado nem um gol na temporada até pisar no gramado de Wembley, na abertura da fase de grupos da Liga dos Campeões 17/18. Ao final dos 90 minutos, os três gols sofridos pareceram poucos pelo cenário da partida. Inferior na maior parte do jogo, o time de Peter Bosz sucumbiu na etapa complementar e poderia ter sofrido uma goleada histórica para o Tottenham. Mais do que o primeiro revés da equipe, o duelo foi um choque de realidade.

Primeiro, a proposta de Bosz ainda requer acertos. O treinador holandês chegou ao Dortmund credenciado pelo belo trabalho realizado no Ajax, finalista da Liga Europa. Depois de vários anos na sombra, o time de Amsterdam voltou ao protagonismo na Europa justamente resgatando seu estilo: garotos formados em casa e futebol ofensivo. Ao contratar Peter, os aurinegros queriam exatamente isso, um treinador que saiba desenvolver jovens baseado num futebol que goste da posse.

Foto: UEFA/Site oficial – Time de Peter Bosz foi amassado pelo Tottenham

É complicado afirmar que Peter Bosz ainda não conseguiu isso tendo em vista seu cartel na Bundesliga (3 vitórias e 0 derrotas, 5 gols pró e 0 gols contra), mas seu primeiro desafio realmente competitivo jogou luz nos defeitos. Além de apresentar dificuldades para superar o bloqueio adversário, o Borussia foi presa fácil num momento chave da partida: sua transição defensiva. Qualquer equipe que queira jogar com a bola precisa controlar os contra-ataques adversários, caso contrário será trucidada. Foi o que aconteceu em Londres. Os alemães não souberam secar as transições ofensivas adversárias e viram os ingleses superarem sua adiantada linha defensiva nos dois primeiros gols do jogo (fora as inúmeras chances desperdiçadas pelos Spurs).

Atrelado a isso, a questão da competitividade do elenco amarelo vem à tona. Suficiente para o campeonato nacional, ainda falta qualidade para voltar ao primeiro escalão do continente. Sem um grande sistema (como propôs, sem sucesso, Thomas Tuchel) ou grandes individualidades (como o time de Klopp, com Hummels, Gundogan, Lewandowski e aqueles Reus e Gotze), o Borussia Dortmund 17/18 está longe de conseguir duelar contra os melhores da Europa, principalmente por conta do modelo que propõe.

Foto: Borussia Dortmund/Site oficial – Pulisic foi uma das poucas ameaças do Dortmund

A derrota para o Tottenham representou um golpe importante nas pretensões do clube na Liga dos Campeões, ainda que tenha sido a primeira rodada. Porque, num grupo com Apoel e Real Madrid, o caminho dos classificados deve passar pelos confrontos diretos, uma vez que o time cipriota, na teoria, deve não pontuar. O primeiro deles não trouxe boas impressões, e o Borussia pode precisar de pontos no Santiago Bernabéu.

Apesar da partida bem ruim, ainda é muito cedo para decretar fracasso ou fazer alarde. É fundamental destacar que o trabalho de Peter Bosz ainda está engatinhando e o tipo de jogo que ele quer praticar requer tempo. Até lá, é preciso pensar alternativas para manter o time competitivo e não ser engolido por equipes superiores. Se a empolgação com a boa situação na Bundesliga era grande, a derrota na Inglaterra trouxe os pés do Borussia Dortmund para o chão.

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