quarta-feira, 4 de outubro de 2017

As seleções com chances REAIS de estrear em Copas em 2018

Faltam pouco mais de oito meses para mais uma Copa do Mundo. Para grande parte das seleções de primeiro escalão, vaga bem encaminhada e oportunidade real de levantar a taça. Para outras, a busca intensa pela valiosa chance de participar da festa pela primeira vez.

Matematicamente, 8 seleções garantiram seus lugares (Brasil, México, Bélgica, Coreia do Sul, Japão, Irã, Arábia Saudita e a anfitriã Rússia) e todas elas são figurinhas carimbadas em mundiais. No entanto, as 24 vagas que ainda estão em jogo seduzem de potências futebolísticas a países destruídos pela guerra. Às vésperas de mais uma rodada de eliminatórias, as possibilidades se tornam cada vez mais reais.

Em 5 de setembro de 2017, a seleção da Síria viveu todos os cenários possíveis em Teerã, pela última rodada das eliminatórias asiáticas. Do outro lado estava o Irã, dono da casa, com presença em três das últimas quatro Copas do Mundo, líder do seu grupo, já classificado para o próximo mundial e jogando para um estádio lotado. Já seria louvável para os sírios o fato de terem somado mais pontos que China e Catar, seleções de projetos milionários e de investimento esportivo infinitamente superiores, mas não era apenas isso. A nação, que nos últimos seis anos foi completamente mergulhada no inferno da guerra e do terrorismo e que por motivos de insegurança, nem sequer pode atuar em sua casa, dependia de uma vitória para conseguir a vaga direta na Copa da Rússia, em 2018, um feito inédito em sua modesta história no futebol.

Cenário improvável que passou a se tornar possível quando Tamer Haj Mohamed abriu o marcador para a Síria aos 13 minutos do primeiro tempo. O Irã empatou ainda no primeiro tempo, com Sardar Azmoun. O próprio atacante virou o marcador aos 19 do segundo tempo. Mas nem tudo estava perdido. Naquela circunstância, um empate levaria a Síria a uma também inédita repescagem.

E ele veio, de forma dramática. Já nos acréscimos, Omar Al Soma aproveitou a chance que teve e empatou a partida.

O sonho continua vivo.

A Síria agora enfrentará a Austrália na repescagem asiática. Se superar essa eliminatória, deve pegar o quarto classificado da Concacaf, que hoje seria os Estados Unidos.

Foto: Sports Illustrated | Os heróis sírios

Confira outras seleções ainda com chances de figurar pela primeira vez em uma Copa do Mundo.

EUROPA

Foto: Haraldur Gudjonsson | Islândia: o país do gelo buscando um lugar ao sol

Regulamento: O vencedor do grupo se qualifica automaticamente para a Copa do Mundo de 2018. Além dos demais oito vencedores de grupos, os oito melhores segundos colocados avançam para a segunda fase, que será disputada no sistema de play-offs (repescagem).

Montenegro

Formado em 2006 após a dissolução de Sérvia e Montenegro, o pequeno país de pouco mais de 600 mil habitantes desponta como surpresa no grupo E com grandes chances de conseguir ao menos classificação para a repescagem europeia. Com 16 pontos somados, assim como a Dinamarca, os montenegrinos estão na segunda colocação e apostam todas as fichas no jogo da próxima rodada, onde enfrentam sua grande concorrente em casa, podendo abrir 3 pontos de vantagem em caso de vitória. Em seguida seguem até a Polônia para duelarem com a líder do grupo. A melhor participação de Montenegro ocorreu nas Eliminatórias da Copa de 2014, onde ficou algumas rodadas em primeiro lugar no grupo que continha a tradicional Inglaterra.

Islândia

A sensação da Eurocopa de 2016 está de volta para provar que não deve ser tratada como uma mera zebra. Nos próximos dias, a gelada Islândia unirá todas as suas forças para as rodadas finais de um grupo equilibradíssimo e, com cerca de 300 mil habitantes, tentará tornar-se a menor nação da história a disputar uma Copa do Mundo. Empatada em 16 pontos com a líder Croácia, o pequeno país é seguido de perto por Turquia e Ucrânia, ambas com 14 pontos e de olho nas duas primeiras colocações. Na próxima e decisiva rodada, a Islândia viaja para enfrentar os turcos e encerra sua participação recebendo o lanterna Kosovo. Se terminar na segunda colocação, a chance de ir para a repescagem é grande. Os islandeses estiveram na última repescagem nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2014 e venderam caro a vaga para a Croácia.

 

ÁFRICA

Foto: sapo.cv | Cabo Verde x Burkina Faso: duas seleções que nunca disputaram uma partida de Copa. Uma delas pode finalmente debutar em 2018

Regulamento: O primeiro colocado de cada grupo se classifica para a Copa do Mundo de 2018.

Burkina Faso

A trajetória de Burkina Faso no futebol pode ser dividida entre antes e depois de 2010. Considerada eterna coadjuvante no futebol africano, a federação local resolveu investir no esporte na última década e os frutos apareceram. Nas eliminatórias da copa de 2010 venceram todos os adversários da fase final, com exceção da Costa do Marfim (para quem perderam a vaga). Participaram das últimas cinco Copas Africanas de Nações e chegaram entre os quatro melhores duas vezes (semifinalistas em 2017 e vice-campeões em 2013). A ocasião em que esteve mais perto de se classificar para um mundial foi nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2014, quando bateu na trave ao perder a vaga para a Argélia, em confronto de ida e volta. Venceu o jogo de ida em Burkina Faso por 3×2, mas no jogo de volta na Argélia foi derrotada por 1×0, sendo eliminada pelo critério do gol fora de casa. De estilo tipicamente africano, o veloz e habilidoso time do oeste do continente lidera o grupo D com 6 pontos, empatado com Cabo Verde. Na próxima rodada, viaja para enfrentar a África do Sul, lanterna do grupo e encerra a participação recebendo no seu estádio os concorrentes cabo-verdianos.

Gabão

Terra natal de Pierre-Emerick Aubameyang, uma das maiores estrelas do Borussia Dortmund e artilheiro da última Bundesliga, o Gabão iniciou a terceira fase das eliminatórias africanas decepcionando, com dois empates e uma derrota. Tudo parecia perdido, quando o time finalmente se encontrou e com uma surpreendente vitória fora de casa sobre a forte Costa do Marfim, entrou na briga pela inédita e tão sonhada vaga. Além dos marfinenses, o grupo conta ainda com Marrocos e Mali, tornando-o um dos mais equilibrados do continente. O Gabão figura na terceira posição, mas somente a dois pontos da liderança. Na próxima rodada, viaja até o Marrocos, também na disputa, e encerra a participação recebendo Mali, essa com poucas chances de classificação.

Uganda

Uganda conseguiu vaga na Copa Africana de Nações de 2017 depois de 38 anos. Esse dado mostra que o fato do país ter alcançado a fase final das disputadas eliminatórias africanas e ter chegado às últimas rodadas com chance de uma inédita classificação para a Copa da Rússia já é um grande motivo para comemoração. Em um grupo com seleções tradicionais, como Gana e Egito, os ugandenses chegaram aos 7 pontos com duas vitórias e um empate e alcançaram a segunda colocação. Agora dependem de dois bons resultados contra os ganeses (em casa) e os congoleses (fora). Talvez o maior obstáculo seja o forte Egito, que lidera o grupo e vem com tudo para conseguir a classificação. Uganda tem como resultado mais expressivo um vice campeonato da Copa Africana das Nações em 1978.

 

Cabo Verde

Em março de 2016, Cabo Verde tornou-se a melhor seleção africana na classificação da FIFA, ocupando a 31ª posição. Esta foi a primeira vez que os “Tubarões azuis” alcançaram o topo do ranking do continente. O fato indicava que o país seria mais um forte candidato à disputa das vagas para a Copa da Rússia e não se mostrou errado. Apesar de um início muito irregular, com duas derrotas, a equipe se recuperou com duas vitórias e segue viva na briga pela vaga do grupo D, com o tradicional Senegal e a surpreendente Burkina Faso, que também quer debutar em mundiais. Cabo Verde ocupa a segunda colocação com 6 pontos, empatado com Burkina Faso e na próxima rodada, tem um jogo chave em casa contra Senegal, que está a apenas um ponto atrás e quer alcançar o concorrente direto de todas as formas. A equipe encerra a participação no grupo enfrentando mais uma pedreira. Visita os burquinenses, em partida que pode ter cara de final de campeonato.

 

AMÉRICA DO NORTE, CENTRAL E CARIBE

Foto: tvmax | O simpático e sofrido Panamá

Regulamento: As três melhores equipes classificadas equipes se classificam para a Copa do Mundo de 2018 e o quarto colocado avança para a disputa da repescagem.

Panamá

O Panamá já esteve a preciosos minutos de conseguir a classificação inédita para uma Copa do Mundo. Nas eliminatórias de 2013, venciam a seleção americana por 2×1 até os 45 minutos do segundo tempo na última rodada do hexagonal final. Com o triunfo, diante da torcida, o país eliminava o México e disputaria a repescagem intercontinental contra a modesta Nova Zelândia, com amplo favoritismo. Foi quando os Estados Unidos encontraram dois gols e jogaram um grande balde de água fria no sonho panamenho. O México acabou ficando com a vaga, mesmo com a derrota em seu jogo.

Agora, com México e Costa Rica praticamente garantidos na Copa, a briga é pelo terceiro lugar (vaga direta) e o quarto (repescagem). O Panamá ocupa o terceiro lugar com 10 pontos. Estados Unidos e Honduras aparecem logo atrás, o que torna a próxima rodada decisiva. Mais uma vez, os americanos estarão no caminho. Uma vitória mantém a vantagem dos panamenhos. Na última rodada, a equipe terá pela frente a Costa Rica, que, provavelmente classificada, pode não oferecer tanta resistência. Com final triste ou feliz, uma coisa é certa: mais uma vez haverá sofrimento.

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