domingo, 8 de outubro de 2017

Eliminatórias – África: Nigéria e Egito estão lá!

A penúltima rodada das Eliminatórias para a Copa do Mundo, Zona Africana, definiu os primeiros dois classificados para a fase final da Copa do Mundo 2018, que será disputada na Rússia.

Numa das Eliminatórias mais disputadas na África, nos últimos tempos, dos cinco grupos, com quatro seleções cada, Nigéria (grupo B) e Egito (grupo E) já carimbaram a vaga para a Rússia. As outras três seleções africanas, classificadas para a Copa do Mundo, serão conhecidas em novembro.

Grupo A

Em Conakry, a Tunísia visitou a Guiné, em jogo-chave para os tunisianos, líderes da chave. As Águias do Cartago saíram perdendo, mas em grande atuação de Youssef Msakni, autor de três gols, os tunisianos venceram por 4×1. Com a vitória, a Tunísia fica muito próxima de retornar a uma fase final de Copa do Mundo. Com 13 pontos ganhos, os tunisianos recebem, em novembro, na última rodada, a eliminada seleção da Líbia, precisando apenas de um empate, para garantirem a vaga.

Em Monastir (Tunísia), a Líbia (que joga suas partidas longe do seu torcedor, ainda devido fatores ligados a Guerra Civil, que assolou o país), recebeu a República Democrática do Congo, que venceu por 2×1, gols de Cedric Bakambu e Ndombe Mubele. Na rodada final os congoleses, à espera de um milagre, recebem a eliminada Guiné, precisando vencer e torcer pela derrota (em casa) da Tunísia. Situação extremamente difícil para os comandados de Florent Ibengé.

Grupo B

No “grupo da morte” das Eliminatórias Africanas, em Yaoundé, Camarões, recebeu a Argélia, com ambas as equipes eliminadas, num “amistoso de luxo”. Com a bola rolando, um jogo fraco, mas os camaroneses impuseram o fator casa e venceram por 2×0, gols de Clinton Njie e Franck Pangop. Na última rodada, a Argélia recebe a (classificada) Nigéria, enquanto Camarões visita Zâmbia, com ambas as seleções de olho num processo de reestruturação visando às eliminatórias para a Copa Africana das Nações de 2019.

Em Uyo, a Nigéria garantiu matematicamente a classificação, com uma rodada de antecedência, à fase final da Copa do Mundo da Rússia. Com um gol de Alex Iwobi, os nigerianos venceram Zâmbia por 1×0 e chegaram aos 13 pontos ganhos (em 15 possíveis), coroando excelente campanha.

Nigéria revive seus dias de glória

Oscilando com resultados nos últimos anos, que inclusive deixaram as Super Águias fora da Copa Africana das Nações de 2017, os dirigentes locais buscaram no alemão Gernot Rohr, uma solução para a classificação à Copa da Rússia. Com sete anos de atividades na África, Rohr, apostou nos jovens valores que vem se destacando no futebol europeu e na liderança do capitão da equipe, o conhecido John Obi Mikel. Outro jogador fundamental na conquista da classificação é Victor Moses. Com um sistema de jogo de muita marcação e saídas rápidas pelos flancos, Rohr deu uma identidade para a seleção nigeriana.

Moses é um dos destaques das Super Águias na campanha de classificação rumo ao Mundial – foto: ©Kabiru Abubakar/Backpagepix

Outro ponto de destaque no trabalho do treinador alemão é a manutenção de uma formação base. Seus antecessores, Stephen Keshi, Shaibu Amodu, Sunday Oliseh e Samson Siasia (ídolos do futebol nigeriano), tinham por característica promover um vasto rodízio junto a seleção. Com a chegada de Rohr, este rodízio passou a ser menos intenso. Assim, com uma campanha arrasadora atuando em casa, contando com o apoio maciço da fanática torcida nigeriana e, também, com a má fase de argelinos e a instabilidade de camaroneses, principais concorrentes à vaga, as Super Águias fizeram valer o peso de uma camisa extremamente poderosa dentro da África e retornam a mais um Mundial.

Grupo C

Iniciando a penúltima rodada das Eliminatórias Africanas, na sexta-feira (6), Mali, já sem chances de classificação, recebeu a então líder, Costa do Marfim. Jogo bastante disputado, com os marfinenses dominando a posse de bola, diante de Mali bem postada defensivamente. Em franca queda de rendimento, os comandados do treinador belga Marc Wilmots, não tiveram (novamente) a criatividade suficiente para furar o bloqueio malinês e o jogo não saiu do zero. Resultado ruim para a Costa do Marfim, que perdeu a liderança da chave, nesta rodada, para o Marrocos, em franca ascensão. A situação de Wilmots no comando da equipe marfinense não é das melhores; o treinador, que substituiu Michel Dussuyer, ainda não conseguiu implantar uma filosofia de jogo e os marfinenses, que iniciaram muito bem esta fase das eliminatórias, perdem fôlego, de maneira perigosa, na reta final.
Marc Wilmots no retorno a Abidjan após mais um péssimo resultado para os Elefantes. Treinador belga, é amplamente questionado – foto: reprodução

Em Casablanca, o Marrocos, vivendo grande fase, assumiu a liderança da chave, ao vencer com imponência, o Gabão, pelo placar de 3×0. Em dia inspirado de Khalid Boutaib, autor dos três gols marroquinos. O resultado coloca os Leões dos Atlas, a um empate do Mundial, após 20 anos de espera. No dia 6 de novembro, os comandados do competente treinador francês Hervé Renard, com nove pontos ganhos, visitam em Abidjan, a Costa do Marfim, segunda colocada com oito pontos ganhos, em duelo direto pela vaga.

Grupo D

Certamente o grupo mais disputado das Eliminatórias Africanas, com todas as seleções matematicamente com chances de chegarem ao Mundial. No entanto, esta rodada foi amplamente favorável aos senegaleses, que dependem apenas de si para retornarem à fase final da Copa do Mundo.

Em Johannesburgo, a então líder, Burkina Faso, foi surpreendida pela África do Sul. Percy Tau, logo com um minuto de jogo abriu o caminho para a vitória sul-africana; Themba Zwane e Sibusiso Vilakazi completaram o marcador ainda na primeira etapa; o craque Alain Traore descontou para os burkinabés. Com a vitória os sul-africanos seguem na quarta colocação, com quatro pontos ganhos em quatro jogos, tudo porquê, a vitória da África do Sul, sobre o Senegal (2×1) no dia 12 de novembro de 2016 foi anulada pela Corte Arbitral do Esporte, após recurso impetrado pelo Senegal, uma vez que, neste jogo, os sul-africanos venceram com um pênalti inexistente, situação que resultou no banimento das atividades futebolísticas, do árbitro Joseph Lamptey. Com base neste histórico, o jogo foi anulado.

Em Praia, Cabo Verde recebeu o Senegal, em jogo direto pela vaga à Copa. Melhor para os senegaleses que, favorecidos pelo tropeço de Burkina Faso, venceram por 2×0, gols de Diafra Sakho e Cheikh Ndoye e assumiram a liderança do grupo, com oito pontos, dependendo apenas de mais dois pontos em seis que têm por disputar, para retornarem novamente à uma fase final de Copa do Mundo.

Em novembro, no dia 6, Burkina Faso, segundo colocado, recebe Cabo Verde, terceiro colocado, ambos com seis pontos ganhos, necessitando vencerem e torcerem por um empate e uma derrota do Senegal (nos confrontos contra a África do Sul), numa combinação matemática extremamente difícil de ocorrer.

No dia 10 de novembro, a África do Sul recebe (novamente), o embalado Senegal, precisando vencer para seguir tendo chances matemáticas, no último jogo diante dos senegaleses, dia 14, em Dakar. Em situação muito confortável na tabela, Senegal necessita apenas de dois pontos em dois jogos diante dos sul-africanos para classificar-se para a Rússia.

Grupo E

Em outro grupo forte, o Egito garantiu sua vaga à Copa do Mundo, após 28 anos de ausência e, inúmeras decepções ao longo deste caminho. A classificação egípcia para sua terceira Copa do Mundo começou no sábado (7), quando em Kampala, Uganda e Gana não saíram do zero, resultado que deixou ugandenses com oito pontos ganhos e ganeses, que reclamaram demais da arbitragem deste jogo, com seis pontos.
Demonstrando evolução, Uganda fez frente a Gana e venceu o classificado Egito, nestas Eliminatórias – foto: reprodução

Assim, o Egito, diante do Congo, teria uma final pelo sonho de retornar ao Mundial. Em jogo bastante tenso, os Faraós contaram, mais uma vez, com o talento de Mohamed Salah, autor dos dois gols e com o apoio da sua sempre fanática torcida. Arnold Bouka Moutou descontou para os congoleses em jogo que terminou 2×1 para o Egito, no Cairo.

Hector Cúper + Mohamed Salah = Egito na Copa

Após 28 anos ausentes da fase final de uma Copa do Mundo, o Egito, enfim consegue retornar à competição. A última participação, foi na Itália em 1990 e nos anos seguintes, o Egito consolidou-se numa das forças do futebol africano, sendo a seleção com mais títulos locais (sete), assim como o Al-Ahly Cairo, tornou-se o maior clube do continente em conquistas.

A atual seleção não é mais talentosa que as gerações que ficaram pelo caminho, batendo inúmeras vezes na trave. Entretanto, após viver um período conturbado no futebol egípcio, devido os problemas oriundos da Primavera Árabe, que afetaram diretamente o futebol local; a seleção egípcia, no comando do argentino Héctor Cúper retomou a conhecida eficácia.

Se não tem um grupo tão talentoso, Cúper tem um grupo coeso e taticamente obediente e tem, acima de tudo, um jogador que decide e que é o grande herói da classificação dos Faraós para sua terceira Copa do Mundo: Mohamed Salah. Dos sete gols da equipe, nesta decisiva fase das eliminatórias, Salah marcou nada menos que cinco. Assim, em novembro, o Egito, já classificado, visita (a decepcionante) Gana, para um “amistoso de luxo”.
O retorno do Egito à uma Copa do Mundo, deve-se muito, ao talento de Mohamed Salah (10) – foto: reprodução.

Os detalhes da próxima rodada das Eliminatórias Africanas, você acompanha aqui, conosco, no Doentes por Futebol.

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