sábado, 14 de janeiro de 2017

COPA AFRICANA DAS NAÇÕES 2017 – PARTE 3 – GRUPO A

Gabão 

Em sua sétima participação em fase final da CAN, a seleção do Gabão classificou-se diretamente para a competição, por ser o país-sede desta edição. Em 2012 o Gabão sediou a CAN em conjunto com a Guiné-Equatorial e busca consolidar seu espaço no futebol africano, sobretudo acabando com a fama de fazer bons jogos, mas sempre ficar pelo caminho nas competições que têm participado e neste quesito, superar as quartas de final, a qual os “Panteras” como são conhecidos, atingiram em 1996 e 2012, é um dos grandes objetivos. Em ambas as eliminações, Gabão caiu nos pênaltis, porém, jogando melhor durante o tempo regulamentar e na prorrogação. Agora, novamente jogando em casa, a seleção espera enfim, poder reescrever seu nome na história.

Entretanto a pressão é grande com a instabilidade política e reflete estes fatores para dentro de campo. Para piorar a situação, há poucas semanas do início da CAN, a federação local demitiu o treinador português Jorge Costa e trouxe o espanhol José Antonio Camacho, conseguindo unanimente desagradar torcedores e a maioria da imprensa local, que têm claramente boicotado o treinador espanhol. Sem assumir parte desta responsabilidade, a Federação Gabonesa de Futebol (Fegafoot) praticamente abandonou o seu eleito, negando-lhe algumas de suas solicitações e deixando o clima pior do que já estava.

Camacho terá de ter muito “jogo de cintura” para conseguir em pouco tempo de trabalho colocar a sua mentalidade de jogo à uma equipe que naturalmente já chega à CAN pressionada. Em sua primeira experiência africana, o espanhol tem uma opinião pública que em nada ficou contente com a sua nomeação e muito pior, se vê abandonado pela própria federação que o contratou; vários nomes da sua comissão técnica foram vetados e outros nomes locais, lhes foram imposto, numa tentativa de amenizar às críticas.

Provável formação

Os convocados

 

Um dos legados deixados pelo antigo treinador português Jorge Costa, era justamente a ideia de já ir mesclando jovens e promissores valores à equipe principal, que além de Pierre-Emerick Aubameyang, tem no jovem meia da Juventus (ITA), Mario Lemina, o sopro de inspiração na parte criativa desta equipe, que tem uma base atuando junto já há algum tempo.

Um dos melhores atacantes do Mundo e com um talento impressionante, Pierre-Emerick Aubameyang é o principal jogador da sua seleção, da qual é um dos líderes e capitão. O atacante do Borussia Dortmund (GER) é sem sombra de dúvidas um dos candidatos em potencial à craque da competição e cristaliza toda a esperança do torcedor gabonês em uma campanha melhor

Burkina Faso

Classificada em primeiro lugar no Grupo D das Eliminatórias para a CAN 2017, a seleção burkinabé partipará pela décima primeira vez da fase final. Vice-campeã em 2013, Burkina Faso conta com uma base que atua junto há muitos anos. Com esta sensação, de que pode chegar mais longe, Burkina Faso encara a CAN 2017 como parte decisiva no processo de preparação para o grande objetivo da equipe dos últimos anos: a conquista de uma vaga para a sua primeira Copa do Mundo.

Velho conhecido de Burkina Faso e responsável direto por lançar muitos dos jogadores que hoje são lideranças dentro da seleção, o português Paulo Duarte, trabalhou entre 2007 e 2012 na seleção de Burkina Faso. Após alguns anos desenvolvendo seu serviço em outros centros africanos, o treinador reassumiu o comando da equipe, no final de 2015.

Levando em consideração que estabilidade não é o ponto forte dos trabalhos na África, em todos os sentidos, Burkina Faso é uma exceção. E o retorno do treinador Paulo Duarte à seleção burkinabé é importante neste sentido. Nos últimos anos Pitroipa, os irmãos Traore Kaboré, Yago, Nakoulma, perderam poucos jogos pelo selecionado. A força desta base, é a esperança de dias melhores.

Provável formação

Os convocados

Por outro lado, se a confiança em Burkina Faso, por parte dos seus torcedores anda elevado, pairam desconfianças sobre o goleiro titular da equipe, o jovem de apenas 20 anos de idade, Hervé Koffi Kouakou, goleiro do ASEC Mimosa (CIV), que obviamente tem potencial e talento, mas que carece de experiência e irá disputar a sua primeira CAN. Cabe ver como Kouakou irá reagir a pressão natural.

Com uma base sólida e que conseguiu nos últimos anos conquistar um patamar de respeito dentro da África, o destaque são os irmãos Alain e Bertrand Traore. Alain é mais conhecido, sobretudo na França (passagens por Lorient, Auxerre e Mônaco), mas Bertrand, aos 21 anos, vive grande momento em sua carreira; emprestado pelo Chelsea (ENG) ao Ajax (NED), é a principal aposta no ataque burkinabé e um sério candidato, dependendo do quão longe Burkina Faso chegar, a ser uma das revelações da CAN 2017.

Camarões

Uma das forças futebolísticas da África, Camarões classificou-se em primeiro lugar no Grupo M, ficando à frente de Mauritânia, África do Sul e Gâmbia. Esta será a décima oitava participação dos camaroneses na fase final da CAN. Os “Leões Indomáveis” posssuem quatro títulos (1984, 1988, 2000 e 2002) e em todas estas conquistas a seleção camaronesa teve duas gerações muito forte tecnicamente e taticamente. A versão 2017 dos “Leões Indomáveis” muito pouco lembra as gerações vitoriosas de outrora. As últimas participações da equipe foram discretas e nem de longe lembram uma das escolas mais fortes do futebol africano.

Contratado no início de 2016, o belga Hugo Bross vai para sua primeira experiência à frente de um seleção africana, três vezes campeão belga e duas da Copa da Bélgica e com (mais um) projeto de reconstrução da seleção camaronesa, visando sobretudo a classificação para a Copa do Mundo da Rússia, no ano que vem, são os desafios apresentados ao comandante. Dirigir um dos gigantes da África, por si só é uma missão complicada, por diversos aspectos,comuns à todas as seleções do continente, some-se à isso, a ausência de jogadores importantes e experientes, como Aurélien Chedjou, Joel Matip, Erick Choup-Mouting, Nyom, que recusaram a convocação; além de Bedimo, que lesionado, também esta fora do torneio. Assim, quem pode imaginar Camarões lutando por um lugar mais alto junto ao pódio? No momento a realidade camaronesa é cercada de muitas dúvidas.

Provável formação

Os convocados

Numa posição que teve François Oman-Biyck, Patrick Mboma e por último Samuel Eto’o no comando, é uma missão até certo ponto inglória, face a responsabilidade e consequente pressão existente, comandar o ataque camaronês. Entretanto, olho no futebol de Vincent Aboubakar, que vem evoluindo na sua média de gols junto à seleção. O jogador que atuou por Valenciennes (FRA), Besiktas (TUR) e atualmente joga no FC Porto (POR) é a grande esperança ofensiva dos “Leões Indomáveis” e contará com o talento de Aboubakar Njie, do Olympique de Marseille (FRA), Moukanndjo, do Lorient (FRA) e Salil, do Nuremberg (GER), ao seu lado, para cumprir sua difícil missão. Atleta de muita força física e velocidade, Aboubakar é a aposta de destaque por parte dos camaroneses nesta CAN2017.

Guiné-Bissau

Principal novidade desta edição da CAN e também de forma surpreendente, Guiné-Bissau chega pela primeira vez em uma fase final da competição. Líder do Grupo E, nas Eliminatórias, a Guiné-Bissau deixou seleções de muita tradições pelo caminho, ficando à frente de Congo, Zâmbia e Quênia, seleções que regularmente participam do torneio em sua fase final.

Com pouquíssima tradição futebolística, Guiné-Bissau sempre foi acostumada a apenas participar das fases preliminares das Eliminatórias e nada além disso. A falta de visibilidade e atratividade do futebol no país, faz com que muitos jogadores jovens deixem de jogar no país e sigam para Portugal e demais países da Europa, tentando a sorte como jogador profissional. Assim, Guiné-Bissau que atravessa um momento político-econômico conturbado já é o grande orgulho dos seus torcedores e ciente das suas limitações busca aprender e ganhar experiência para o futuro.

Treinada pelo desconhecido Baciro Cande, de 49 anos, um treinador local e que sempre atuou apenas na Guiné-Bissau. Em 2008 Cande foi treinador da seleção e reassumiu o posto no início de 2016 substituindo o português Paulo Torres. Interessante que quando Cande assumiu a seleção, Guiné-Bissau tinha apenas um ponto ganho. À partir disso os “Djurtus” como são conhecidos, foram buscar a inédita qualificação à fase final da CAN 2017.

Provável formação

Os convocados

Jogar sem pressão é a grande aposta da Guiné-Bissau para ir bem na CAN, entretanto o fato de jogar sem pressão diante de equipes com muita tradição e que vivem bom momento no cenário futebolístico africano é um grande obstáculo a ser vencido. Por outro lado, muitos jogadores estão sem clube e outros inativos há algum tempo, atuando apenas pela seleção devido o campeonato local haver sido cancelado, o que pode atrapalhar os planos de ser o elemento surpresa da competição.

Seguindo o exemplo de sucesso recente no futebol africano, Guiné-Bissau também foi atrás de jogadores com dupla nacionalidade. Um destes jogadores, que se transformou em destaque da equipe é Frédéric Mendy, um “cigano da bola” que já passou pelo futebol singapurês, português e atualmente joga na Coréia do Sul, recentemente transferindo-se do Ulsan Hyundai para o Juju United. Com 1m91 de altura, é, até por razões óbvias, especialista no jogo aéreo, uma das apostas do jogo proposto pela Guiné-Bissau.

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