domingo, 15 de janeiro de 2017

O efeito Jürgen Klopp em Roberto Firmino

Klopp sabe que potencial cada um de nós temos, e a partir daí, com um discurso, sempre transmite confiança para que possamos demonstrá-lo. Isso é importante aos jogadores. Não somente creio que gostamos todo de trabalhar com ele, como também estamos melhorando graças a ele“, explicava Roberto Firmino sobre Jürgen Klopp em entrevista em março de 2016. Às vésperas da final da Liga Europa disputada entre Liverpool e Sevilla, o Telegraph fez uma matéria especial dissecando os motivos da melhoria do brasileiro sob o comando do chefe alemão. “O efeito Klopp: como o treinador do Liverpool fez de Roberto Firmino seu melhor jogador”, era o título da reportagem, que pode ser lida por completo clicando aqui.

De todas as consequências que o desembarque do ex-comandante do Borussia Dortmund trouxe ao Reds, talvez a melhor evidenciada é o salto de qualidade que a maioria dos jogadores deram desde o primeiro dia. Acredita este que vos escreve que isso tenha a ver com a disposição de Klopp, assim como a predisposição do elenco. Desde a estreia contra o Tottenham em 2015, todos os jogadores demonstraram entender que o prólogo de tudo, antes de mais nada, era a pressão após perder a bola (frame abaixo). O chip de cada um dos guerreiros “kloppianos” foram alterados a partir desse entendimento. Ativaram-se. Era como se compreendessem que a chegada de Jürgen tinha tanto de responsabilidade, quanto de oportunidade, visto que nos últimos anos o germânico catapultou as carreiras dos mais talentosos (Götze, Lewandowski, Hummels, Gundogan e Reus) ou dos mais trabalhadores (Piszczek, Schmelzer, Kuba, Grosskreutz). Portanto, nitidamente, ninguém queria deixar escapar essa oportunidade.

Reprodução: The Telegraph

Um atleta de alto nível costuma ser egoísta por natureza, mas em diversas ocasiões tal característica deve ser encarada mais como uma virtude do que um defeito. Caso ofereçam-lhes uma oportunidade de crescer, progredir e destacar, eles irão aceitar com uma determinação implacável, pois levam anos alimentando-se dessa intenção de ser melhor que os demais. E é isso que diferencia os vencedores. No caso do Liverpool, o impacto da figura de Klopp disparou o rendimento de personagens como Dejan Lovren, Adam Lallana ou James Milner. Emre Can e Divock Origi são outros exemplos, mas é que os três supracitados explicam com maior exatidão esse “efeito Klopp”: os bons são transformados em notáveis, os notáveis em sobressalentes e os sobressalentes em craques. Entretanto, muitas das vezes custa distinguir quem é o quê. Seguramente, nada seja independente ao contexto que gera Klopp em seus times, ato demonstrado por todos que saíram do Dortmund. Mas é certo que atualmente há um jogador do Liverpool que está oferecendo movimentos diferentes, que está deixando gestos superiores e que parece muito capacitado para decidir partidas. Chama-se Roberto Firmino, a nova obra de Klopp.

Reprodução: The Telegraph

O brasileiro tem tudo que a cartilha de Klopp pede: técnico, dinâmico, condutor de bola, vertical e versátil taticamente. Completo. Até por isso, pode jogar de 9 ou de 10, também como de 11 ou de 7. No Hoffenhaim, costumava desempenhar a função de enganche, fazendo as vezes de segundo atacante, sempre sendo muito útil. Em Anfield, Firmino, assim como Phillipe Coutinho, é importante no momento de colocar o Liverpool no campo de ataque, zona onde o jogo da equipe é 100% Jürgen Klopp. O jogo entre linhas do brasileiro é fundamental (frame acima). Tanto na hora de receber de costa para a marcação, sabendo segurar a pelota e o momento certo para soltar, como também para jogar na zona dos volantes adversários, fazendo do campo muito largo e permitindo que os dois extremos possam gerar profundidade (frame abaixo). A partir dessa criação de linha de passes, o Liverpool desenvolve-se de forma progressiva, porque é capaz de acelerar na velocidade da luz e com uma precisão sobrenatural.

Reprodução: The Telegraph

Por exemplo, nos confrontos das semifinais da Liga Europa da temporada passada contra o Villarreal de Marcelino García Toral e seu 4-4-2 às vezes intransponível, o Liverpool conseguiu conectar passes entre os volantes, os meias, os laterais e o centroavante de uma forma cujo o Submarino Amarelo, até então, ainda não havia encontrado (isso tendo enfrentado Barcelona e Real Madrid). Emre Can, Coutinho e Lallana enlouqueceram o sistema defensivo amarillo, mas as ações de Firmino foram dignas de um classe mundial. De lá pra cá, o lugar de Firmino no onze titular dos Reds é indiscutível. As boas atuações valeram também uma convocações à Seleção Brasileira. O camisa 11 talvez não seja o jogador mais constante do plantel, mas é tão necessário quanto Coutinho. Tanto pelo que permite aos seus companheiros com seus movimentos sem a bola, quanto pela capacidade de elevar a qualidade de uma jogada ofensiva quando está com a gorduchinha nos pés. A “nova obra” de Klopp é mais um talento indiscutível da atual geração do futebol brasileiro.

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