quinta-feira, 8 de março de 2018

Será Unai emery o técnico a altura das ambições do Paris Saint-Germain?

A máxima de que dinheiro não compra grandeza no futebol nunca fez tanto sentido quanto agora. A eliminação do Paris Saint-Germain, de Unai Emery, na Liga dos Campeões, mostrou que, mesmo gastando valores exorbitantes em jogadores de ponta, fazer este time funcionar demanda muito mais do que colocá-los juntos.

Unai Emery era o treinador com o maior desafio da história do time francês, levar o PSG à conquista do campeonato continental. Claro, esta tarefa não seria simples, ainda mais com o histórico de grandeza dos clubes que participam da competição. Equipes como Real Madrid, Barcelona, Bayern e Juventus são, por exemplo, clubes com mais rodagem na competição, sendo as favoritas do torneio, principalmente por fazerem (além do Atlético de Madrid, que decepcionou este ano, saindo ainda na fase de grupos) as finais das últimas temporadas.

A eliminação para o Real Madrid poderia ser considerada normal, dado os fatores envolvidos, mas o problema é muito mais complexo, e pode ser considerado, sim, um fracasso decepcionante da equipe francesa.

O domínio francês

Desde que o Paris Saint-Germain foi comprado pelo empresário do Catar Nasser Al-Khelaifi, o time fez o dever de casa, assumindo o protagonismo na França. De 2011, ano da compra do time, para hoje, só não ganhou o campeonato francês no primeiro ano, quando ainda se reformulava, e na temporada passada, perdendo para um bem treinado Monaco. O campeonato desta temporada já está praticamente vencido, com uma boa diferença de pontos para seus concorrentes.

Conquistas também foram obtidas nas copas, vencendo 12 títulos entre copa da França, Copa da liga francesa e Supercopa. Ou seja, praticamente não há competição em sua “casa”.

Para tanto, em 2011, o presidente do time investiu por volta de 88 milhões em contratações, com as chegadas de Pastore e Sirigu, por exemplo, ambos vindo de excelente época do Palermo.

Nos anos seguintes, vimos nomes de peso desembarcando em Paris, como Ibrahimovic e Thiago Silva, que ajudaram o time a vencer a liga nacional depois de nove anos sem títulos, e apenas seu terceiro na história.

Consolidado na França, o time se organizava para ser finalmente, uma força continental.

Crescimento europeu

A temporada 2016-17 era a esperada para a conquista da Liga dos Campeões da Europa. Durante toda a era “Al-Khelaifi”, jogadores como Di Maria, Cavani, Verratti, Thiago Silva, Marquinhos, Draxler formavam um elenco forte, capaz de rivalizar com os grandes favoritos da competição.

Mas o que foi visto foi um time desorganizado e despreparado, sendo eliminado nas oitavas de final por uma virada histórica para o Barcelona. Venceu a primeira partida por 4×0 no Parque dos Príncipes, mas sofreu uma goleada no Camp Nou, 6×1, com um show do brasileiro Neymar.

Juntando-se a isso, o time ficou sem o titulo do campeonato francês, perdendo para um Mônaco que contava com jovens e talentosos jogadores, como Mbappé.

Apesar de tudo, o time demonstrava evolução, possuía uma base de elenco forte. Faltava alguma coisa para que o time ultrapassasse esse limite. Enquanto se esperava mudança no comando técnico, Al-Khelaifi fez o que sabia fazer de melhor, gastar com jogador.

A solução de Al-Khelaifi

Foram necessários mais de 400 milhões de reais para tirar as estrelas que impediram os títulos do PSG na temporada 2016-17. Mbappé chegou do Mônaco por 180 milhões, e Neymar se transferiu do Barcelona, em polêmica transferência de 222 milhões de reais a mais cara da história do futebol.

Emery, então, tinha em suas mãos um jovem que se provava em franco crescimento e um craque que só estava abaixo dos fenômenos Messi e Cristiano Ronaldo. A Europa era logo ali!

A derrocada de Emery

A eliminação demonstrou que Emery não é o nome certo para levar o Paris Saint-Germain ao título europeu. Enquanto, novamente, as conquistas na França o garantiam, o time perdia em outros aspectos.

Desde a chegada de Neymar, o PSG se via envolvido em polêmicas. Inicialmente, a imprensa francesa dizia que o craque brasileiro não se entendia com o artilheiro Cavani. O caso explodiu quando os dois discutiram para ver quem bateria um pênalti.

Depois disso, tudo que Neymar fazia fora de campo se tornava uma grande história para os tabloides parisienses. Mas era o jogador brasileiro que mais fazia o PSG fluir em campo. A organização de Emery passava completamente pelo ex-santista. Neymar era o vice artilheiro do time, atrás somente de Cavani, mas o líder inquestionável de assistências. E então a lesão do jogador, deixando-o de fora do jogo da volta da Liga do Campeões.

Muita gente dizia que, sem Neymar, o time ficaria mais “coletivo”, mas o que se viu foi um time sem propósito, desorganizado e perdido. Emery se mostrava perdido sem seu principal jogador.

O resultado, duas derrotas para o Real Madrid e mais uma vez fora da UCL nas oitavas de final, e novamente para um espanhol.

As limitações de Unai Emery

A discussão ente Neymar e Cavani não foi desagradável somente para os jogadores, mas também para seu treinador. Emery se mostrou omisso em assumir a responsabilidade de coordenar os egos.

Emery fez um excelente trabalho nas equipes antes do PSG. Levou o Valência à Liga dos campeões por três anos seguidos. Conquistou a Liga Europa com o Sevilha por três vez seguidas, demonstrando seu grande talento como treinador.

Fica a dúvida: será que o PSG conquistaria os títulos nacionais se tivesse outro treinador em suas linhas? Provavelmente sim. O que fica evidente é que o time parisiense não foi excepcional. Superar equipes de menor qualidade era obrigação com o investimento que lhe foi feito.

Muitos podem dizer que é difícil enfrentar o Real Madrid, principalmente no Santiago Bernabéu. Sim, é, mas uma equipe que almeja conquistar tudo tem que, pelo menos, demonstrar vontade e organização. Cavani, maior artilheiro do time, tocou somente 9 vezes na bola durante a partida. Ainda teve a expulsão infantil de Verratti, o que minou ainda mais as pretensões do time. Tudo isso para pelo comando técnico. As ausências de alternâncias de jogadas e variações táticas diante do Real Madrid foram prato cheio para Zidane, técnico madrileño.

Agora resta ao PSG “cumprir tabela” no francesão. Na próxima temporada, deve gastar mais alguns milhões na próxima temporada. Mas, o mais importe, espera-see mudança de técnico. Emery é talentoso, mas não é o que o Paris Sant-Germain precisa.

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