quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

O Athletico Paranaense e seu novo patamar

Nos últimos anos, precisamente de 2016 para cá, fala-se muito (e com razão) de Flamengo, Grêmio e Palmeiras como os principais times do futebol brasileiro. No entanto, há outros clubes que também estão tendo sucesso e acaba sendo deixado de lado da grande mídia. O Athletico Paranaense é um desses que acaba sendo relegado por parte dos amantes da bola.

Em dezembro de 2018, enquanto disputava pela primeira fez a final da copa sul-americana, o então Atlético Paranaense resolveu fazer mudanças internas. Nome, logomarca e uniformes foram alteras e, a partir dali, nascia uma nova era no clube.

Pois bem, essa parte da mudança você já deve conhecer, mas é o que há por trás dela talvez não. Hoje vamos elencar alguns dos pontos que colocam o Club Athletico Paranaense entre principais nomes do futebol nacional para a próxima década.

Investimento no centro de treinamento

Em 1999 o Athletico inaugurou o Centro Administrativo e Técnico Alfredo Gottardi, mais conhecido como CAT do CAJU. Hoje, o centro de treinamento do furacão é um dos mais bem conceituados no brasil e até mesmo no mundo.

Foto: site oficial

Com uma área de 222.000 m², o espaço conta com sete campos de medidas oficiais, um campo com medidas reduzidas e também um campo apenas para treinamentos de goleiros. Há, também, uma ginásio coberto que conta com grama sintética, a mesma utilizada na arena da baixada.

Dentro do CAT existem, também, dois hotéis, um para o grupo profissional e outro para o grupo da base. Isso mostra a importância que o Athletico dá não somente para seus atletas principais, mas também para os jovens, vide Renan Lodi e Bruno Guimarães.

Uma pesquisa realizada pela Soccerrex Football Finance 100 e, publica no UOL em janeiro de 2018, apontou o clube como um dos mais ricos do mundo e o primeiro no Brasil. Para a elaboração de tal pesquisa foram utilizadas como métricas os seguintes pontos: ativos fixos, valor de mercado dos atletas, dinheiro em bancos, dívida líquida e investimentos potenciais.

Arena da baixada, a fortaleza athelticana

Inaugurada em setembro de 1914 como Baixada da Água Verde e remodelada pela primeira vez em 1994, a Arena da Baixada, é conhecido hoje, teve inicio em 1997.

Foto: Jonathan Campos (A Tribuna) – Athetico x River Plate, final da Recopa Sul-Americana.

Com as obras iniciadas em dezembro de 1997 e inaugurada em junho de 1999, a Arena da Baixada foi o primeiro estádio de futebol do brasil a levar a alcunha de “arena” no seu nome. O que viria a se tornar a grande fortaleza athleticana nos anos seguintes. O real nome do local é Estádio Joaquim Américo Guimarães, uma homenagem ao grande incentivador do esporte no estado do Paraná.

Em 2014, foi reinaugurada depois de pouco mais de dois anos de reformas (início de 2012 à maio de 2014), com finalidade da disputa da Copa do Mundo no Brasil. Um dos estádios mais modernos do país e, que tornou-se uma arena multiuso, conforme as exigências dos grandes mais modernos estádios do mundo atualmente.

O local onde o estádio está situado não existe uma boa iluminação solar, o que acaba prejudicando o cultivo da grama. Assim, em 2015, o clube instalou um gramado artificial na arena, o único entre os grandes clubes do Brasil. Este fator também é um diferencial para a equipe, pois os adversários não estão acostumados com este tipo de gramado.

Em 2018, a arena da baixada viu o primeiro título internacional do clube, a Copa Sul-Americana contra o Santa Fé da Colômbia. Em 2019, o estádio foi palco na primeira partida da final da Copa do Brasil frente ao internacional de porto alegre.

Alteração da marca e mudanças de mentalidade

Em 11 de dezembro de 2018, um dia antes do segundo jogo da final da copa sul-americana, o então Atlético Paranaense apresentou ao publico mudanças em sua identidade. Nome, escudo, uniforme e até mesmo os mascotes foram alterados:

O nome: na fundação no ano de 1924, o time contava com a letra “h” no nome. Porém, em algum momento ela se perdeu e, portanto, o seu retorno foi umas das mudanças apresentadas. Club Athletico Paranaense voltou a ser a grafia;

O escudo: uma ideia diferente dos outros clubes do brasil, o Athletico apresentou também o novo escudo. Contando quatro listras ascendentes e a sigla CAP ( club Athletico paranaense);

O uniforme: antes em listras rubro-negro, o clube fez uma mudança drástica nos uniformes. Com a cor vermelha predominante, a camisa titular conta agora com a reprodução das listras presente no símbolo na parte de baixo, na cor preta. Já no uniforme dois, a cor predominante é o branco com finas listras pretas;

Mascotes: a partir de então foram apresentados os novos mascotes, sendo agora não somente o furacão, mas toda uma “família furacão” passou a figurar, com pai, mãe e filhos e até mesmo um cachorro, demonstrando a união e a força do Athletico.

Se isso teve ação direta, ou não, um dia após essas mudanças – mesmo que ainda atuando com a identidade antiga – o Athletico venceu a Copa Sul-Americana e, pouco menos de um ano depois faturou a copa do brasil, ambos os títulos de forma inédita.

Ao Globo Esporte, o presidente do clube Mario Celso Petraglia, concedeu entrevista justificando as mudanças:

Dentro da nossa nova identidade, a nossa proposta também é resgatar o passado. Começamos com Club Athletico. Temos também que assumir que o Atlético é o Atlético Mineiro. Queremos resgatar o nosso nome de registro. Na nossa caminhada mudamos, mas não há nenhum registro dessa mudança.

por mais estranho que pareceu no início, inclusive gerando piada entre torcedores de outros clubes (e até mesmo desconfiança dos torcedores athleticanos), a mudança marcava uma nova era no Athetico Paranaense, um momento de evolução e modernidade. A mudança não foi leviana, pois contou com uma empresa especializada em marketing para isso, como conta a mesma reportagem do Globo Esporte. A empresa levou em consideração a opinião dos torcedores do clube, que entendia a necessidade de associar mais a marca ao símbolo furação.

A era Tiago Nunes

mas não basta mudar de marca, criar boas estrituras de trabalho sem ter um time competitivo. esta foi, então, a nova etapa do novo Athletico.

Ambos os títulos citados anteriormente foram conquistados com Tiago Nunes como comandante da equipe, mas grandes nomes surgiram da base Athleticana e com papeis de destaque. Renan Lodi, hoje no Atlético de Madrid, e Bruno Guimarães, pretendido por grandes da Europa, e Léo Pereira são os principais destaques. Vamos falar um pouco de cada um deles posteriormente e, como a visão de apostar em centros de treinamentos fortes auxiliaram nessas formações.

Tiago Nunes assumiu o comando técnico do Athletico Paranaense em 2018, substituindo Fernando Diniz. Naquele momento, parecia que o projeto ambicioso do clubes não daria certo pois, mesmo contado com bons jogadores no elenco, e com um futebol ofensivo, o time brigava na parte inferior da tabela do Brasileirão. Então técnico das categorias de base, Tiago ganhou a chance de comandar o time principal naquele ano, com a obrigação de livrar o time do rebaixamento.

A primeira decisão do novo técnico foi mesclar os jovens atletas com que trabalhara na base aos experientes jogadores do time principal. desta forma, a vivacidade de Renan Lodi ou Bruno Guimarães, aliada à confiança de Thiago Heleno ou Lucho González, recuperou o clube e mais, permitiu ao time alcançar muito mais, como o título da Copa Sul-Americana do mesmo ano. Dali então, o Athletico somente viveu bons momentos.

No total, Tiago Nunes conquistou 4 títulos de expressão em dois anos no clube. Além da Copa Sul-Americana, o time conquistou, em 2018, o estadual e a Copa Levain Cup/CONMEBOL (antiga Copa Suruga) e, em 2019, venceu a Copa do Brasil diante do Internacional e a Recopa Sul-americana, contra o River Plate, da Argentina.

Leia mais: O bom trabalho de Tiago Nunes diante do Furacão

A base vem forte

Nascido em abril de 1998, Renan Lodi tem hoje apenas 21 anos e vem sedo convocado para a Seleção Olímpica e principal do Brasil. Natural de Serrana, no interior de São Paulo, chegou à Curitiba em 2012 para as categorias de base do Furacão. Em 2016 estreou como profissional. Foi titular na conquista da Copa Sul-Americana e vendido ao Atlético de Madrid em julho de 2019 por 20 milhões de euros – maior venda da história do clube. Pelo Athletico fez 69 jogos com cinco gols, na Espanha tornou-se o substituto de Filipe Luis, o que também está acontecendo com a camisa da seleção.

Foto: site oficial

Bruno Guimarães, mesmo com apenas 22 anos, o volante carioca parece ser um veterano dentro de campo. Com uma forte marcação e boa chegada ao ataque, seu futebol tem atraído interesse de gigantes da Europa – o Atlético de Madrid também demonstrou interesse no atleta. Bruno surgiu no Audax de Fernando Diniz em 2015 e dois anos depois desembarcou no Athletico Paranaense, clube pelo qual já fez mais de 100 jogos e tendo anotado 10 gols, sendo um no primeiro jogo da final da copa do brasil contra o internacional. Ao lado de seu companheiro o goleiro Santos, foi um dos “intrusos” na seleção do campeonato brasileiro deste ano. É nome certo na Seleção Olímpica do Brasil.

Foto: site oficial

No clube desde 2010, quanto chegou para as categorias de base, Léo Pereira demorou para se firmar no grupo principal do Athletico. Em 2015 foi emprestado ao Guaratinguetá, em 2016 ao Náutico, e em 2017 ao Orlando City (EUA). Com passagem por todas as seleções de base do Brasil, Léo só conseguiu se firmar como titular do furacão com a chegada de Tiago Nunes em 2018. Ao lado de Thiago Heleno formou a dupla de zaga campeã da América e, com Robson Bambu ganhou a Copa do Brasil. Neste ano, como Thiago Heleno estava afastado por doping, Léo assumiu a condição de xerife da zaga e, mostrou-se um veterano dentro de campo.

Foto: site oficial

Entre os grandes do Brasil

A gestão do Athletico Paranaense nos últimos anos, como visto, vem rendendo ótimos frutos ao clube. Chega a sua sétima disputa de Libertadores da América, a quarta desde 2014. Hoje fica claro que o clube está em um novo patamar e briga com os principais times do Brasil e até mesmo do continente.

O furacão, mesmo com o título da Copa do Brasil deste ano não abandonou o Campeonato Brasileiro, quando esmo já garantido na Libertaodes, terminou o brasileirão na quinta posição. Uma aula para aqueles que pensam que mesmo vencendo um campeonato que lhe credencia a disputas Sul-Americanas, perde o interesse no resto da temporada.

Não sabemos onde o clube pode chegar, mas os próximos capítulos prometem ser bons e vitoriosos para o clube. Em 2020 não contará mais com Tiago Nunes que foi para o Corinthians. Apesar disso, se continuar com o bom trabalho, a manutenção da filosofia, o clube pode sonhar cada vez mais alto, levando mais alegria a seus torcedores.

O post O Athletico Paranaense e seu novo patamar apareceu primeiro em DPF.



from DPF https://ift.tt/2s6sXT5
via IFTTT

Nenhum comentário:

Postar um comentário