segunda-feira, 10 de abril de 2017

Atléti cresce na hora certa

Restam pouco menos de dois meses para a temporada europeia chegar ao fim. Nas últimas semanas, finalmente, o Atlético de Madrid encontrou o bom futebol e vive sua melhor fase no ano. Ainda que a maior parte da temporada tenha corrido com um time inconsistente, o Atléti sobreviveu até chegar a este momento. É terceiro colocado no Espanhol e uma das oito equipes que ainda sonham com a Liga dos Campeões. Agora, na reta decisiva, os comandados de Diego Simeone ganham corpo para irem atrás dos seus objetivos.

O bom momento colchonero passa pela retomada da solidez defensiva. Não que o time tenha começado a levar muitos gols, mas agora voltou a se defender como um time de Cholo: direcionando o adversário para os lados, ocupando a região da bola com muitos jogadores, pressionando e saindo em velocidade. Em resumo, o Atlético tem recuperado a capacidade de se entrincheirar em seu campo, sustentar a pressão do oponente e sair vivo. E quando executou isso em alto nível, não se viu nada parecido na Europa.

Foto: Site oficial/Ángel Gutiérrez – Filipe Luís tem sido um dos destaques colchoneros. Além do bom desempenho defensivo, aparece no ataque para finalizar.

Pensando na Liga dos Campeões (última chance de título na temporada) essa recuperação defensiva será fundamental. Curiosamente o sorteio reservou o Leicester para ser o adversário do Atlético de Madrid, único time que forçará o esquadrão de Simeone a propor o jogo mais vezes. Numa eventual semifinal, porém, o cenário voltaria ao gosto colchonero. Sem a necessidade de tomar iniciativa, podendo se sustentar defensivamente para agredir em ataques rápidos. Assim adversários como Bayern de Munique, Barcelona (duas vezes) e Chelsea foram superados nas últimas três edições do torneio continental.

O último gol sofrido pelo Atlético de Madrid, em casa, num mata-mata de Liga dos Campeões, foi em 11 de março de 2014. Kaká anotou o único tento do Milan na derrota por 4 a 1.

O que diferencia o Atlético atual dos outros que foram longe na Liga dos Campeões é a força ofensiva. Nunca Simeone teve tanta qualidade nos últimos metros do campo como agora. Antoine Griezmann está cada vez melhor. Completíssimo, o atacante francês recua até a metade do gramado para iniciar os ataques quando é preciso, ataca os espaços nas costas dos defensores, procura tabelas, dá assistências e, claro, marca gols. Griezmann faz tudo e é capaz de tudo no ataque colchonero. Já havia sido assim na temporada passada, quando ficou em terceiro lugar no prêmio de melhor do mundo, mas agora tem um plus de evolução e mais qualidade a sua volta.

Foto: Site Oficial/Ángel Gutiérrez – Griezmann, o melhor do Atléti e cada vez melhor

Ferreira Carrasco também está em plena evolução e assumiu, definitivamente, um lugar no XI. Tem drible, explosão e chegada ao terço final para decidir as investidas. Koke e Saúl Ñinguez alternam entre jogar pelo centro ou abertos com uma naturalidade incomum. Kevin Gameiro se encaixou perfeitamente como companheiro de Griezmann no ataque. Os franceses se associam a todo momento, colocam velocidade no jogo e invadem a área rival sem receio algum.

Fernando Torres, apesar dos poucos jogos como titular, também tem sido útil e importante. Aos 33 anos já não é o goleador de outrora, agora participa muito mais preparado as jogadas, servindo de pivô e dando profundidade para o ataque vermelho e branco. É menos artilheiro e mais voluntarioso, peça que tem ajudado muito no desempenho de Griezmann.

Foto: Site oficial/Alex Marín – Atlético de Madrid tem a força do Vicente Calderón para as batalhas do final de temporada

O Atlético chega ao momento decisivo da temporada melhor nas duas extremidades do campo. Parece ter voltado a “saber sofrer” e, assim, vencer jogos decisivos. No campo ofensivo tem um Griezmann exuberante, capaz de conduzir a equipe nos dias difíceis e tirar lances importantes do nada, além de uma equipe de coadjuvantes de altíssimo nível. O momento favorece a atmosfera única do Vicente Calderón, embalada pelos últimos jogos na (quase) velha casa e o temperamento passional de Diego Simeone. Encaixes que favorecem as últimas semanas dos Colchoneros.

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