quinta-feira, 30 de março de 2017

A Copa pede cautela

É compreensível a empolgação com a seleção brasileira. O escrete canarinho foi da água para o vinho com Tite. Mais do que as oito vitórias em oito jogos e a classificação antecipada para a Copa do Mundo, o desempenho enche os olhos.

O Brasil, hoje, é a equipe nacional que joga mais bonito em todo o mundo. Tem um time titular definido, assim como é clara a sua maneira de jogar. Não é exagero afirmar, inclusive, que mais de 70% da convocação para a Rússia já está definida na cabeça do Sr. Adenor.

E é aí que mora o perigo. Daqui até a estreia para o Mundial ainda faltam 16 meses. Tempo de sobra para muita coisa acontecer. É perigoso achar que está tudo bem encaminhado enquanto seus rivais, que ainda suam para se classificar, evoluem.

Foto: Lucas Figueiredo/CBF – Neymar mostra grande evolução após a chegada de Tite

Não me refiro à acomodação. Nem é do perfil de Tite entrar nessa onda. Ele é aquele técnico que, mesmo vencendo por 3 a 0 ao intervalo, cobra o que viu de errado no primeiro tempo só para não deixar o time confiante demais. O problema é bater no teto antes da hora e não conseguir manter o ritmo. Ou até mantê-lo, mas depois perceber que não era o suficiente para ganhar o Mundial.

Há um histórico brasileiro de desilusões em situações parecidas com essa. Que o diga os títulos da Copa das Confederações em 2005 (melhor futebol apresentado pela Canarinho nos últimos anos até a “era Tite”) e 2013. Nas duas ocasiões o ápice veio um ano antes do momento certo.

Outro bom exemplo é a primeira passagem de Dunga, entre 2007 e 2010, que se não era empolgante, ao menos se mostrava extremamente eficaz. Ali o Brasil foi sem contratempos à África do Sul. Liderou de ponta à ponta as Eliminatórias e ainda venceu os títulos da Copa América e Copa das Confederações durante o caminho. Um roteiro sem sustos, mas que fez o time desmoronar assim que encontrou o primeiro problema na Copa.

Foto: Lucas Figueiredo/CBF – Tite tem a maior série de vitórias na história das Eliminatórias na Conmebol

Isso não significa que o filme se repetirá em terras russas. A história ensina, cabe a Tite e seus comandados aprenderem com ela. É preciso testar ao máximo o time em situações distintas e, principalmente, que possam ser adversas. Rodar os titulares também é importante, assim como ter uma alternativa tática ao 4-1-4-1.

O começo arrasador do treinador levou a Seleção a um mar de águas tranquilas, incomuns ao passado recente verde e amarelo. Cenário ideal para uma preparação à altura da busca pela sexta estrela.

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