terça-feira, 29 de outubro de 2019

Quando o inevitável assim se faz: Corinthians Feminino campeão da Libertadores da América

Parecia um daqueles filmes repetidos em que a gente já conhece o final. Corinthians pressionava a Ferroviária como naquela tarde do segundo jogo da final do Campeonato Brasileiro, quando não conseguiu marcar e viu o time de Araraquara levar o título nos pênaltis. E como se ainda estivesse dentro daquela decisão em que os minutos insistiam em correr como lebres para as corintianas e andar feito tartarugas para a Ferroviária, as Guerreiras Grenás se defendiam como dava. Domínio absoluto e nada de gols. Como se o futebol fosse aprontar mais uma vez um daqueles resultados que chamamos de “injustiça” mas no fim trata-se apenas de seguir as regras.

foto: Conmebol oficial – jogadoras de Corinthians e Ferroviária disputam a bola

Nas arquibancadas (ou também nas redes sociais) a expressão corintiana era de quem parecia estar de volta ao pesadelo, ao fantasma daquela derrota nos pênaltis, as angustiantes bolas que iam para fora ou terminavam nas mãos de Luciana, goleira grená. O grito entalado na garganta sufocava cada vez mais. Era impossível não imaginar que aquele cenário se repetiria, que o título iria mais uma vez para os pênaltis e que o melhor time de Futebol Feminino da América do Sul seria parado novamente.

foto: Conmebol oficial – a goleira Luciana foi o principal nome da Ferroviária na partida

Gol. Anulado. Tamires abriu o placar na primeira etapa e veio o alívio alvinegro, segundos depois seguido de raiva. Bandeira marcou impedimento, mas não estava. O gol finalmente chegou, mas foi desmarcado. Reclamações, gritos da torcida, milhares reclamando muito nas redes sociais “estão prejudicando o Corinthians”. Jogo que segue.

Pelos 45 minutos finais algum trabalho para a Letícia, a Lele. Goleira corintiana teve que trabalhar para segurar as investidas da Ferroviária que até ensaiou sem buscar a vitória na segunda etapa. Aos 66 minutos o alívio alvinegro chegou. Tamires arranca e toca para Crivelari que, enfim, vence a epopeia grená e balança as redes.Dessa vez ninguém anularia o gol.

Foto: twitter oficial – Crivelari comemora o primeiro gol do jogo

Comemoração corintiana enquanto do outro lado um olhar cansado de quem deu a vida para segurar aquele resultado, para também estar ali, mas via o sonho evaporar sem ter mais pernas para correr. A equipe da capital paulista se colocava à frente no placar e praticamente assegurava o título, já que o esgotamento físico da Ferroviária era visível.

O fantasma de um possível empate só foi embora de vez aos 91 da segunda etapa, quando Juliete tabelou com Vic para fazer o gol do título alvinegro. As emoções à flor da pele e a comemoração de uma equipe que não derrotou só um bom adversário que mais uma vez havia feito muito bem seu dever de casa, mas o alívio de derrubar um fantasma e provar que vencer também significa acreditar no bom trabalho e insistir até que o inevitável assim se faça.

Foto: twitter oficial – Corintianas com o troféu da Libertadores

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