quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Thomas Müller: problema ou solução para o Bayern?

Desde os 10 anos de idade no Bayern, Müller nunca esteve tão desprestigiado no clube onde cresceu. O que será de seu futuro?

A cena parece comum: o Bayern de Munique entra em campo para enfrentar o Olympiacos com Thomas Müller como titular. Mas há um detalhe que foge ao que se tornou habitual. E ele pode te surpreender: Müller não começava um jogo pelo Bayern há mais de um mês.

O camisa 25 não estava suspenso, muito menos lesionado. Apenas uma mera opção de Niko Kovac em mantê-lo como reserva por seis jogos seguidos. Uma sequência incômoda, até certo ponto constrangedora, que rapidamente acendeu os rumores sobre uma possível saída de Müller do Bayern. Será que o futuro do campeão do mundo no Brasil está longe da Baviera?

 

Quando falamos de uma possível separação de caminhos entre Thomas Müller e Bayern de Munique, definitivamente é algo muito maior do que o curso natural do mundo da bola. Müller é daqueles jogadores que você não consegue imaginar com a camisa de outro clube. Também pudera: é alguém que veste a camisa do Bayern desde os dez anos de idade e soma quase 500 jogos oficiais.

Müller é a personificação não apenas do Bayern, mas da Baviera de uma forma geral – desde a forma como se veste até o seu próprio comportamento em campo. Não à toa, nas ações de publicidade e eventos públicos do Bayern, Müller é sempre o rosto da equipe. Algo que nem os gols de Lewandowski, a ascensão de Gnabry ou a imponência de Neuer podem mudar.

Mas a casa de Thomas Müller nunca esteve tão desconfortável. Acostumado a ser um dos jogadores mais importantes do Bayern, o meia-atacante está totalmente deslocado do time ideal. Antes dos 86 minutos que disputou contra o Olympiacos, Müller vinha de míseros 75 minutos somados nas seis partidas anteriores. O principal resultado do Bayern na temporada, 7 a 2 sobre o Tottenham, foi construído sem um minuto sequer de Müller em campo.

A explicação para essa perda de prestígio passa por muitos fatores. A relação pouco amigável com o técnico Niko Kovac é uma delas, mas também está ligada à concorrência de Philippe Coutinho. A rápida adaptação do brasileiro custou-lhe a função de “10”, na qual Müller se sente mais à vontade para atuar.

No 4-2-3-1 de Kovac, o croata não vê lugar para Coutinho e Müller juntos. É a solução mais fácil, visto que Müller é um dos jogadores mais heterodoxos do elenco bávaro – ou seja, não é fácil moldar um ambiente que extraia o seu melhor. Curiosamente, seu melhor momento no Bayern foi com Pep Guardiola, logo aquele visto (erroneamente) como ortodoxo aos olhos do público. Apesar do choque de estilos, ninguém soube entender Müller e inseri-lo em um contexto tão favorável como o catalão.

Kovac não faz o mesmo esforço, e publicamente não tem a menor pretensão de esconder que enxerga Müller como um jogador de rotação. Contra o Olympiacos, talvez numa tentativa de acalmar os ânimos, o croata acomodou Müller e Coutinho entre os titulares pela primeira vez. O ajuste dentro de seu sistema não encaixou, e Kovac teve que fazer adaptações para buscar a vitória – o 4-2-3-1 virou 4-4-2, com Müller se juntando a Lewandowski no ataque e Coutinho deslocado para a ponta esquerda.

É inegável que o nível atual de Thomas Müller está distante de seu auge técnico e físico. Mas sentenciar um jogador de apenas 30 anos como “dispensável” seria um erro crasso.

Portanto, o cenário ideal é que os interesses de cada parte sejam mediados de uma forma mais inteligente. Müller precisa de uma integração minimamente relevante ao time, mesmo porque ainda tem as qualidades necessárias para ser útil. Se quiser brigar em todas as frentes, o Bayern vai precisar de Thomas Müller. E não apenas como um “rostinho bávaro”, mas como o competidor feroz e grande jogador que ainda é.

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