segunda-feira, 9 de setembro de 2019

As positivas sensações de uma tranquila Data Fifa para a Espanha

Enfrentar Romênia e Ilhas Faroés, principalmente, numa semana de Data Fifa é tudo que a Espanha queria para iniciar o ciclo de Robert Fernandez com o pé direito. Até se esperava uma certa dificuldade por parte dos romenos, principalmente por jogarem em casa, o que até pode ser traduzido numa análise simplista pelo magro resultado (2 a 1), mas a verdade é que ela não foi vista em 80% da partida. Mesmo assim, é lógico que há notícias positivas a serem tiradas dos dois confrontos, seja no aspecto coletivo ou no individual.

Foto: twitter oficial – Fábia Ruiz diante da Romênia

Redundância à parte, vamos começar pelo começo. A lista de convocados de Fernandez há três semanas foi uma espécie de declaração de intenção. Até pela facilidade prevista diante dos feroenses (e o triunfo contra a Romênia), a possibilidade de testar um time B era completamente plausível, e o novo comandante não teve pudor em manter só duas peças de um jogo para o outro. O interessante é que houve uma importa mesclagem de nomes que certamente serão titulares na fase final da Eurocopa (caso tudo ocorra naturalmente e não haja lesões ou decadências técnicas) com as opções que podem aparecer num segundo tempo caso a Espanha precise do resultado. Em Bucareste, o onze inicial teve Kepa; Jesus Navas, Sergio Ramos, Diego Llorente, Alba; Busquets, Saúl, Fabián; Rodrigo, Alcácer e Ceballos. Em Gijón foi De Gea; Carvajal, Sergio Ramos, Hermoso, Gayá; Rodri, Parejo, Thiago; Suso, Rodrigo, Oyarzabal.

Foto: twitter oficial – Rodrigo tem sigo protagonista da Espanha

A Espanha segue tendo a bola como amiga preferida, mas tem alternativas para usá-la de forma agressiva e até entregá-la para o adversário por minutos visando um contra-ataque. Diga-se de passagem, é um processo que vem desde 2016, quando Julen Lopetegui assumiu o comando técnico no lugar de Del Bosque depois do fracasso na Eurocopa da França. Não que não exista mais o “defender-se com a bola” ou a “posse defensiva”, mas até por característica dos novos jogadores não tem por que ficar abusando dos passes horizontais. Há dois anos, no Santiago Bernabéu, a antiga Fúria derrotava a Itália por 3 a 0 com show de Isco e tendo 47% da posse na etapa final e marcando gol em um ataque de quatro toques rápidos, com Asensio, Isco e Morata. Adaptar-se ao seu elenco é fundamental nessa definitiva transição do período vitorioso do início da década, cada vez mais distante no jeito de jogar.
O protagonismo de nomes como Parejo e Rodrigo, a afirmação de Kepa e Alcácer e o “aparecimento” de Suso, Ceballos e Fabian Ruiz, que brilharam no último Europeu Sub-21, em junho, deixa claro que a Espanha passa por uma renovação em vários aspectos. Barcelona e Real Madrid já não são 90% do time, por exemplo, e o Campeonato Espanhol oferece valores com maior homogeneidade. Dos seis gols que marcou na quinta e no domingo só o de Sergio Ramos, que abriu o placar contra a Romênia, foi de um jogador da duplinha.

Foto: twitter oficial – Rodrigo marca diante das Ilhas Faroés

A preocupação com a retaguarda é evidente. Há tempos que levar perigo à seleção espanhola não é uma missão tão árdua. Embora Fernandez utilize um 4-3-3 bem genérico, com um volante à frente da defesa e dois meias centrais, em especial com Busquets na peleja contra os romenos um desses meias se comportou mais conservadoramente, auxiliando o volante catalão com e sem a pelota. No caso, foi Saúl quem recuava e liberava Fabián para se encontrar com o trio de ataque. Mesmo sem Busquets contra Ilhas Faroés, o primeiro volante (Rodri) tinha a ajuda do companheiro (Parejo). De qualquer forma, a evolução defensiva precisa ser comprovada contra adversários de maiores níveis.
Pelo que fez contra a Romênia, fica difícil de entender como Zidane liberou Ceballos com tanta facilidade para ser emprestado ao Arsenal. Escalado como atacante pelo lado esquerdo, ele brilhou com um arsenal completo. Deu dribles, chutou a gol, ajudou na marcação e ainda achou um passe digno de Iniesta para Alba cruzar e Alcácer marcar o 2 a 0. Apesar das dificuldades que vem tendo para se adaptar ao Campeonato Inglês, Ceballos é um talento nato, já se mostrou confiável para substituir Modric ou Kroos no Real (com Lopetegui e Solari) e certamente não vai mais sair das convocações da Espanha, com (mais de) um de atraso. A transferência para um Real Madrid que acabava de sair de um bi-campeonato da Liga dos Campeões em 2017 acabou tirando a possibilidade do andaluz estar no grupo que disputou a Copa em 2018, até pelo apagado (não pelo que fez, mas sim pelo que não fez) primeiro ano na capital.
PÍLULAS
– O domingo foi especial para Sergio Ramos. Contra Ilhas Faroés, o zagueiro disputou sua partida de número 167 pela Espanha e igualou a marca de Casillas, tornando-se, assim, o o jogador que mais vezes entrou em campo representando o uniforme vermelho. O currículo do atual capitão é um pouco fraco: duas Eurocopas e uma Copa do Mundo.

foto: twitter oficial

– Samuel Eto’o anunciou aposentadoria no final de semana. O camaronês merecia um texto à parte por tudo que representou no futebol, seja com Camarões ou por onde passou. Em solo espanhol, começou no Real Madrid Castilla, mas não teve oportunidades no profissional. Azar do Real. Definitivamente. Seja pelo Mallorca e depois pelo Barcelona, Eto’o colecionou atuações memoráveis e gols contra os madridistas, principalmente no Santiago Bernabéu. Orgulhoso, jogar bem contra o Madrid era uma questão de honra para o agora ex-atacante. Foi um personagem fantástico, com uma afinidade gigantesca nos jogos decisivos, que marcou sua história no país das touradas.
– Uma reportagem do El País dizendo que uma cláusula do contrato de Messi permite a rescisão ao fim da atual temporada, o que o faria sair do Barcelona de graça, chamou a atenção do mundo da bola. Estaria o maior jogador da história do clube preparando sua saída? A resposta é não. Mesmo com as frequentes afirmações de Messi de que pretende se aposentar no Camp Nou, esse tipo de acordo é até normal no Barça, como foi com Xavi e Iniesta, outras lendas da instituição.
– Sexta-feira volta o Campeonato Espanhol com Mallorca x Athletic Bilbao, às 16h. O grande jogo do final de semana acontece no sábado: no Camp Nou, Barcelona e Valencia, que iniciaram a temporada com o freio de mão puxado, se enfrentam às 16h. Em 2018/2019, o Valencia parou o Barça em todos os três jogos que fizeram, entre eles a final da Copa do Rei. Messi deve finalmente estrear na temporada. Promete, assim como Real Sociedad x Atlético de Madrid, às 13h30.

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