quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Oswaldo de Oliveira e o trabalho no Fluminense que já começou errado

Em um jogo recheado de tensão antes, durante e depois do apito do árbitro Wilton Pereira Sampaio, Fluminense e Santos se enfrentaram no Maracanã com cada um, à sua maneira, vivendo um momento de certa turbulência na competição. Além de estar lutando contra o rebaixamento, o Tricolor segue no purgatório entre “manter” e “romper” com o estilo de Fernando Diniz, antecessor de Oswaldo de Oliveira. Enquanto isso, agoniza dentro das quatro linhas e o técnico não tem paz. A bola nem tinha rolado, mas a manifestação da torcida contra Oswaldo era clara — e ninguém nem fez questão de esconder: vaias no anúncio da escalação, xingamento no primeiro momento de pressão do Santos e até mesmo no gol de empate.

Quando Diniz caiu, as primeiras notícias que surgiram envolviam os nomes de Abel Braga e Dorival Junior. Oswaldo nem ao menos era uma espécie de “plano C”. O próprio presidente Mario Bittencourt admitiu que à frente do carioca tinham “outras dez opções”. A impressão era que a estratégia era não ter estratégia, de fato. Até Mano Menezes chegou a estar no radar. Ou seja: com a recusa dos pretendidos, sobrou Oswaldo e “vamos ver no que vai dar”.

Era um casamento (?) fadado a dar errado. Numa cena que remete ao “o novo técnico do Flamengo é o Senhor Waldemar”, o anúncio do Flu no twitter de que Oswaldo seria o novo técnico do Fluminense foi recebido com um carinho dos torcedores digno de “Waldemar é o caral**! Fora Waldemar!”. Ninguém conseguia acreditar. Primeiro, porque os últimos trabalhos de Oswaldo não foram positivos, muito pelo contrário. E segundo que sair de um elenco acostumado à rotina técnica e tática de Fernando Diniz para o que entende o irmão de Waldemar de futebol seria, realmente, muito perigoso.

Os graves episódios que aconteceram nessa quinta-feira no Maracanã não podem ser encarados com normalidade. Primeiramente porque, quando Paulo Henrique Ganso e Oswaldo discutiram de forma áspera depois da substituição do camisa 10, na área técnica, expuseram o caos interno que vive o Fluminense. Senadores do elenco e treinador não falam a mesma língua. Enquanto isso, a diretoria se limita e deixa a sensação de que a ausência de postura, tão cobrada à gestão anterior, de Pedro Abad, permanece.

Depois do empate por 1 a 1, a pergunta que rondava a sala de coletivas do Maracanã era: “quem vai vir falar: Mario Bittencourt (presidente) ou Celso Barros (vice)?”. Ao final do jogo, o treinador apontou o dedo do meio ao maior patrimônio que um clube pode ter: a torcida. Sem nenhum membro da diretoria ao lado, a serenidade à frente dos microfones chamava à atenção. “Que atirem as primeiras pedras”, disse, antes de responder à primeira pergunta. “Boa noite, até a próxima vez… e sem muitas substituições”, ironizou na despedida.

A demissão de Oswaldo é iminente, mas não é de hoje. A insatisfação do plantel já tinha sido evidenciada nos bastidores no início do mês. Depois da derrota para o Avaí, por 1 a 0, no Maraca, em somente seu segundo jogo à frente do Tricolor, o treinador ouviu as primeiras vaias. Também teve o primeiro “conflito” público com Ganso, que, ao ser substituído, foi direto para o vestiário, passando longe do comandante. À imprensa, Oswaldo digeriu palavras fortes sobre o comportamento dos jogadores, que, reunidos em um grupo no dia seguinte, manifestaram-se contra o profissional.

O returno do Brasileirão está apenas no seu início e o elenco tricolor, querendo ou não, disponibiliza um leque de opções para ao menos passar longe do rebaixamento. Financeiramente, muitos problemas com penhoras estão sendo resolvidos, além da agilidade em resolver questões que envolvem os salários em dia. A política está bem menos quente, em especial se comparado com o que foi o período da FluSócio e as frequentes reuniões do Conselho Deliberativo — até mesmo com discussões sobre processo de impeachment. Os ingredientes estão sobre a mesa: o Fluminense tem salvação. Mas vai precisar de mudança(s).

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